Olá minhas queridas.
Voltei!
Como prometi, estou lançando essa nova categoria de romances aqui no blog. Não sei se existe esse tipo de formato, mas se não tem, agora tem rs.
Sou uma fã incondicional de séries, viciada na verdade, a ideia do projeto surgiu disso. Sempre que assistia séries eu pensava e comentava com amigas: "esse povo não sabe agradar o público! Se fosse eu a escrever não seria assim!", pelo menos não seria assim quando Carmem saiu de The L Word, nem Dana teria morrido, nem muito menos a Silvia de Los Hombres de Paco! Ah, e Bo já estaria com a Lauren também hã tempos! Assim como Isles e Rizzolis seriam um casal também..
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Enfim, dessa revolta nasceu a ideia de criar uma web serie, capítulos mais ou menos independentes com personagens fixos, cada semana um enredo diferente, exceto os dois primeiros que são interligados.
Assim nasceu Beautiful Dangerous, um dos motivos do título ser em inglês é justamente a alusão às séries americanas as quais sou fã. A princípio seria uma fan fic de Womans Murders Club, série cancelada não sei porque! Mas, ao escrever as personagens criaram vida, e aí, deixei fluir. Mas, quem é fã de séries como eu vai identificar elementos dessas personagens, deem suas impressões, inspirem-se para criar o jeito e a face de cada uma dessas personagens que a partir de hoje fazem parte do nosso universo faz de conta =).
As postagens serão semanais meu povo, torcendo para meu ombro deixar eu cumprir minha palavra.
Bjos a todas, comentem!
Histórias e estórias, contos e romances, delírios e sonhos, fantasias para mulheres que acreditam no amor.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Beautiful dangerous
EPISÓDIO 1 – START
Rio de Janeiro, Colégio Nossa
Senhora das Graças, Outubro de 1990.
-- Eu quero ser professora!
– Gisela disse.
-- Professora? Meu pai disse
que professor passa fome! – Dulce disse reprovando a vontade da amiguinha.
-- Ah, então deve ser por
isso que a professora Eva é tão magrinha. – Fernanda pensou alto e as colegas
concordaram.
-- Eu serei rica, famosa!
Modelo, atriz, cantora, aparecer na TV... – Dulce fez pose despertando o riso
das outras.
-- E você Fernanda? – Gisele quis saber.
-- Vou prender bandidos! Vou
trabalhar na policia! – Fernanda disse firme.
-- Mas meninas não trabalham
na polícia! – Dulce exclamou surpresa.
-- Claro que trabalham! Eu quero
prender todos os bandidos, e vou ser a melhor!
Flamengo, Centro do Rio de Janeiro, 20 anos depois.
-- Você sabe que acho isso
um absurdo não é? Um dia de trabalho para ficar posando de boneco Playmobil pra
tirar fotos com o governador. É só um prédio novo! Odeio usar esses terninhos
ridículos e quentes, e essa saia me dá coceira!
Fernanda irritada desabafou com Beto.
-- Ah qual é Fernandão! Tá a
maior gostosa nessa versão do delegado Wellington de cabelos grandes!
Beto fez piada para a fúria da parceira.
-- Ah vai se ferrar Beto!
A reação de Fernanda despertou os risos de Roberto, Carol
e Ferreira. As risadas também chamaram a atenção do Dr. Wellington que se
aproximou com cara de poucos amigos:
-- Será que é pedir demais
que vocês se comportem como gente? Com o mínimo de educação?
-- O que espera de nós? Que
nos agachemos até mostrar a bunda quando o governador passar? Droga eu estou de
calcinha hoje! Não vai dar, vai ter que fazer isso sozinho chefinho.
-- Está de calcinha hoje? Já
é um progresso pra quem usa cueca todos os dias....
Fernanda bufou furiosa e foi a brecha para Ferreira
perguntar quando o delgado se afastou:
-- Isso é verdade? Você usa
cuecas Fernanda?
-- Ah qual é! Isso não é
nada demais ok? São confortáveis, não ficam entrando aqui nessa garagem... Como
essa calcinha por exemplo...
Fernanda se ajeitou puxando a calcinha que entrava entre
as nádegas.
Apesar de ter uma beleza encantadora e incontestável,
Fernanda Garcia era completamente avessa a vaidades femininas que ela entendia
como futilidades ou na sua linguagem fricotes de patricinhas. Seu porte
atlético, exigido para a competente policial que era realçava o que a natureza
lhe concedera. Não era tão alta quanto seus companheiros homens do
departamento, mas seus quase 1,70m eram compostos de um excelente
condicionamento físico, exposto em músculos bem definidos naquela pele morena
carioca. Suas formas podiam ser admiradas nos jeans justos que usava ou ainda
nas areias da praia de Ipanema, nos tradicionais jogos de vôlei de areia os
quais Fernanda praticava desde a adolescência. Suas expressões, seu jeito de
comer, andar, e até de falar não traziam propriamente o traço masculinizado,
contudo, sua feminilidade não estava baseada nos artifícios tão comuns nas
mulheres.
Os discursos das autoridades na cerimônia de inauguração
da nova sede da Delegacia de Homicídios enfatizaram os ganhos e o avanço na
resolução dos crimes de assassinatos cometidos no Rio de Janeiro, unindo
eficiência e tecnologia, eliminando boa parte do acúmulo de trabalho do IML na
cidade e no estado.
-- Isso não era pra ser uma
festa? Por que esse clima de velório? – Carol comentou jogando um salgadinho na
boca.
-- Pura perda de tempo ficar
aqui. – Fernanda resmungou.
-- Ah Nanda, vamos nos
divertir. Vai me dizer que não dá pra rir vendo o petulante do Wellington
lambendo as botas do secretário de segurança?
-- Patético! -Fernanda concordou sorrindo.
Equilibrando-se desengonçada no salto, a policial
caminhou até a mesa do buffet serviu-se de um coquetel de frutas, mas perdeu o
equilíbrio ao se virar, derramando a bebida no vestido de uma bela mulher que
se aproximava da mesa.
O suspiro alto de susto das duas foi simultâneo e imediato.
-- Meu Dior!
A bela ruiva deixou escapar quase como murmúrio.
-- Eu sinto muito, me
desculpe... – Fernanda se atrapalhava tentando limpar o estrago.
-- Não... Não, por favor,
você está espalhando a mancha...
A mulher retrucou se afastando.
-- Vamos até o banheiro,
jogar uma água, limpar isso...
-- Esquece isso só pioraria
tudo, essa seda só pode ser lavada em água morna.
A mulher elegante saiu apressada da festa, deixando
Fernanda constrangida.
-- Acho que a festa acabou
pra ela. – Carol comentou.
-- Foi embora tão
rápido...Eu ia me oferecer para dar um vestido igual novinho...
-- Você está louca? Um Dior?
Deve ser uns três salários seus no mínimo!
-- Que exagero Carol! Ou
não?
-- Não mesmo! A bonitona
deve ser mulher de algum poderoso do governo.
-- Bonitona?
-- Ah Nanda, vai me dizer
que você não reparou?
-- Estava mais preocupada
com os pedaços de uva e damasco descendo pela seda do vestido dela... Uma
dondoca né?
-- Uma dondoca linda vestindo
um Dior legítimo e estragado pelo desastre ambulante que é Fernanda Garcia
andando de salto...
-- Ah quer saber? Por isso
não gosto dessas frescurites de mulher! Se fosse um vestido meu, jogava na
máquina de lavar e pronto! Nada de estragos! Mas aí vem essas patricinhas, “ui
só pode lavar com água morna”. Ah!
Carol sorriu vendo a amiga se afastar entortando os pés
para se equilibrar no salto.
******
-- Eu já vi você Fernanda,
não seja ridícula! Seu cabelo que parece não ter visto pente hoje está
aparecendo, saia debaixo da mesa vamos! – O delegado exortou.
Como uma criança emburrada Fernanda tirou seu tronco
debaixo da mesa acomodando-se corretamente na cadeira.
-- Eu só me abaixei para
pegar a caneta que caiu no chão.
-- Que caneta?
-- É... Não achei, acho que
esse prédio novo tem alguma rachadura ou buraco negro sei lá...
-- Engraçadinha... Vamos,
levante-se, quero que você conheça alguém.
-- Seu cabelereiro? Muito
obrigada, mas, não fico bem com esse corte de aeroporto de pernilongo chefe,
nada pessoal...
Wellington bufou irritado.
-- Se não fosse para meu
prazer calar sua boca que bradava por aí que eu não conseguiria ter uma equipe
de legistas aqui, eu desistiria dessa gentileza, mas, preciso ver sua cara
quando você medir meu prestígio com o governador, que me mandou praticamente um
CSI para minha delegacia...
Fernanda revirou os olhos.
-- Qualé... Eu tenho um caso
de homicídio para resolver sabia? Sou paga pra isso, não para socializar com um
bando de nerds e massagear seu ego gigantesco!
-- É nisso que dá eu ser
gentil... Disse a equipe que apresentaria a melhor policial do departamento, a
que trabalharia mais com eles na resolução dos crimes de homicídio, e olha o
que recebo em troca!
-- Você disse o que?
Fernanda indagou lisonjeada.
-- Ah esquece!
--
Ei ei ei, espera! Vamos lá conhecer os nerds! É bom que eles saibam mesmo quem
sou eu, porque vou pegar no pé deles!
Fernanda saiu à frente, não viu o sorriso vitorioso do
delegado.
************
-- Dra. Letícia essa é
agente Garcia, uma de nossas melhores policiais.
Imediatamente Fernanda reconheceu a mulher elegante do coquetel
de recepção dias atrás.
-- A mulher do Dior... – Fernanda pensou alto, boquiaberta.
-- A estabanada do
coquetel... – Leticia deixou escapar.
--O que está acontecendo
aqui?
Wellington perguntou estranhando o clima.
-- Nada chefe, nada.
Fernanda tentou encerrar a questão. Cumprimentou Letícia
formalmente assim como o resto da equipe de peritos.
-- Dra. Letícia Muller tem
doutorado em ciências criminais em Princeton, e é professora da universidade
federal.
-- Um currículo desses e
aceitou trabalhar aqui?!
Fernanda deixou escapar.
-- Acho que posso contribuir
muito aqui, é um desafio para mim e gosto disso.
Letícia explicou com sobriedade. Fernanda a encarou
intrigada.
-- Bom, o papo está ótimo,
foi um prazer conhecer todos vocês, mas eu tenho um homicídio a investigar. –
Fernanda disse.
-- O laudo da autópsia não
ajudou muito não é? Tenho certeza que se a Dra. Letícia fosse a legista já
teríamos algo mais concreto sobre a arma do crime.
Wellington disse se derretendo para a médica que
imediatamente ruborizou o rosto. Fernanda fez uma cara de nojo e saiu sem se
despedir.
******
Fernanda folheava o resultado de uma necropsia quando
ouviu os burburinhos dos colegas. Ao erguer os olhos viu Dra. Leticia sair da
sala do delegado sob o olhar atento dos demais homens do departamento.
-- Delícia delícia, assim
você me mata! – Beto disse mordendo os lábios olhando para a ruiva.
-- Assim você mata o papai!
– Ferreira concordou com o colega malicioso.
-- Quem é essa deusa saindo
da sala do mala? – Beto cochichou.
-- Mas... Vocês não tem o
que fazer? Bando de fofoqueiros que tal trabalhar ao invés de secar mulher?
-- Ah Fernandão! Olha aquela
gata! Ela tá vindo pra cá! – Beto exclamou ansioso.
-- Bom dia investigadora,
Fernanda não é?
-- Isso. Como vai doutora
Letícia?
-- Bem, obrigada por
perguntar. E você? Como vai aquele caso de homicídio que a preocupava?
-- Estagnado. Não avançamos
em nada. E essa autópsia não nos ajudou muito para descobrirmos a arma do
crime.
-- Posso ver?
Leticia inclinou o tronco deixando o seu decote da sua
blusa na altura dos olhos de Fernanda que involuntariamente fixou o olhar no
belo desenho do colo da médica a ponto de distrair-se com aquela visão.
-- Hum... Interessante... –
Letícia comentou.
-- Muito interessante.
O tom malicioso na fala do parceiro desviou a atenção de
Fernanda.
-- O que foi? Algum peito?
Quer quer dizer algo suspeito?
Fernanda corou visivelmente perturbada. Os parceiros de
trabalho prenderam o riso percebendo a investigadora desconcertada. Letícia
franziu o cenho alheia ao clima de zombaria.
-- Não posso falar em
suspeitos, mas, posso falar sobre a arma do crime.
-- Sério?
Os três investigadores do caso perguntaram juntos.
-- A julgar pelo ferimento,
trata-se de um instrumento perfurante.
-- Ah jura doutora? Estamos
mesmo ferrados... – Fernanda foi irônica.
-- Não se trata de um
instrumento afiado. A lesão causada por ela causou hematomas ao redor do
orifício, isso indica que uma grande força foi imposta para que o instrumento
perfurasse.
-- Isso também nós já
sabíamos doutora, concluímos por isso que procuramos um homem. – Ferreira
comentou desanimado.
-- Concluíram também que a
lesão tem uma circunferência externa menor que a interna?
-- O quê? Como assim?
-- O assassino golpeou o
abdome da vítima, e girou a arma enquanto aprofundava-a e por fim aumentou o
diâmetro da lesão abrindo as pontas da arma, causando a hemorragia que
ocasionou o óbito. – Letícia explicou.
-- Abriu as pontas da arma?
Mas que arma...
Beto
foi interrompido por Fernanda que tirou da sua gaveta uma tesoura e a exibiu:
-- Pontas! – Fernanda
exclamou.
Os colegas acenaram em acordo e rapidamente decidiram
voltar ao local do crime a fim de buscar a arma do crime. Fernanda ajeitava os
cabelos para fora do casaco para sair quando o delegado chegou e a impediu:
-- Agente Garcia, poderia me
acompanhar até minha sala junto com a doutora?
-- Adoraria o prazer de
bater papo na sua sala confortável e bem decorada chefinho, mas o café fica pra
depois, alguém tem que trabalhar nessa delegacia. Tenho uma evidência de crime
para procurar.
-- Agente Garcia, não foi um
convite. O Beto e o Ferreira dão conta de achar uma tesoura numa casa.
-- Mas...
Fernanda tentou argumentar, mas, o delegado insistiu.
-- Agora Garcia!
Pisando firme e sob os risos de gozação dos colegas
Fernanda seguiu Wellington e Letícia até a sala dele.
-- Sentem-se, por favor. –
Wellington apontou as poltronas.
-- Estou bem de pé.
Fernanda disse cruzando os braços. Wellington lançou um
olhar de censura que praticamente empurrou Fernanda para a poltrona ao lado de
Leticia.
-- Chamei vocês aqui por que
se trata de um caso sigiloso. Fui avisado agora sobre um corpo achado há poucos
minutos em uma mansão em Itatiaia. É um caso incomum, e a casa é propriedade de
uma pessoa famosa.
-- E quem é a vítima? –
Fernanda perguntou séria.
-- Ainda não sabemos. Tudo
que se sabe até agora é que se trata de uma jovem.
-- E quem é o dono da casa?
– Fernanda especulou.
-- Alguém público. –
Wellington foi evasivo.
-- Público? Político?
Jogador? Cantor? Ator? Big brother? – Fernanda especulou.
-- Escritora. – Wellington
foi sucinto.
-- Uma escritora pública?
Gente, que escritor é uma pessoa pública nesse país? Eu só conheço Paulo Coelho
de escritor público, o resto já morreu... – Fernanda comentou.
-- Não esperava outra coisa
de você Fernanda. – Wellington deixou escapar.
-- Está insinuando o que
delegado? Que eu não sei ler? Eu tenho mais o que fazer do que ficar lendo
livro de conto de fadas sabia?
Fernanda levantou-se irritada.
-- Não existem só livros de
contos de fada. Livros são informativos, são fonte de cultura, conhecimento
além de uma excelente opção de entretenimento. No Brasil temos muitas
escritoras excelentes...
Letícia explanava sua opinião quando foi interrompida por
Fernanda.
-- Ótimo! Agora a nerd vai
querer me converter à literatura...
-- Contenha suas grosserias
com a doutora Letícia, ela tem toda razão. Mas sua ignorância literária não é a
questão agora. Preciso que vocês me acompanhem até lá. Doutora Letícia eu sei
que a senhora não é obrigada a fazer esse tipo de função, que os técnicos é que
normalmente estão em cenas de crime, mas é uma situação especial...
-- Ah delegado! Por favor!
Não é incômodo nenhum, na verdade eu acho que o meu trabalho deveria sempre
começar na cena do crime. Na minha tese de doutorado eu falei sobre a
importância do...
Fernanda fingiu bocejar alto, indicando está entediada
com os comentários da legista.
-- Vai demorar muito essa
puxação de saco aí? Não temos que subir a serra para investigar um homicídio?
Contrariados pela impaciência da agente, Wellington e
Letícia se renderam.
-- Vamos ou não? – Fernanda
apressou-os.
Enquanto Leticia se levantava, Wellington recebeu uma
ligação.
-- Senhoritas, vocês terão
que ir sem mim. Outros compromissos mais urgentes surgiram.
-- Então vamos doutora? Vou
providenciar uma viatura.
-- Vou pegar meu material e
encontro você na garagem?
-- Viatura? Quer chegar lá
com a sirene ligada também? Qual sua ideia de sigilo Garcia? Discrição!
-- Eu vou ter que ir no meu
carro? Quero um tanque de gasolina!
-- Você conhece o
procedimento, pegue a nota fiscal e me entregue junto com o relatório de
despesas, agora para de me encher e se apresse!
*****************
Na garagem do prédio da delegacia especializada em
homicídios, Fernanda esperava impaciente por Leticia. Resmungava xingamentos a
médica, quando Leticia caminhava elegantemente no alto de seu salto vírgula,
segurando sua maleta. Sob o olhar atento dos policiais que jogavam papo fora
como de costume ali, a legista se aproximou educadamente buscando informações
do carro de Fernanda:
-- Boa tarde policiais.
Estou procurando a agente Garcia...
Leticia foi interrompida por uma buzina irritante.
-- Pode ser pra hoje
doutora?
Fernanda berrou da janela do carro.
-- Ah! Acabei de acha-la.
Leticia disse caminhando até o carro.
************
O trajeto até Itatiaia foi recheado de uma implicância
latente entre Leticia e Fernanda.
-- Como está quente hoje!
Pode ligar o ar condicionado, por favor? – Letícia pediu.
-- Está quebrado.
-- Devíamos ter vindo no meu
carro, mais confortável para uma viagem dessas. Ah! Adoro essa música!
“Last Friday night
Yeah we danced on tabletops
And we took too many shots
Think we kissed but I forgot
Yeah we danced on tabletops
And we took too many shots
Think we kissed but I forgot
Last Friday
night
Yeah we maxed our credit cards
And got kicked out of the bar
So we hit the boulevard”
Yeah we maxed our credit cards
And got kicked out of the bar
So we hit the boulevard”
(Last Friday
Night – Kate Perry)
Mal Letícia terminou o refrão e
Fernanda mudou a estação do rádio. A médica segurou uma careta de desaprovação.
-- Que paisagem linda! Você conhece Itatiaia? - Leticia disse contemplando a vista.
-- Sim.
-- Eu não conheço muito o Rio de Janeiro, apenas
nasci aqui, mas meus pais se mudaram quando eu ainda era criança então não
conheço bem o estado...
-- Olha doutora, não é porque estamos
viajando juntas que somos obrigadas a tricotar pelo caminho, isso é trabalho,
então pode olhar a paisagem que você tanto gostou, por que eu gosto de dirigir
em silêncio.
Leticia engoliu as palavras, e
voltou seu olhar para a paisagem.
Chegaram à mansão em Itatiaia meia hora depois. Fernanda assoviou quando
parou diante da propriedade.
-- Eu devia ter
caprichado mais nas minhas aulas de redação, escrever livros está pagando
melhor do que arriscar a vida prendendo bandido...
-- De fato também estou surpresa. É uma bela
propriedade, deve ser uma escritora muito bem sucedida.
Fernanda
aproximou o carro do portão alto e imponente e se identificou, mostrando o
distintivo para a câmera da guarita. Finalmente no interior da mansão, Leticia
e Fernanda se depararam com o corpo de uma mulher no centro da sala.
-- Decoração de péssimo gosto heim? –
Fernanda disse observando a vítima.
-- Ela era tão bonita... Não deve ter mais de
vinte anos. Meu Deus quem seria tão cruel assim com uma jovem tão bonita?
-- Alguém que tentava fazer espetinho humano
na lareira.
Fernanda
disse calçando as luvas. Leticia fez o mesmo depois de vestir o jaleco. Enquanto
a policial fotografava o local do crime e buscava evidências, Letícia iniciou a
perícia do corpo ali mesmo. Um dos empregados da casa chegou à sala se
colocando à disposição para ajudar.
-- Você é o caseiro? – Fernanda indagou.
-- Sim. Valdeci dos
Anjos, a seu dispor policial. Eu não mexi em nada, assisti na televisão que não
se deve tocar em nada na cena de um crime, pode prejudicar as provas não é? Meu
filho adora essas coisas, assisto com ele...
-- Senhor Valdeci, foi o senhor que achou o
corpo? – Fernanda perguntou.
-- Não senhora. Foi a dona Gisela que achou o
corpo, começou a gritar e eu corri quando ouvi os gritos.
-- E dona Gisela é a sua patroa?
-- Sim senhora.
-- Você conhecia essa moça?
-- Não senhora, nunca vi.
-- Onde está a dona Gisela?
-- Está com o doutor Erich, no quarto dela.
-- É o marido dela?
-- Não, é o agente dela. Dona Gisela não é
casada.
-- Alguém mais na casa quando o corpo foi
encontrado?
-- Não senhora. Só dona Gisela.
-- Preciso falar com ela. Você pode chama-la?
Antes
que o caseiro pudesse responder, um homem baixo, de cavanhaque, descia as
escadas se antecipando ao pedido de Fernanda:
-- A dona Gisela está
indisposta, está em estado de choque na verdade. Pedi que o médico dela viesse
vê-la, assim que ela puder, ficará feliz em colaborar para que essa barbaridade
seja esclarecida o mais rápido possível. Valdeci você já pode ir para seus afazeres.
-- Senhor Valdeci fique, ainda tenho
perguntas. E o senhor quem é? – Fernanda indagou apertando os olhos encarando
Erich.
-- Erich Rezende, eu sou agente da Gisela.
Cuido dos assuntos profissionais dela, faço as vezes de assessor de imprensa,
empresário, amigo, entende não é?
A expressão de Fernanda não foi nada
amistosa, se quer apertou a mão de Erich com a desculpa de estar usando luvas
contaminadas. O agente de Gisela, como se autodenominou era o estereótipo do
“almofadinha” com uma pitada de canalhice, daqueles que se julgam poderosos mas
que na verdade não passam de sujeitos mentirosos e interesseiros.
-- Não senhor Erich,
eu não entendo. O senhor também faz as vezes de advogado de dona Gisela?
-- Não, eu não sou
advogado...
-- Bom saber, então é
melhor avisar a sua chefe que a policia precisa falar com ela agora.
-- Eu já expliquei...
– Erich tentou argumentar.
-- Eu ouvi. Mas,
excetuando a condição de dona Gisela estar inconsciente ou muda, eu quero falar
com ela agora visto que ela é a única pessoa que estava aqui nessa casa quando
essa jovem foi assassinada.
-- Policial a senhora
sabe de quem estamos falando? Seus superiores parecem não ter deixado clara a
delicadeza dessa situação. Gisela é uma pessoa pública, o nome dela não pode estar
envolvido nesse crime...
-- Senhor Erich estou
ciente que sua patroa é uma pessoa famosa, apesar de não saber quem é ela, pela
grana que ela tem a julgar por essa mansão, ela deve ser uma celebridade. Mas,
aquela menina ali, uma anônima é a minha preocupação aqui.
-- Vou ligar
imediatamente para o secretario de segurança do estado, imaginei que mandassem
as pessoas mais qualificadas, ao invés disso mandaram uma brutamontes!
Enquanto a policial e o agente
mediam forças, Leticia se aproximou de Fernanda.
-- Tenho algumas
hipóteses da causa da morte. A arma do crime deve ser algum atiçador daqueles
perto da lareira. Vou usar o luminol para buscar sangue nas peças. Pelo que
examinei o óbito ocorreu a cerca de oito horas.
--
Oito horas? Porque demoraram tanto para contatar a policia? – Fernanda retrucou
indignada.
-- Tem algo que você precisa ver.
Leticia
exibiu uma marca de ferro quente com um símbolo no peito da vítima.
-- O que é isso afinal? Uma cruz? – Fernanda
perguntou.
-- É um dos símbolos
da Nova Era, para muitos considerados uma seita. É uma cruz com um laço na
ponta superior, simboliza o fim do casamento, representado pela letra Ômega.
Os adeptos da seita dizem que o ser humano não deve pertencer a nenhuma
família, mas deve ficar livre para buscar outros parceiros.
Fernanda franziu o cenho diante da
explicação de Letícia.
--
Seita? Nova Era? Mas que porra é essa?! Você é membro dessa seita?
--
Não, eu li algo em um livro...
--
“A nova face da morte”. Descrevi essa seita nesse livro.
Uma bela mulher descia as escadas,
visivelmente abatida, mas isso não ocultava seu deslumbre. O robe de seda cobria
seu corpo esguio. O cabelo Chanel moderno parecia desalinhado, o rosto denunciava
a maquiagem borrada do dia anterior. Os olhos puxados davam aquele rosto pálido
e magro traços orientais.
--
Você descreveu? Mas esse livro é da Catherine Morgan! – Leticia afirmou.
--
Meu pseudônimo. Minha editora achou que Gisele da Silva não ia atrair
credibilidade. - Gisele explicou.
-- Ai meu Deus! Eu
sou sua fã! Li todos os seus livros! Agente Garcia, ela é considerada a nova
Agatha Cristhie! Nunca leu os livros dela?- Letícia de empolgou.
--
Espera aí... Gisele da Silva? – Fernanda perguntou.
--
Sim, esse é meu nome.
Gisele respondeu apoiando-se no
corrimão.
--
Gisele calça molhada?! – Fernanda insistiu.
--
Ai meu Deus! Quem é você? Como você sabe disso?
Fernanda gargalhou.
--
Sou eu, Fernanda sua tonta! Não se lembra de mim? Era sempre eu que escondia
sua calça extra na minha mochila e te salvava da zuação dos meninos!
--
Nanda?!
Gisele correu para abraçar a amiga
de infância. Por alguns minutos se esqueceram que estavam na cena de um crime.
Mas logo Gisele foi sugada para aquela tragédia. Percebendo o transtorno da
escritora, Fernanda perguntou:
--
Quem era ela Gi?
--
Sabe o que é pior Nanda? Eu não sei.
--
Como assim não sabe?
Gisele claramente sem graça encarava
Erich que prontamente interrompeu.
--
Você não tem que falar nada Gisele.
--
Gisele de boa, é melhor você começar a falar.
Fernanda disse irritada afastando
Gisele de Erich.
--
Eu já pedi para o delegado enviar o rabecão para levarmos o corpo. - Letícia avisou.
--
Gisele você disse que falou de uma seita no seu livro, consegue identificar
esse símbolo?
--
Meu Deus! Claro!
--
É o mesmo símbolo que o assassino do seu livro deixava marcado nas vitimas não
é?
Letícia perguntou.
--
É. – Gisele respondeu abalada. – Ela foi morta pelo atiçador de fogo da
lareira?
--
Só a necropsia dará a confirmação, mas a lesão parece compatível. Exatamente
como no livro não é?
--
Vocês estão me dizendo que o assassino está imitando seu livro?
Fernanda perguntou atônita.
--
Isso é especulação, Gisele você não pode se abalar assim.
--
Não posso? Está louco Erich?! Essa menina foi morta na minha casa, exatamente
como descrevi em uma obra minha!
Gisele berrou. Nesse momento, os
técnicos da equipe de Leticia removeram o corpo.
--
Gisele nós precisamos contatar a família dela. Você tem alguma informação a
respeito dela? O que ela fazia aqui?
Fernanda insistiu.
--
Qual é seu problema policial? Já disse que a Gisele não vai responder nenhuma
pergunta!
--
Erich chega! – Gisele bradou. – Obrigada por vir, mas eu quero conversar com a
Fernanda.
Fernanda olhou vitoriosa para o
agente.
--
Você precisa de um advogado para depor! – Erich falou com os dentes trincados.
--
Eu não tenho nada a temer! Não fiz nada de errado! Tenho certeza que a Fernanda
se tornou a melhor policial de todas, ela me protegeu quando eu precisei, posso
confiar nela.
Gisele disse olhando para Fernanda,
que acenou em acordo.
--
Pois bem, não tenho mais nada a fazer aqui.
Erich saiu batendo a porta com
violência.
--
Agora somos só nós Gi.- Fernanda disse.
--
Rham ram... – Letícia pigarreou.
--
Algum problema a doutora Letícia escutar o que você vai me dizer?
--
Não.
Acomodaram-se em outra sala com uma
sacada para o jardim da casa.
--
Então Gi, como você explica uma garota assassinada na sala de sua casa,
exatamente da mesma forma que você escreveu, e você nem ao menos sabe quem é
ela? – Fernanda indagou.
--
Não sei quem é ela, mas sei o que ela estava fazendo aqui. – Gisele suspirou
alto – Conheci essa garota ontem, em um bar em Resende. Eu não moro aqui, há
anos não vinha para cá, estou aqui para escrever meu novo romance, estava
dirigindo meio sem rumo e parei nesse bar, música boa, fiquei por lá quando ela
se aproximou de mim.
--
Sobre o que é seu próximo romance? – Leticia perguntou.
--
O quê?! Doutora, por favor!
Letícia se desculpou com um gestou e
sinalizou silêncio, dando permissão para Gisele prosseguir o relato.
--
Continuando... Ela se aproximou de mim, ofereci uma bebida, e quando percebemos
estávamos praticamente só nós no bar. Ela descobriu que a carona dela a tinha
deixado e então ofereci uma carona e bem...
Gisele ruborizou, hesitando
continuar a narração.
--
E? – Fernanda incentivou.
--
Nós ficamos no carro e viemos parar aqui em casa!
Os olhos verdes arregalados de
Letícia beiraram a comicidade, Fernanda foi a primeira a perceber e conter o
riso.
--
Aqui em sua casa, o que aconteceu?
--
Ah Nanda... Preciso mesmo dizer?
--
Gi assim eu vou deduzir que vocês transaram...
--
Deduziu certo. Nós ficamos juntas a noite toda, até amanhecer praticamente.
Depois caí no sono e achei que ela também. Mas acordei duas horas depois, cerca
de 10 da manhã, a procurei, e encontrei-a aqui na sala do jeito que vocês
viram.
--
Você não escutou nada? Ela teve uma morte violenta, não é possível que não
tenha lutado, gritado... – Fernanda argumentou.
--
Nanda eu bebi muito ontem, tenho sono pesado, meu quarto é um dos últimos do
corredor, propositalmente, por que preciso de silêncio absoluto para escrever,
não escuto nada mesmo normalmente, imagine de ressaca...
--
Minha amiga você vai precisar de um advogado...
Fernanda disse colocando a mão no
ombro de Gisele.
--
Alguém mais na casa? O caseiro não escutou nada? Alguma movimentação de
estranhos? Precisamos das fitas de segurança da casa...
Fernanda mais pensou alto do que
propriamente perguntou a dona da casa.
--
Dona Gisele, no seu livro, o assassino dopou a vítima para fazer o ritual, se
ele imitou seus escritos, provavelmente ele entrou em seu quarto, onde a vítima
estava e a trouxe para cá, onde cometeu o crime. – Letícia concluiu.
--
Se isso aconteceu, o assassino teve livre acesso na casa, e passou muito tempo
aqui, como o caseiro e os seguranças não notaram a entrada e saída dele? –
Fernanda especulou - Doutora quando teremos a confirmação sobre a vítima ter
sido dopada?
--
Amanhã mesmo, mas a investigação do tipo de substância empregada demorará um
pouco mais, se o assassino for fiel aos escritos, já sabemos de qual substância
estamos falando. – Leticia respondeu.
--
Gi, você se lembra de algo que nos ajude a identificar a vítima? Sabemos que
ela é de Resende, mas isso não basta.
--
Resende é muito frequentada por mulheres por causa da academia dos Agulhas
Negras. Ela pode não ser de lá. – Gisele rebateu.
--
Droga, isso é verdade! – Fernanda lamentou. Teremos que esperar a família
procura-la.
--
Nanda você não acha que sou uma assassina não é? – Gisele perguntou angustiada.
--
A minha função Gisele não é achar algo, eu tenho que acreditar nos fatos e nas
provas que encontro. Sua história está cheia de lacunas, isso vai complicar as
investigações, procure um advogado, você vai precisar de orientação.
Gisele acenou em acordo. Um forte
vento anunciou a chegada de uma tempestade, apressando Leticia e Fernanda.
--
Precisamos retornar ao Rio antes da tempestade. – Fernanda disse.
--
Nosso trabalho ainda não acabou, se a tese de que o assassino está imitando o
livro estiver certa e ele esteve no quarto da Gisele, precisamos procurar
alguma evidência lá também. - Letícia disse.
Subiram até o quarto de Gisele,
atentamente, Fernanda e Letícia observavam o cômodo, com uma lupa, a policial
buscava vestígios pelo carpete quando escutaram um barulho vindo do closet.
Gisele se recolheu assustada.
Fernanda sacou sua pistola, fez sinal de silêncio indicando para as outras duas
que se afastassem.
Fernanda silenciosamente e pronta
para disparar a arma caminhou em direção ao barulho que escutara. Em um
movimento rápido abriu as portas do closet se surpreendendo com uma mulher
encolhida no meio dos sapatos.
--
Polícia! Levante as mãos e saia daí agora!
A mulher assustada, trêmula,
levantou-se sem erguer a cabeça, com os olhos fechados, a loira falou:
--
Não me mate! Eu juro que sou uma boa pessoa, eu juro que não fiz nada errado,
só me escondi aqui, mas não roubei nada, eu juro! Meu nome é Dulce Gallardo, sou
repórter da revista Faces, não sou bandida.
Fernanda soltou um riso incrédulo.
--
Dulce Gallardo? Dulcinha?
A repórter abriu apenas um dos olhos
e viu Fernanda, a essa altura a policial já guardara a arma e estava com as
duas mãos na cintura.
--
Nanda?
--
Você não toma jeito mesmo né? Tem chamariz pra confusão!
Dulce relaxou finalmente quando
Fernanda sorriu.
--
Que merda você está fazendo aqui, ou melhor, o que você fazia aí escondida?
--
Ai Nanda eu estava no faro de uma reportagem. Fiquei sabendo de fontes seguras
que essa é a casa que Catherine Morgan está hospedada para escrever seu novo
best-seller. Ninguém nunca viu essa mulher, ela nunca deu uma entrevista
revelando seu rosto, ninguém sabe quem ela é! Não tive dúvidas, consegui entrar
na casa e estava esperando uma oportunidade para escapar, acabei ficando presa
aqui...
Fernanda balançou a cabeça
negativamente e disse:
--
Ow capacidade de se meter em encrenca! Venha, vamos completar esse reencontro
do Nossa Senhora das Graças... Só está faltando a irmã Conceição...
As duas riram.
--
Gi, olha só quem eu achei no armário.
Fernanda empurrou Dulce.
--
Gi? Gisele?
Gisele franziu o cenho.
--
Dulcinha?
As amigas de infância se abraçaram.
--
O trio do terror junto de novo! Isso não é o máximo?!
Dulce disse empolgada, Fernanda
sacodiu a cabeça enquanto Gisele sorria. Em alguns minutos, as amigas de
infância iteraram uma a outra sobre a justificativa da presença de cada uma
ali.
--
Espera um pouco... Gisele você é a Catherine Morgan?
Gisele acenou em acordo para o
delírio da repórter.
--
Obrigada meu Deus! Minha carreira finalmente vai decolar!
--
Ei, calma aí! Dulce você ouviu o resto da história? Houve um assassinato aqui,
e bem, você invadiu a propriedade alheia, está na cena de um crime bizarro. Eu
não chamaria isso de ascensão na carreira, você e Gisele estão encrencadas!
--
Não se eu salvar a nossa pele...
--
Do que você está falando sua doida?! – Fernanda interrogou.
--
Se o assassino entrou nesse quarto, ele aparece nas imagens da minha câmera...
--
Câmera? Você estava filmando esse quarto?! – Gisele perguntou exaltada.
--
Para mim era a Catherine Morgan...
Dulce tentava se explicar.
--
Pelo jeito teremos uma sessão erótica hoje...
Fernanda disse encarando Gisele.
--
Não mesmo! Dulce eu vou te matar! E depois te processar e depois te esganar...
Gisele falava rápido sem pausa para
respirar.
--
A sequência correta seria primeiro processá-la, depois esganá-la e isso poderia
ser a causa da morte...
--
Pelo amor de Deus! Doutora qual é o seu problema?! Agora vai orientar a outra a
cometer um crime?! – Fernanda bradou.
Letícia mexeu as sobrancelhas mostrando
arrependimento.
--
O que você pretendia filmando minha intimidade Dulce? Talvez vender isso para
os tabloides do mundo todo? Não! Ia me chantagear em troca de uma entrevista
exclusiva?
Gisele indagava indignada.
--
Não! Quer dizer... Ah! Eu queria uma foto só, mas ouvi o barulho me assustei e
deixei a câmera ligada, não podia imaginar que você ia protagonizar uma noite
tórrida de paixão lésbica... – Dulce tentava se justificar.
--
Ora sua...
Gisele furiosa avançou na direção de
Dulce.
--
Ei! Calma aí garotas! Já tivemos um assassinato nessa casa, já está de bom
tamanho! – Fernanda segurou Gisele.
Enquanto a policial tentava conter
os ânimos das amigas de infância, um garoto de cerca de doze anos apareceu na
porta do quarto.
--
Com licença Dona Gisela.
--
Oi Benjamim.
--
Meu pai pediu para avisar que houve um deslizamento e as estradas estão
interditadas.
--
Putz... – Fernanda lamentou.
--
Obrigada Benjamim. Peça a sua mãe para preparar algo para o jantar, teremos
convidadas, e peça também para ela arrumar o quarto de hóspedes.
--
Não podemos passar a noite aqui. – Fernanda disse.
--
Qual seu plano agente Garcia? Dormimos no seu carro super confortável e sermos
tostadas por um raio? – Letícia indagou.
Fernanda bufou revirando os olhos.
--
Vou avisar ao delegado. E Dulce, prepare sua câmera, a sessão erótica de cinema hoje é por sua conta.
--
Não! Ninguém vai ver essas imagens! – Gisele reagiu.
--
Gi melhor que vejamos aqui do que na delegacia, não acha? Assim editamos logo e
deixamos só as imagens do assassino. – Fernanda argumentou.
--
Temos outro motivo importante para identificar o quanto antes o assassino, por
que se ele for fiel ao livro, ele vai continuar caçando suas vítimas. – Letícia
comentou.
Gisele acenou em acordo.
--
Então senhoritas vamos resolver esse crime! – Letícia disse animada.
Continua...
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