quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

LEIS DO DESTINO: 2ª FASE - Capítulo 21

2.21 In dubio pro reo
No Direito: na dúvida, pelo réu. A incerteza sobre a prática de um delito ou sobre alguma circunstância relativa a ele deve favorecer o réu. 


            Natalia se angustiava a cada hora que passava sem notícias de Diana. O celular da loirinha desligado só contribuía para a apreensão da promotora que não calculava as consequências daquela conversa entre pai e filhos. Natalia sabia que se tratando de Acrisio Toledo, tudo de pior podia se esperar.

            A noite chegou e com ela a aflição da morena tomou uma proporção maior, ao entrar no apartamento de Diana ouviu um barulho pouco familiar vindo do estúdio da loirinha.

            Temerosa, Natalia abriu com cuidado a porta, se deparando com Diana sentada no chão, encostada na parede, assistindo a um filme antigo projetado à sua frente.

            Natalia reconheceu o homem nas imagens, Acrisio devia ter por volta de trinta anos e a menininha de cachos dourados, sapeca, deduziu que se tratasse de Diana. O vídeo era comum, um registro de um domingo qualquer em família, nada de diferente de muitos vídeos caseiros, o estranho naquele enredo era o personagem principal. Natalia nunca imaginara Acrisio em uma cena daquelas: rolando na grama brincando com os filhos, o áudio captava a voz de Alice que orientava:

- Diana, ele tem cócegas no pé! Vai lá ajuda seu irmão a se soltar!

            A menininha de pernas curtas com cara de travessa peneirava os dedos na planta do pé do pai, fazendo com que este se contorcesse em meio a risos, a bagunça só mudou de cenário quando Acrisio arrastou os filhos para um salto na piscina.

            “Só podia ser outro homem”. Era o que Natalia pensava. De repente, a promotora se deu conta que Diana nunca falara da sua infância com o pai, era verdade que a loirinha sempre se reservava de alguns assuntos, evitava uns e em outros ela era econômica nos detalhes. Por isso, Natalia se questionava sobre o porquê da sua amada assistir tal vídeo justamente naquele dia tenso. Olhou para Diana imóvel naquele canto com o rosto banhado em lágrimas, e sua face alva denunciava as marcas de um pranto longo.

- Di? Meu amor o que houve?

            Natalia disse se agachando para sentar-se ao lado de Diana.

- Liguei a tarde toda até agora pouco, estava preocupada com você. Faz tempo que chegou?

            Como se não estivesse presente, Diana não respondeu. Parecia transportada para aquele filme, com um semblante que beirava um estado hipnótico.

- Diana? Meu amor?

            Natalia girou o pescoço da loirinha e finalmente encontrando os olhos da morena despertou daquele transe, se entregando aos braços da promotora, permitindo-se desabar em lágrimas carregadas de uma dor inexplicável.

            A morena abraçou forte Diana, como se quisesse puxar para si um pedaço da dor que consumia sua amada. Não sabia o que acontecera, mas, o estado da loirinha intensificou o ódio que Natalia sentia por Acrisio, atribuiu a ele a culpa por encontrar Diana daquela forma.

            Depois de minutos recostada e consolada por Natalia, Diana repetiu o que para a morena parecia completamente sem sentido:

- Eu quero meu pai de volta Nat... Quero-o de volta...

            Natalia mesmo sem entender o comportamento da loirinha, a acolheu ternamente, até senti-la mais calma para pedir:

- Meu amor, você deve estar cansada. Venha, vou te preparar um banho relaxante, e algo para comermos, quem sabe assim você se sinta melhor para me contar o que está acontecendo.

            Diana assentiu. Sob os cuidados afáveis da promotora, a loirinha se deixou ser acalantada naquela banheira de espuma. Com desvelo, Natalia massageava as costas de Diana, espalhando óleo perfumado, tais gestos não se configuraram só em um afago revigorante das forças físicas de Diana, sugadas por aquela tarde dramática, mas era também um abraço na sua alma machucada.

            Natalia não cobrou explicações naquele momento, manteve seu carinho derramado nos gestos suaves, no amor pacificador exposto na delicadeza das suas mãos, e no zelo colocado na escolha dos ingredientes daquela massa que rapidamente preparou para o jantar.

            Refeita das emoções densas que lhe abalaram, Diana se deleitou no colo de Natalia após o jantar, e segundo seu ritmo, narrou o encontro com Acrisio.

- Foi isso. Eu que temia a ira e a crueldade do poderoso Acrisio Toledo foram surpreendidos com a memória dos fatos do homem que um dia amei como pai, que um dia foi meu herói.

- Di, eu entendo que todas essas revelações tenham tocado você profundamente, que tenha te confundido, remexido nas feridas que você se quer deixava que fossem vistas. Compreendo que esse abismo entre vocês não foi construído de um dia para outro, mas isso não apaga os motivos pelos quais Acrisio deixou de ser para você um herói. Você sabe que ninguém é todo bom, ou todo mal. Ele pode ser o pai amoroso, protetor, mas com a condição que você seguisse as regras dele. Foram essas regras que afastaram vocês, você sabe disso não é? Ou você aceitaria as práticas dele, os métodos dele se você continuasse sendo para ele o anjinho perfeito?

- Natalia você não está entendendo. Estou falando do meu pai, não estou falando do mesmo Acrisio Toledo que você está processando. O que narrei nada tem haver com os crimes que ele praticou. Estou falando da minha relação com ele. Pela primeira vez eu me questionei hoje quantas vezes eu me fechei para ele, eu apaguei da minha mente todas as tentativas que ele fez de se aproximar de mim. Eu levei grande parte da minha vida, ou seja, toda minha adolescência, dedicando todas as minhas energias para provoca-lo, irritá-lo, magoá-lo. Inconscientemente eu me comportava como aquela criança que tinha a esperança de matar o monstro que se apossou do meu pai e tê-lo de volta finalmente.

- Ele tentou mesmo se aproximar de você, te entender? Di, um homem que chantageou e usou a filha para seus propósitos políticos, que condenou você por sua homossexualidade é mesmo alguém capaz de te entender?

- Nat, você conheceu o pior lado do meu pai e sofreu com esse lado. Não há defesa para o que ele fez contra nós. Mas, sabe... Analisando meu retrospecto, meu pai não foi um louco preconceituoso ao afirmar que eu me “tornei” lésbica só para atingi-lo.

- Meu amor não o justifique por isso... Ele disse que era mais uma moda sua!

- Nat, eu criei sim muitas “modas” só para provoca-lo. – Diana calou e sorriu – Houve uma época que inventei de ser gótica, andava de roupas pretas, maquiagem pesada, e vivia às noites nos cemitérios com uma turma muito doida.

- Credo Diana!

            Diana gargalhou com a careta de Natalia.

- Meu pai ficava possesso de raiva! Uma das noites ele foi me buscar no cemitério, me mandando parar de atinhar as pobres das almas.

            Foi a vez de Natalia gargalhar.

- Depois disso enjoei do estilo e me tornei vegetariana, e com isso, me associei a um grupo de ecologistas, e liderava manifestações contra a morte dos animais, e adivinha onde eu cismei de fazer um protesto?

- Tenho medo até de supor.

- Em frente ao frigorífico do papai, onde ele abatia o gado de corte.

            Natalia arregalou os olhos.

- Para minha sorte, como eu era menor de idade, não fui presa, e não apanhei na confusão porque os seguranças do meu pai me arrastaram para dentro do frigorífico. Minha onda vegetariana acabou quando inaugurou o Mc Donalds vizinho ao meu colégio.

            Natalia riu meneando a cabeça.

- Foi a vez de arriscar outra estratégia, e resolvi dar uma de budista. Vivia cantando mantras com um incenso na mão, distribuindo flores no aeroporto e nos comícios do papai também, logicamente isso não tinha nada demais, até eu aparecer em uma reunião do meu pai com fazendeiros do estado. Nossa, as veias do rosto do meu pai pareciam saltar quando me viu.

- Sua mãe não tentava te impedir?

- Minha mãe até se divertia com minha criatividade. Vivia repetindo que eu tinha talento para atriz. Acalmava meu pai dizendo que eu fazia tudo isso para chamar a atenção dele. E muitas vezes meu pai me procurou tentando conversar comigo, me propunha até viajarmos juntos, só nós dois, mas isso despertava ainda mais minha revolta, eu berrava que ele não ia conseguir me comprar. E logo eu surgia com outra moda.

- Por que Di?

- Eu não sei Nat. Hoje me dei conta pela primeira vez que eu simplesmente declarei meu pai um inimigo e me fechei para qualquer chance de me entender com ele. Quando eu tinha recaída nessa postura de guerra, especialmente com os conselhos da mamãe, eu ficava sabendo de algum absurdo que meu pai cometera contra algum rival político, ou aliança com um juiz corrupto e aí a barreira crescia de novo e eu inventava uma moda nova. Fui rockeira, hippie e até naturalista tudo isso em um prazo de dois anos.

- E depois gay. – Natalia completou.

- Isso pareceu para meu pai a resposta às preces dele porque foi o período mais tranquilo em minha vida, no qual não me preocupei em bolar formas mirabolantes para afrontá-lo. Tudo que eu queria era estar com Bruna.

- Bruna?

- É, Bruna. A primeira que amei. Ela era novata no colégio, uma patricinha típica. A mais linda de todas. Nossa como ela me irritava! Pelo simples fato de existir! Aquelas roupinhas enfeitadas, tudo muito rosa combinando, até mesmo a maquiagem. Para meu desespero, o pai de Bruna se tornou um dos principais aliados do meu pai, ele era representante de uma multinacional e logo já fechou negócios com o papai, o que aproximou as famílias, consequentemente, nós duas.

- E vocês se apaixonaram perdidamente. – Natalia disse sarcástica.

- Sim. Era aquela coisa adolescente gigantesca! Se o primeiro amor adolescente é um drama de novela mexicana, você imagina o primeiro amor adolescente lésbico! Bruna me deu a paz que eu precisava, direcionei minhas energias para coisas saudáveis, por causa dela me apaixonei por fotografia. Fazíamos tudo juntas, estudávamos, brincávamos nos amávamos... Eu já conseguia até manter um diálogo sem agressões com o papai, que já considerava a ideia de deixar eu fazer intercâmbio na Europa. Esse era meu plano com Bruna, irmos estudar fora do país, morarmos juntas. Tudo estava dando certo...

- Até que...

- Até que meu pai nos flagrou na piscina. Recusei a viagem familiar para curtir um feriadão inteiro brincando de casinha com Bruna. Meu pai voltou antes, e adivinha? Saiu farejando meu “delito” até achar o que procurava.

- Meu Deus!

- A única coisa que ele disse foi: “Bruna volte para sua casa, você não merece ser mais uma arma dessa daí para me atingir”. Coitada, saiu assustada da minha casa, enquanto meu pai pela primeira vez usou de força para me punir. Vi ódio nos olhos dele. Meus irmãos foram castigados pelas estripulias vez por outra na infância, sabiam o que era o peso do cinturão do senador Acrisio, mas em mim ele nunca tocou. Mas nesse dia, ele me surrou como se quisesse compensar por todas as vezes que não me bateu.

            Natalia segurou a mão de Diana compadecida com o relato.

- Aquela surra doeu muito menos do que ficar exilada de Bruna. Acho que meu pai mesmo tomou a iniciativa de ligar para mamãe pedindo que ela retornasse antes quando viu o estrago que ele deixara no meu corpo. Certamente mais pelo meu estado emocional do que pelos machucados, adoeci, tive uma febre tão alta, que delirava chamando pela Bruna. Minha mãe não conseguiu trazer a Bruna para me visitar, nem tampouco convencer meu pai a me deixar voltar para o mesmo colégio. Fiquei incomunicável, isolada no meu quarto por dias. Só consegui falar com Bruna quase um mês depois, quando fui capaz de fugir de casa quando meu pai viajou a Brasília.

- Você foi procura-la na casa dela?

- Não. Fui ao colégio, achei que lá seria mais fácil falar com ela. E foi. Mas foi também uma das maiores decepções da minha vida vê-la aos beijos com um dos garotos mais populares da escola, que sempre deu em cima dela.

- Que vaca! – Natalia deixou escapar.

- Bruna não resistiu ao primeiro obstáculo que se levantou contra nós. Ficou tão assustada com as possíveis consequências de assumirmos nossa relação, que se refugiou aceitando o pedido de namoro do playboy na semana seguinte ao flagrante do papai. No dia que eu a vi com o namorado eu senti meu mundo desabar, meu impulso foi de arrastá-la, tirá-la dos braços dele. Mas, quando ela notou minha presença, seu olhar de pânico me fez recuar. Aquela menina apavorada não enfrentaria nada por mim. Ela não deu um passo em minha direção. Continuou nos braços do cara, pálida, enquanto eu experimentava uma dor excruciante. Ainda tive o impulso de ao menos me aproximar dela para ver a reação, mas minha mãe me impediu, quando notou meu desaparecimento supôs onde eu estaria.

- Depois disso, vocês nunca mais se falaram?

- Não. Ela me mandou uma carta quando soube da minha transferência do colégio. Desejou-me toda felicidade do mundo com alguém que tivesse coragem de me amar como eu merecia, pediu-me perdão pela covardia e finalizou dizendo que sempre ia me amar. Não respondi, eu estava muito magoada com ela. Minha mãe convenceu meu pai a me deixar fazer intercâmbio no exterior, assim, terminei meu ensino médio fora do país. Passei um ano nos Estados Unidos e um ano em Londres, se restava dúvidas na minha sexualidade, lá eu consegui mais algumas. Tive namoradas, namorados, conheci pessoas maravilhosas, lugares incríveis, me apaixonei ainda mais por fotografia, fiz curso de DJ. Amadureci em dois anos o suficiente para traçar minhas metas de vida.

- E por que voltou ao Brasil? Por que não fez faculdade por lá? – Natalia quis saber.

- Adivinha? O senhor Acrisio não deixou! Eu caí na besteira de contar meus planos de fazer faculdade de arte visual, ou cinema, queria algo ligado à fotografia. Meu pai disse que não ia sustentar minhas loucuras, ordenou que eu voltasse ao Brasil, e fizesse faculdade de Direito como sempre planejou para mim. Acatei a decisão dele, não só a pedido de minha mãe que prometeu me ajudar a continuar me especializando em fotografia, mas também, por que eu tinha acabado de conhecer a Julia. Logicamente ela não quis nada comigo, eu era uma adolescente de dezoito anos, mas eu estava completamente fascinada por ela, pela inteligência, pela arte dela. Achei não seria tão ruim voltar ao Brasil, estudar em São Paulo longe dos olhos do meu pai, protegida por minha mãe, teria a chance de conquistar a Julia, o que só aconteceu dois anos depois.

            Diana sorriu ao lembrar.

- Você passou todo esse tempo tentando conquistar a Julia?! – Natalia exclamou enciumada.

- O que você esperava? Julia já era uma mulher madura, com quase trinta anos, uma artista muito bem relacionada, culta, e eu uma universitária que vivia promovendo festas e farras. Nos dois anos que fiquei nesse jogo de conquista com ela, me relacionei com outras pessoas, inclusive no triângulo com Lucas e Pedro. Mas, como sempre era Julia que me chamava à razão, quando defini minha situação com os meninos e comecei a pegar geral as meninas, Julia me deu aquela lição que me arrasou moralmente e me fez cair de quatro de vez por ela.

- E aí você a conquistou?

- Ela me conquistou né Nat? Estava enlouquecendo com a rejeição dela já, até que desabafei dizendo que eu não era mais uma menina, que eu a desejava como mulher, que estava apaixonada e que se ela não me expulsasse da casa dela eu iria agarrá-la e provar isso. Ela não se moveu, sorriu pra mim e eu a beijei. E aí começamos a namorar.

- É você era mesmo apaixonada por ela.

            O comentário de Natalia veio carregado de ciúme, fato que não passou despercebido por Diana.

- Você se lembra de que eu a deixei por sua causa não lembra?

            Natalia acenou em acordo.

- Então desafaça esse bico doutora.

- Meu amor, como seu pai reagiu à conversa quando seu irmão falou das denúncias?

- Imaginei que a reação ia ser pior. Ele acusou o Danilo de estar louco claro. Mas o pano de fundo de nossa discussão familiar deixou isso em segundo plano.

- O que acha que ele vai fazer agora?

- Não faço a menor ideia Nat. Eu sinto ao tentar entender aquele homem como duas pessoas distintas: o meu pai que eu nem sabia que ainda existia em Acrisio Toledo e um escroque da pior qualidade, doente pelo poder.

- Di você considerou a possibilidade dele ter apelado para essas lembranças para amolecer você? Não acha que ele pode estar usando isso para dissuadir vocês a não prosseguirem com essas denúncias?

- Natalia você se esqueceu de quem estamos falando? Acrisio Toledo não precisa apelar para sentimentalismo para conseguir o que quer. O método dele inclui ameaça, intimidação e violência. Ele nunca se faria de coitado para despertar nossa compaixão. A empáfia dele não permitiria isso. Além do mais, Danilo revelou que já havia entregado as provas, ele tentou me chantagear voltando a ameaçar você e sua família um ano atrás e nada conseguiu, ele não tinha motivos para apelar à nossa sensibilidade.

- É muito surreal para mim tudo isso. Imaginar algum traço de humanidade e generosidade em Acrisio Toledo é completamente o oposto do que vejo nele.

            Diana baixou os olhos, voltando às suas reflexões acerca daquele dia. Natalia se policiava para não deixar seu julgamento acerca do pai da sua amada não ferir o amor de filha que se aflorava surpreendentemente em Diana.

- Meu amor, vamos tentar descansar um pouco. Foi um dia intenso, ontem você não dormiu bem e isso tudo é só o começo de dias tensos que enfrentaremos.

- Minha cabeça não para Nat. Tudo que estava submerso no meu subconsciente das minhas memórias com ele está vindo à tona sem que eu busque. Quanto eu tenho de culpa por ter expulsado meu pai da minha vida, e ter deixado só o monstro se relacionar comigo?

- Meu amor não há culpados nisso. Você era só uma criança e depois uma adolescente carente de um amor que se acostumou a ter e de uma hora pra outra teve que achar uma justificativa para não tê-lo mais.

- Nat, se eu tivesse ouvido meu pai em pelo menos uma das vezes que ele me procurou? Será que até mesmo essas atrocidades que ele cometeu a vida toda não seriam evitadas se eu estivesse do lado dele, com a confiança dele, apontando os erros dele?

- Diana não faça isso com você mesma! Não carregue essa culpa absurda, não tem sentido nisso.

            Natalia abraçou Diana e a fez repousar em seu colo. Talvez pelo cansaço ou pelo carinho demasiado da promotora, a loirinha deixou o sono lhe tomar. Os acontecimentos que estavam por vir trariam as respostas que ela precisava, acreditou nisso para conseguir dormir.