domingo, 27 de fevereiro de 2011

SOCIEDADE SECRETA LESBOS - DÉCIMO OITAVO CAPÍTULO

Capítulo 18



Tudo pronto para finalmente o baile de máscaras da Gama-Tau. Frisson no campus, na fraternidade então, as meninas estavam inquietas, estressadas e ansiosas.

Desde o episódio da lanchonete, Esther e Amy não se viram. A loirinha ouviu comentários de que a presidente da Gama-Tau não dormira em casa, o que, obviamente, despertou seu ciúme e a deixou mais sedenta em executar seu plano de provocação com Philip.

Faltando duas horas para o baile, a maioria das meninas já estava quase pronta. Várias limusines foram alugadas pela fraternidade para conduzir as meninas quentes de Prescott até o salão Windson, local eleito para a realização do baile de máscaras, bastante tradicional na região.

O Windson era uma construção pomposa com ares de nobreza, por isso, comparado a um castelo. Na verdade, pertencera a uma família de nobres ingleses, fora destruída em grande parte na Guerra da Secessão, recuperada acerca de 20 anos pela Roberts CIA, empresa do marido de Michele Roberts.

Da janela do quarto, Amy viu Esther chegar apressada, segurando nas mãos o que parecia ser um vestido envolto em uma capa de plástico, Como a maioria das meninas já estavam no primeiro piso da casa, esquentando-se para o baile a custa de uma bebida especial preparada por Ellen e outras irmãs, nos andares superiores o silêncio predominava. O que contribuiu para Amy escutar pela fresta da porta o diálogo entre Rachel e Esther.

-- Em cima da hora, Esther! Todas as outras estão prontas, e justo a presidente vai se atrasar?

-- Rachel, você sabe perfeitamente que não tive escolha, você sabe onde eu estava e o que estava fazendo...

-- Mas até ela vai a esse baile, tinha que te chamar justo hoje?

-- Você sabe com Michelle é, amiga... Agora vem e me ajuda a me arrumar, por favor...

As suspeitas de Amy só se confirmaram. Estava claro que Esther tinha algo com Michelle Roberts, o que ela ainda não entendia, era que tipo de relação seria essa que fazia da morena sempre tão soberana, agir como total submissa àquela mulher que já lhe parecia ardilosa. Mas era hora de se concentrar no plano da noite. Ligou para Philip, que já estava pronto e ansioso para rever John. Combinaram de se encontrar em um dos jardins do castelo, como todos estariam mascarados, Philip descreveu qual seria sua máscara afim de Amy o identificar.

Às 22h as limusines já estavam estacionadas à frente da Gama-Tau, em cada uma delas, quatro irmãs da fraternidade embarcaram. Ellen fez questão de que Amy fosse do seu lado, aproveitando o atraso de Esther, que iria à última limusine junto com Rachel.

A chegada das limusines em comboio estacionando em frente ao Windson, com todo glamour das luzes da passarela vermelha, cercada de candelabros, deu o ar quase hollywoodiano na recepção das Gama-Tau.

Todas, devidamente mascaradas, desembarcam sob olhares atentos, curiosos e desejosos, não só dos estudantes, mas também de toda tradicional sociedade da região que chegavam ao baile.

No interior de Windson, a orquestra já tocava clássicos. O luxo era de deslumbrar qualquer membro da realeza, sem dúvida, as meninas da Gama-Tau capricharam nos detalhes de sofisticação, sob o jugo da Sra. Roberts, que fez questão de opinar em tudo.

Amy se apressou em procurar Philip, no jardim lateral, conforme combinaram. O rapaz exibia seu bom gosto no fraque impecável, a face estava coberta por uma máscara branca com apenas um detalhe prateado para destacar das demais, e assim Amy o encontrar.

-- Amiga, até toparia em voltar a ser hetero por uma noite, só pra ficar com você, porque você está um arraso!

-- Philip, por favor, não deixa a purpurina tomar de conta de você hoje... Não esqueça que hoje você é meu bofe!

-- Então reza pra sua fada madrinha não me transformar numa abóbora pink quando eu vir aquele deus grego aqui!

-- Philip!

-- Estou brincando pra descontrair você, amiga. Que tensão, hein! Mas lembre-se, você tem algo a fazer por mim também...

-- Não me esqueci, não...

-- A senhorita então aceitaria essa contradança?

Amy entrou no espírito do tom jocoso de Phillip e seguiu para o salão principal conduzida pela mão do amigo. Dançaram como um casal apaixonado, apesar da impaciência evidente de Amy que buscava algum sinal que identificasse Esther em meio a tantas máscaras ao seu redor, mas a loirinha sequer sabia se sua paixão já estava ali.

Dançaram uma, duas músicas, até o alvo de Philip dar as caras perto do bar. O amigo de Amy identificou fácil a boca marcante do rapaz, que em um momento de descuido permitiu que a máscara escorregasse pelo rosto quando o elástico se soltou. Sem muito alarde, Philip levou Amy até o bar, e como se fosse um velho conhecido de John, deu um nó seguro no elástico da máscara anunciando seu gesto:

-- É tudo uma questão de saber prender, meu caro, uma vez preso, a gente só esconde no momento que convém...

John virou-se surpreso com o gesto e confuso com as palavras de Philip, que logicamente destilou um sentido ambíguo naquela frase. Como quem dominava completamente essa arte do flerte discreto, Philip se adiantou:

-- Prender bem o elástico da máscara, assim sua identidade ficará em segredo até o momento que você quiser, e a festa está só começando, né? Ainda não é hora das máscaras caírem.

Um sorriso se desenhou nos lábios de John que agradeceu educadamente:

-- Você tem razão, obrigado, parceiro. Aceita beber algo como agradecimento ao seu gesto?

Amy ainda sem acreditar no que estava testemunhando: o homem mais popular e desejado da universidade, caindo no flerte de Phillip facilmente... Tratou de interromper antes que o seu plano fosse arruinado, antes mesmo de Esther chegar.

-- ANHRAM... -- simulou um pigarro a fim de chamar atenção do amigo.

A troca de olhares dos rapazes então foi cessada, e Phillip pediu a bebida preferida da amiga, Blood Mary, e uma dose de whisky para ele, nesse momento, John se afastou do bar, visivelmente sem graça.

-- Eu te disse, amiga... Te avisei...

-- Ok, ok, mestre da sedução gay! Mas dá pra se controlar um pouquinho?

Philip sorriu, e saiu do bar de braços dados com Amy. Pela escadaria viram descer uma mulher simplesmente deslumbrante, vestido armado. Ao seu lado um homem alto, careca, mas de porte elegante. Não demorou muito para o público especular que se tratava do casal Roberts. Alguns cochichos, olhares, mas o casal aparentava estar acostumado a essas entradas triunfais, pareciam abstrair os holofotes invisíveis.

-- Deixe-me adivinhar... Só eu não sei de quem se trata esse casal mascarado? -- Philip comentou bem-humorado.

-- Aaroon e Michelle Roberts. Essa mulher tem algo com Esther, tenho certeza... Uma relação que ainda não sei o teor, mas vou descobrir -- Amy respondeu.

-- Opa... Espera um pouco... Com Esther?

-- É... Ouvi uma conversa estranha entre as duas...

-- Você anda muito esquisita, amiga... Investigações, espionagem, planos mirabolantes...

Amy não teve como conter o riso, continuou caminhando pelo salão com o amigo, divertindo-se, tentando descobrir quem era quem por baixo daquelas máscaras. Entretanto, sua ansiedade em encontrar Esther por vezes ficava evidente no seu olhar em direção a entrada principal. E como se houvesse um ranking de pontuação para entradas triunfais, eis que pelo portão dourado, despontava uma bela jovem: vestido vermelho com um decote generoso na altura do busto, cintura marcada, definindo as curvas impecavelmente desenhadas, cabelos presos, deixando alguns cachos caírem sobre o ombro nu, a máscara com pedras brilhantes iluminavam o olhar latino marcante da presidente da Gama-Tau. A perfeição de seu corpo não deixava dúvidas sobre a sua identidade, mesmo escondida pela fantasia do baile.

Esther caminhou lentamente pelo salão, sob olhares atentos, inclusive o de Michelle Roberts. Entretanto, o olhar de Esther só buscava uma pessoa, a mesma que lhe fitava quase sem ar diante da beleza que enchia o Windson.

Philip segurou firme na mão da amiga, notando a brusca mudança de temperatura que tomou de conta das mãos de Amy.

-- Amy... Você está bem?

Como quem fosse despertada de um transe, a loirinha olhou para Philip e somente teve forças para balançar positivamente a cabeça. Andou em direção a uma das varandas laterais do salão numa tentativa de recuperar seu fôlego e sua calma.

-- É amiga... Você está apaixonada: FATO.

Amy não tinha disposição para começar uma discussão com o amigo, especialmente porque seria completamente inútil esconder o óbvio. De longe observou os movimentos de Esther pelo salão. A morena parecia impaciente, procurando alguém. Tal atitude serviu como deixa para a loirinha se encher de coragem e executar seu plano. Respirou fundo, deu uma piscadela para Philip e anunciou:

-- Hora do show, amigo!

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

ATUALIZAÇÕES

Olá queridas!
A pedidos de minhas queridas leitoras da comunidade Histórias e Desabafos no orkut, onde comecei a publicar meus romances em forma de webs novelas, aproveito o espaço para divulgar o chat que essas loucas criaram quando publiquei o conto "Aconteceu você" que atualmente está sendo postada no ABCLES.

Então quem quiser conhecer outras leitoras, trocar idéias, experiências, entrem no chat:

group1225836@groupsim.com

Bjo a todas

1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 18

CAPÍTULO 18: MUNDO PEQUENO

Estávamos lá, a porta do chalé do vô Elias da Camila, lugarzinho charmoso, entramos logo após uma voz mansa autorizou: “Entre minha filha”. Não sei descrever a emoção que senti ao ver aquele velhinho tão simpático, era como estar mais perto de meus pais de novo, ele devia ter uns 90 anos, andava devagar com uma bengala, usava um óculos redondo, tinha barba branca e olhos claros como os de Camila.

- Olá minha filha, trouxe reforço para me convencer a ir pra festa? E’ uma moça linda, que vai perdoar a indisposição de um velho para essas festividades...

- Vôzinho... Essa é Isabela Bitencourt, residente de neurologia, trabalha comigo, e, ela é de Valença, os pais dela eram médicos também... E...

- Isabela? A filha de Álvaro e Fernanda?

- Sim senhor – respondi com os olhos marejados.

- Meu Deus... Que alegria... Meu Deus – aquele senhor parecia esperar aquele momento a vida toda. – Venha aqui meu anjo, me dê um abraço.

Ficamos abraçados por minutos que pareceram nem se passar, abracei aquele senhor como se abraçasse meus pais, surreal o que senti:

- Sente aqui do meu lado meu anjo, Camilinha, seu velho tá emocionado... Você nos traria um copo de água?

- Claro vôzinho, Isa você está bem?

- Ahan – respondi enxugando minhas lágrimas.

- Meu anjo, seus pais foram como filhos para mim, fui professor deles na faculdade em Valença, os acompanhei como preceptor na residência em Belo Horizonte, fui padrinho do casamento deles, só nos separamos quando eles foram convidados a trabalhar em Valença, mas nunca perdi a esperança de tê-los perto de mim de novo.

- O senhor tinha contato com eles? Não lembro do senhor em nossa casa.

- Na verdade não tivemos contato por um bom tempo, por quase dez anos, não os perdoei por deixarem Belo Horizonte, eu tinha grandes planos pra eles... Você devia ter uns cinco anos quando mudaram-se para Valença não?


- Isso... Mas porque tanto tempo sem falar com eles? A foto que vi foi pouco antes do acidente não foi?

- Fiquei muito magoado, Álvaro queria um lugar mais tranqüilo para morar, Fernanda estava grávida novamente e queria estar mais perto da família, e eu fui egoísta os queria perto de mim, meu único filho não quis seguir minha profissão, veio embora pra cá ainda jovem, eu depositava meus sonhos em Álvaro e Fernanda... Acabei perdendo a oportunidade de ver você crescer, o nascimento de sua irmã... E o principal... Perdi dez anos da vida deles...

- Mas vocês voltaram a se falar antes da morte deles?

- A foto que você viu, foi tirada quando eles foram me visitar em Belo Horizonte, eu estava me recuperando de um câncer, ao saber disso através de César, eles foram me visitar, e na volta...

- Sofreram o acidente... – completei.

Camila segurava minhas mãos como se quisesse dividir comigo a dor de relembrar a morte de meus pais e o senhor continuou emocionado:

- Durante todos esses anos me senti culpado pela morte deles, se eles não tivessem viajado para me ver não teriam sofrido o acidente, tentei acompanhar a vida de vocês, César sempre me manteve informado, até sua aprovação na residência, depois disso, minha Berenice adoeceu e me dediquei inteiramente a ela até o fim de seus dias.

- Foi um acidente, o senhor não teve culpa de nada...

- Foi um dia tão feliz... Eu iria no final de semana conhecer sua irmã e rever você... Contaram sobre as pesquisas que estavam desenvolvendo, eu explodia de orgulho deles...

Continuamos a conversar sobre meus pais, seu Elias me perguntava sobre Lívia, sobre a minha carreira, e aí Camila se metia se desfazendo em elogios a mim. Cerca de uma hora depois da conversa, pedi que nos acompanhasse a festa, gentilmente recusou, mas me fez prometer que voltaria sempre para vê- lo.

- Se Camila não me trouxer o senhor vai me buscar combinado? – dei- lhe um beijo na testa.

- Vou cobrar isso de Camila, não vou deixar minha neta se afastar de mim como fiz com os pais dela – acariciou meu rosto.


Engraçado, eu me sentia mesmo um pouco neta dele, aquela noite me deu mais do que momentos de intimidade com Camila, mas também outro avô, e fez eu me sentir mais próxima aos meus pais. Voltamos para a festa, contamos tudo aos pais de Camila que exigiu que os chamasse de tios a partir daquele momento, eu sentia uma sensação de familiaridade inexplicável, mas confortante entre eles. Conheci ainda as irmãs de Camila, seus sobrinhos, as irmãs fizeram questão de me tratar como cunhada, brincava com Camila dizendo que “amor de primo é pra sempre” parafraseando um personagem de novela das oito, deixando a mim e Camila ruborizadas.

Já era quase meia-noite, e Bernardo me apressava para voltarmos, ele teria plantão no dia seguinte, procurei Camila para me despedir, quando ela apareceu me chamando para ver algo segundo ela que eu nunca tinha visto. Levou- me para uma estufa, seu pai, era botânico, e tinha ali espécimes de flores, rosas e outras plantas muito raras. O aroma do ambiente era fantástico, pouca iluminação transformou aquele lugar numa atmosfera incrivelmente romântica.

- O que você quer me mostrar Camila? Preciso ir, Bernardo trabalha amanhã.

- Calma... Faltam alguns segundos para meia- noite.

Estávamos de frente para uma prateleira de pequenos jarros com botões de rosas com uma cor que até hoje não sei definir, tinha um tom azulado, mas não era azul... era quase lilás, depois descobri que o pai de Camila alterou sua cor por meio de experimentos com pigmentação. Exatamente a meia- noite, todos os botões de rosas daquela prateleira se abriram ao mesmo tempo, exalando um aroma inédito para mim... a cena parecia um efeito especial cinematográfico...

- Camila que coisa linda... E esse cheiro? Que coisa fantástica...

Ela não falou nada, tirou uma das rosas, e me entregou, aproximou- se dos meus lábios e beijou- me com suavidade como se sorvesse o sabor da minha boca, não havia pressa naquele beijo, pareceu- me a coisa mais natural, como se meu corpo agisse por contra própria, puxando pela cintura o corpo de Camila para mais perto de mim, deixando evidente nosso desejo no arrepio de nossas peles, pelos corações e respiração acelerados. Suas mãos percorreram meu corpo, mas se fixaram no meu pescoço, mantendo nossas bocas entregues uma a outra.

- Camila... Preciso ir...

- Eu sei... Mas... Não consigo parar de te beijar... Dorme aqui hoje... Bernardo vai no seu carro e te levo amanhã.

- Camila... Eu... Não posso, não ficaria a vontade... Acabei de conhecer sua família que já me trata como membro dela, e... Ficaria constrangida com a gente... Você sabe...

- Ei... quem disse que a gente dormiria juntas priminha? – fingiu estar ofendida.

- Bom... Não pensei bem em dormir... – acariciei seus lábios, mordendo os meus.

- Isabela você está me assediando? Que horror! – fez cara de espanto.

- Camilinha... E’ sério... mas podemos nos ver amanhã? - sorri amarelo.

- Ai Camilinha? Ai Isa... Se você não fosse tão gostosa e não tivesse um beijo tão incrível, eu te mataria agora por esse Camilinha... Mas, vamos nos ver sim, viajamos amanhã para Brasília, na segunda vamos tentar conseguir mais verbas para ampliar nosso projeto, devemos ficar uns três dias lá...

- Eu eu? Viajar com você? Quando você ia me dizer isso?

- Na cama hoje a noite... Mas já que você tem que ir embora... – sorriu maliciosa.

- Você é maluca sabia?

Despedimo-nos com um beijo demorado, combinando de nos encontrarmos no aeroporto. O vôo foi tranqüilo, Camila foi carinhosa o tempo todo, mas discretamente, cada vez mais eu me encantava por ela, antes de tudo, éramos amigas, até sobre Suzana nós conversávamos, em uma das vezes ela me aconselhou até a escutar Suzana pela última vez, ela sentia que eu tinha dúvidas em relação ao relacionamento de Suzana e Bárbara, eu nunca reconheci que ela tinha razão, sempre desconversava.

Chegamos a noite no hotel, localizado na asa norte de Brasília, Camila nos reservou quarto duplo, mas não de casal, tão logo entramos no quarto, serviu- me um copo de água alertando-me sobre o clima da cidade extremamente seco, assim deveríamos ingerir a todo instante líquidos, ela era muito atenciosa e cuidadosa comigo. Foi educada e esperou que eu tomasse banho para depois ir, convidou-me para jantar no hotel mesmo, nos arrumamos ambas com um vestido leve, e descemos até o restaurante.

Durante o jantar relatou-me de uma maneira divertida outras ocasiões que ela esteve em Brasília, na primeira vez, precisava apresentar um projeto câmara técnica do Ministério da Saúde, acabou sujando de sangue a mão do ministro, uma vez que não percebeu seu nariz sangrando, conseqüência do clima seco da cidade:

- Fiquei tão apavorada, imaginando que perdia ali mesmo o financiamento da pesquisa, que tratei de assegurar ao ministro que eu não tinha nenhuma DST, enquanto limpava a mão do ministro com o meu casaco.

“Sr Ministro, eu sinto tanto, mas não se preocupe, fiz exames essa semana, não tenho sífilis, nem hepatite, nem AIDS...”.

Quase me engasguei imaginando a cena, depois relatou como acabou desmaiando no meio de uma mesa redonda onde ela presidia uma conferência, quando o cerimonialista anunciou seu currículo e o tema da palestra, ela estava com metade do corpo caído sobre a mesa e ouvia ao longe:

- Dra Camila Drumond? Dra? Dra?

Foi levada ao ambulatório com desidratação.

- Resumindo minha querida, Brasília para mim, é mico em potencial, portanto sua função é me poupar de um “King Kong”... E por isso insisto tanto pra que você beba tanta água, para que minha maldição não passe pra você.

Terminamos o jantar e voltamos ao quarto, até aquele momento, Camila me tratava como uma amiga, eu retribuía o tratamento, nem mencionamos nossos beijos na noite anterior. No quarto, fiz algumas ligações, como todo domingo ligava para Lívia e Tia Silvia, elas estranhariam se eu não o fizesse. Camila me olhava atentamente, enquanto mexia em sua pasta, organizando alguns papéis.

- Está livre pra mim agora?- perguntou sentando- se ao meu lado na cama.

- Depende do que você quer de mim... – perguntei com minhas mãos subindo por suas pernas torneadas em baixo do vestido.

- Doutora Isabela... como você é assanhada! – roçou seu nariz no meu pescoço, e soltou meus cabelos presos por uma fivela.

Tomou-me em um beijo urgente, com o peso de seu corpo deitou-me na cama, ficando de joelhos abertos em volta da minha cintura. Beijou-me desde a boca, descendo pelo queixo, pescoço, intercalando com pequenas mordidas, desabotoou meu vestido, contemplou meus seios e sorriu enquanto os tocava, eu apertava seus glúteos, suas coxas, como se autorizasse ela continuar a explorar meu corpo.

Aos poucos despimos uma a outra, invertemos posições, sentindo nossos corpos nus se entregando um a outro naturalmente, nem parecia que era nossa primeira vez juntas, Camila parecia saber onde me tocar, minhas mãos e minha boca entendiam o que os sinais que o corpo dela enviava.

Acordamos abraçadas, apertadas naquela cama de solteiro, olhei para o rosto de Camila, tão sereno desenhado naquela manhã nublada, seus cachos grandes avermelhados cobriam metade de seu rosto, passei a face de minhas mãos na sua pele aveludada, despertando- a com um sorriso largo, sincero.

- Bom dia, linda... - Camila disse espreguiçando-se.

- Bom dia meu bem... – reclinei-me beijando seus lábios.

- Banho?

- Vamos juntas?

- Adorei... – puxou-me para a cama fazendo cócegas.

Tomamos banho juntas, enquanto trocávamos carinhos. Tínhamos uma afinidade incrível, pela primeira vez em seis meses, acordei não pensando em Suzana, estaria finalmente esquecendo-a com Camila?

No café-da-manhã, Camila detalhou nossas atividades do dia, enquanto devorava vários itens do buffet.

- Que fome heim, Camilinha!

- Você acabou comigo ontem priminha... Essa carinha de anjo... Esconde um furacão heim...

Seguimos de táxi para a Esplanada dos Ministérios, nos reunimos com várias comissões durante o dia, algumas pessoas eram conhecidas dela e se derramaram em discursos admirados sobre o trabalho de Camila, que se transformava quando estava defendendo seu projeto, algumas vezes pedia minha intervenção na descrição dos casos que estávamos acompanhando.

Ao final do dia depois de ingerir uns três litros de água com a insistência vivaz de Camila, e andar por várias salas do Ministério da Saúde, voltamos ao hotel completamente pregadas de cansaço, o clima exigia muito mais do nosso corpo. Mais uma vez jantamos no hotel, Camila além de cuidar de mim, era todo tempo gentil, sempre me arrancava um sorriso com um aperto na minha cintura, um comentário jocoso sobre alguém que passava perto de nós, ou simplesmente com um afago doce.

Estávamos esperando a sobremesa, quando vi entrar pelo restaurante, alguém que eu não estava preparada para ver, aqueles cabelos lisos, castanhos, corpo impecavelmente vestido num tailer preto, e aqueles olhos amendoados, que preenchia minhas lembranças, que fazia eu derreter diante deles, não podia ser... Só podia ser alucinação... Mas não, não era, Suzana estava ali, a poucos metros de mim, o sangue fugiu do meu rosto, minhas mãos tremiam e suavam, Camila as segurou:

- Isa? O que houve?

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Ai Diana!

Aí gente, sem o menor tesão pra assistir BBB, Natália indo embora, perdeu a graça pra mim...Mas vendo essa notícia aí como diria o KIBELOCO em um conglomerado qualquer, resolvi o dividir com vocês... De boa gente, não deixaram a Morango ganhar o BBB10 e o Brasil ou a Globo com suas manipulações deram a um homofóbico filho da mãe o prêmio do programa, em BBBs coloridos, está na hora de uma mulher ganhar isso, Jean já ganhou, agora era a vez uma sapatilha! Vamos lá Diana... a Globo ainda tem minha importante audiência por sua causa!

Fora da casa, Diana, do "BBB", tem uma namorada. A moça é modelo, na faixa dos 20 anos, mas não assume o relacionamento com a produtora. Durante uma conversa com Maria e Daniel, Diana chegou a comentar que seu namoro é mal resolvido.

Uma amiga de Diana contou a o EGO que as duas terminam e voltam, justamente por causa da indefinição da modelo. "Diana a adora, mas elas não conseguem manter a relação porque a moça ainda não definiu sua sexualidade. Ela ainda não sabe se é lésbica ou bissexual", disse a amiga de Diana.


fonte: EGO- NOTÍCIAS

SOCIEDADE SECRETA LESBOS - DÉCIMO SÉTIMO CAPÍTULO

Capítulo 17



O dia seguinte para Amy quase não chegou, ela estava ansiosa, precisava encontrar alguém que lhe servisse como novo affair, mesmo que só sentisse desejo por estar com uma pessoa: Esther.

A universidade estava aquele rebuliço, cada fraternidade se desdobrando para planejar e executar suas respectivas missões. A Beta-Lou, como sempre, despontava na frente. Organizadas, já divulgavam a data da feira que promoveriam no campus. Sem dúvida, a rivalidade com a Gama-Tau era um tempero a mais para atiçar as patricinhas.

As meninas quentes de Prescott já se revezavam nas tarefas para a organização do baile de máscaras. Durante os preparativos, Esther e Amy acirravam olhares. Amy sempre fingia atender um telefonema misterioso, ria como se estivesse falando com alguém muito íntimo, o que deixava Esther completamente mal humorada, Rachel era a primeira a perceber.

A loirinha se angustiava porque se aproximava o dia do baile e, até então, seu misterioso affair só existia nos pensamentos enciumados de Esther. Precisava de alguém que lhe servisse como fachada, mas ainda não elegera tal pessoa.

Como falam, há vezes que o universo conspira...

Um dia antes do baile de máscaras da Gama-Tau, um velho amigo de Amy, Philip, que morava em Los Angeles num estilo de vida completamente “alternativo”, telefonou-lhe, informando que estava de passagem pela cidade e queria encontrá-la.

Amy julgou então que seu amigo fosse o misterioso par perfeito para seus planos. Philip era sem dúvida um homem lindo, chamava atenção. Era moreno, alto, músculos muito bem definidos, olhos castanhos claros, e uma simpatia que encantava a todos.

Philip fora o primeiro namorado de Amy, até descobrir sua sexualidade, depois disso, tornou-se um grande amigo. Amy foi uma das poucas que lhe apoiara quando muitos lhe dedicaram apenas discriminação. A chegada dele não poderia ser mais providencial.

Marcaram um encontro em uma lanchonete do campus, Amy não lhe adiantara muita coisa, exceto que precisava de um grande favor. Philip nem pensou duas vezes, só afirmou sua disposição em ajudá-la no que fosse necessário.

No meio da tarde, ele apareceu no local marcado, lanchonete lotada, as meninas da Gama-Tau reunidas numa mesa acertando os últimos detalhes da festa. Uma nova cara em Prescott, especialmente de um homem como aqueles, não passara despercebida. Amy ao vê-lo, notado o burburinho e os olhares, viu a excelente oportunidade de começar a colocar em prática sua farsa. Não hesitou, saltou no pescoço de Philip, e sem que ele tivesse qualquer chance de se esquivar, roubou-lhe um beijo urgente.

O beijo deve ter demorado segundos, até Philip abrir os olhos e afastar lentamente os lábios da amiga dos seus, fazendo cara de interrogação. Notando que seu plano poderia começar mal, Amy aproximou os lábios do ouvido do amigo e cochichou:

-- Depois te explico, pega minha mão e me leva pra uma mesa vazia.

O rapaz, visivelmente sem graça com os olhares sobre ele, seguiu as orientações de Amy. Sentaram-se em uma mesa no canto da lanchonete, a loirinha nem percebeu que na mesa ao lado estava Esther, olhando fixamente e sem pudor para os movimentos dela. O olhar era tão penetrante, que até Philip percebeu quando puxou a cadeira como perfeito cavalheiro para Amy sentar-se, de frente para Esther.

-- Certo, vamos do começo, Amy Anderson... Oi, amiga, como vai? Saudades! Segundo: surtou? Como assim? O que foi aquilo? Alzheimer precoce? Esqueceu quem sou eu? Terceiro: minha calça tá com o zíper aberto? Ou é a sua que está? Porque de repente sinto todo mundo olhando pra mim, e essa morena então... Nossa... Não tira os olhos daqui...

-- Eita, calma, Phil! Vou responder tudo, mas não aqui, precisamos de um local longe de ouvidos e olhos alheios...

-- Por que será que acho que me meti numa fria vindo te ver, hein?

Tomaram um sorvete diante dos mesmos olhares atentos, Amy sempre buscando um carinho do amigo, que retribuía sem entender muito, mas desconfiava que parte do tal grande favor.

Em seguida saíram da lanchonete e caminharam até as arquibancadas vazias de um dos campos da universidade. Diante da perplexidade evidente do amigo, Amy foi contando toda sua história com Esther, sobre a fraternidade, e finalmente sobre seu plano...

-- Amy, isso é loucura! Não pode dar certo... Primeiro, essa fraternidade é uma loucura... Se sua mãe sonhar que você não está seguindo os passos da perua, você está perdida! E isso de ser escolhida... Que armadilha... Não seria uma cilada se vocês se entendessem de vez, porque está mais do que claro que vocês se querem, e isso pode estragar tudo, viu...

-- Phil, você disse que me ajudaria! Preciso dar uma lição na Esther, mostrar que também sei jogar...

-- Ai, amiga, você está é se apaixonando... Isso não vai acabar bem...

Philip não estava mesmo disposto a contribuir pra farsa de Amy, queria mesmo era colocar juízo na cabeça confusa da amiga. Toda convicção do rapaz caiu por terra quando viu entrar no campo Jonh, que parou diante de Amy, que nem se sensibilizava mais com sua presença.

-- Oi, Amy, você ainda tem convites para o baile?

-- Oi, Jonh, já vendi todos, mas algumas meninas ainda têm, vou pedir que lhe procurem.

Jonh afastou-se da arquibancada exibindo o charme típico de quem sabe que está sendo observado, deixando Philip completamente boquiaberto.

-- Amy... PELOS CACHOS DA CHER! Que homem é esse?

-- Aí pronto... Philip sossega... Não joga no seu time...

-- Garanto que ele é titular no meu time, amiga...

-- Jonh? Não... Esse foi meu alvo na missão de iniciação na Gama-Tau, mais hetero impossível.

-- Quer apostar?

-- Vamos fazer o seguinte, venha ao baile comigo, Jonh estará lá, você me ajuda com a farsa, e eu te ajudo a testar essa sua teoria...

-- Fechou!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 17 - CAMILA

A residência e o projeto de pesquisa estavam consumindo a maioria do meu tempo.

Vendo meu desempenho, Camila aumentava minhas responsabilidades, eu não me queixava, gostava disso, não só porque a pesquisa era fascinante, mas porque isso me obrigava a passar mais tempo com Camila.

Laila me ligou umas duas vezes, ainda ansiosa pela convocação da seleção brasileira para a disputa do Grand Prix, mas não parecia empolgada em aprofundar nossa relação como pareceu pessoalmente, decepcionei-me um pouco com isso, mas de certa forma, me deixava de consciência limpa para aceitar os convites para sair de Camila.

Camila tratou de deixar minha sexta-feira com a noite livre no cronograma, não me restando alternativa - como seu quisesse outra - quando me chamou para ir ao cinema com ela. Não permitiu sequer que eu fosse em casa trocar de roupa, segundo ela, pra que eu não tivesse chance de escapar. Saímos do hospital direto pro shopping.

Cada vez mais, Camila se revelava uma pessoa descontraída, de companhia encantadora, o humor dela era leve, às vezes demonstrava uma inocência nos gestos e nas palavras, que discrepavam daquele jeito sedutor dela.

Ao que me parecia, toda aquela postura de mulher irresistível escondia uma mulher carente e insegura. E eu me sentia tentada a desvendar essas faces dela.

Escolhemos uma comédia, ela pediu que guardasse um bom lugar na sala, enquanto nos compraria pipocas, eu a obedecia como vício do trabalho, afinal ela era minha chefe.

Em poucos minutos vi uma das cenas mais engraçadas da minha vida: Camila entrava na sala, equilibrando um balde gigante de pipoca, com um copo de cerca de 1 litro de refrigerante e, pendurado no braço, uma sacola de plástico com dezenas de doces. Não me contive, caí no riso, enquanto ela se esforçava para subir as escadas sem derrubar nada... Mas que falta me fez naquele momento algum popular celular com câmera! Aquilo merecia uma foto: Dra. Camila Drumond, neurocirurgiã conhecida internacionalmente, era uma criança grande, definitivamente.

- Isabela, você não vai me ajudar aqui? - Camila falou baixinho em pé à minha frente.

- Mas você me parece tão habilidosa como equilibrista... Não achei que precisasse de ajuda.

- Ah muito engraçada... Isso aqui é culpa sua! – disse se acomodando na poltrona vizinha a minha.

- Culpa minha? Ué... Eu por acaso te convenci que nas próximas duas horas sofreríamos uma catástrofe e ficaríamos privadas de glicídios e lipídios?

- Bahhh – fez uma careta mostrando a língua. – Sua culpa porque não sabia se você gostava de pipoca doce ou salgada, então como não ia conseguir trazer dois potes separados, pedi que juntasse os dois tipos aqui, mas não me pergunte onde está a doce ou a salgada. O refrigerante também não consegui trazer os dois, assim fiz o mesmo, mas os dois são diet para equilibrar as calorias – sorriu.

- E esses doces, Chapeuzinho Vermelho, pra quem são? – perguntei sorrindo.

- Também sua culpa. Como não sabia sua preferência, saí colocando um de cada tipo, então temos: jujuba, chocolate branco, chocolate ao leite, com avelã, com castanha, com flocos, amargo, e também bala de menta, chicletes de vários sabores, amendoim salgado, paçoca. E... Ah! Bolinhas de chocolate – exibiu item por item retirando-os da sacola.

- Gente, temos quanto tempo pra comer tudo isso? Depois disso temos que tomar insulina para queimar tanto açúcar...

- Acho tem outras formas de queimarmos açúcar... Atividade física, por exemplo...

- Ah não, você não vai querer voltar pra casa fazendo Cooper, né? – brinquei fingindo não ter entendido sua sugestão.

- Deixa de falar besteira Isabela... O filme vai começar, começa aí também a comer essa pipoca.

Foi maravilhoso ver Camila daquele jeito, rindo que nem criança. Ela estava lambuzada de chocolate; no canto da boca, um pouco de leite condensado da pipoca doce. Nem de longe parecia aquela mulher que me assediou e que quase me despiu com os olhos na frente de minha ex-noiva.

Como previsto, não agüentamos comer nem metade dos doces, tampouco do balde gigantesco de pipocas. Saímos do cinema rindo disso, parei na frente dela e limpei, com um lenço tirado de minha bolsa, sua boca, seu queixo e a ponta do seu nariz, encarando seus olhos.

-Nossa... Como você me deixou sair do cinema mascarada de doces?

- Não fazia idéia que você comia com a pele toda... No escuro do cinema não estava tão evidente – disse segurando o riso.

-Sei... Olha Isabela, pensei em te convidar pra jantar depois do filme, mas dada a situação, eu não consigo ver comida mais hoje... Mas ainda é cedo... Quer dar uma esticada?

- Ai, Camila... Só me estico numa cama hoje...

- Isso é um convite?

- Han? – interroguei ruborizada.

- Deixei você sem graça? Ora finalmente! Você só me sacaneou hoje... Ponto pra mim...

Passávamos em frente a um Play de jogos eletrônicos e parei com os olhos fixos... Lembrei de Suzana jogando vídeo game com Lívia na casa de titia... Me deu um aperto no peito, uma saudade dela... Enchi meus olhos de lágrimas, quando Camila me chamou atenção:

- Ow... Parece que não é só eu com apelos infantis não, né? Quer jogar Isabela?

- Ah não... Mico né! Duas médicas disputando espaço com moleques no vídeo game...

- Ah pára com isso! Mico vai ser quando você perder feio pra mim! – entrou na pracinha me puxando pela mão.

- Eu? Perder pra você? E’ ruim heim...

- Vamos comprar as fichas, quem conseguir mais tickets das máquinas ganha, e aí, pode pedir o que quiser da perdedora.

- Fechado! Prepare-se... Não vou dar moleza só porque você é minha chefe!

Eram várias máquinas de fliperama e vídeo games, na medida em que fazíamos pontos, as máquinas liberavam tickets que poderiam ser trocados por brindes.

Saímos feito loucas, correndo pras máquinas, levando a sério a competição. Camila já parecia estar familiarizada com os jogos. Eu observava com desespero, vendo ela passear de uma máquina pra outra com tiras de metros de tickets, enquanto eu catava uns dez em cada máquina, ainda consegui umas tiras em um jogo que não exigia tanta precisão cirúrgica...

Não era a toa que a fila de crianças de seis anos era interminável perto dela, tratava-se só de acertar a cabeça dos jacarés que apareciam na mesa com um martelo, passei na frente dos pirralhos a custo de muitos protestos dos pais, dispensei o martelo e saí usando as duas mãos, “matando” os jacarés.

Camila sentou-se de tanto rir vendo meu desespero, minhas mãos estavam vermelhas e doloridas por causa da minha caça aos jacarés, Camila se aproximou de mim, colocou minhas mãos de palmas viradas pra cima sobre as suas e as beijou:

- Você acha que se beijar sara?

- Ei... Nem adianta querer me agradar viu, não vou desistir da aposta... Vai ter que pagar! – disse tímida diante do gesto dela.

- Porque eu iria desistir? Eu ganhei querida!

- Imagina... Sabe contar não? Olha aqui – exibi minhas tiras de tickets.

- Olha aqui você, doutora... – exibiu cerca de três vezes mais que eu de tickets, rindo faceira enquanto balançava as dezenas de tiras.

- Não é possível... Você subornou esses pirralhos pra que eles te vendessem os tickets deles!

- Xi você é uma péssima perdedora! Também bota a culpa no juiz quando seu time perde?

- Olha lá, não põe meu time no meio... - empunhei minhas mãos em sua direção.

- Calma... Olha só, não roubei não... Mas escondi minhas habilidades... Sempre trago meus sobrinhos pra jogar aqui, então, eu tenho prática...

- Ah Camila, pow...

- Ah Camila, nada! Vai ter pagar a aposta... Posso pedir o que quiser de você... Mas ainda não decidi o que quero.

Chegando à tal loja do Play para trocar os tickets, qual nossa surpresa, tudo tão caro! Meus tickets só davam pra trocar por... DOCES, isso já tinha de sobra... Vi uma caneta que brilhava e resolvi trocar por ela. Camila já escolhera antecipadamente, nem demorou na troca, estava dentro de uma sacola e nem cheguei a ver. Seguimos para o estacionamento e lá, dentro do carro, abri minha bolsa e estendi a tal caneta para ela:

- Pra você doutora, o fruto da minha dura caçada aos jacarés, quero que fique com você.

- Não pense que vai me comprar não, viu caçadora! Ainda tem uma aposta a pagar. – tentou disfarçar, mas ficou visivelmente sem graça com meu gesto.

- Deixa de ser desagradável... Eu te ofereço meu troféu de caçadas, claro, deveria ser uma bolsa ou um sapato de couro de jacaré, mas como sou ecologicamente correta, preferi esse e você me acusa de suborno!

- Desculpa, vai, você tem razão e pra me redimir, meu troféu é seu, na verdade já era seu, mas não ia te dar agora...

Abri a sacola, era um bichinho de pelúcia caramelo, de olhos azuis, muito fofinho.

- Achei sua cara, loirinho e de olhos azuis...

Não disfarcei meu encantamento com o presente, beijei-lhe a face demoradamente. Que cheiro inebriante... Que pele macia... Sua boca tinha urgência de ser beijada, quando entendi isso e reclinei meu rosto em direção aos seus lábios, o celular de Camila tocou, reflexivamente me afastei. Ela atendeu irritada:

- Espero mesmo que seja importante, Aline. Tem certeza? Fizeram os exames? Ok estou a caminho. Chame todos.

- Algum problema, Camila? – perguntei retomando meu ritmo de respiração.

- Problema não, mas temos que voltar ao hospital agora. Temos uma candidata perfeita para inserção do neurochip, mas antes de inserir, temos que operá-la, antes que um aneurisma se rompa.

Seguimos para o hospital, nos detendo em falar de trabalho. Chegando lá, toda a equipe já nos aguardava.

- Mostrem-me a tomografia com a localização do aneurisma, quero histórico completo da paciente. Isabela, prepare a paciente para a cirurgia e se prepare para entrar também na cirurgia. E antes que você argumente que não é neurocirurgiã, eu digo, preciso de você para avaliarmos a técnica toda depois, ok?

Apenas balancei positivamente a cabeça, encantada pela segurança dela em ordenar e organizar as coisas rapidamente. Como imaginávamos, a cirurgia foi longa, durou cerca de seis horas, quando saímos do centro cirúrgico já era manhã. O procedimento foi um sucesso, a técnica de Camila, era menos invasiva, o implante foi realizado, deixamos a cargo da outra equipe a monitorização da paciente.

Na mesma semana realizamos outro procedimento semelhante, isso acelerou a produção científica, nos tomando muito tempo.

Eu e Camila estávamos sempre juntas, às vezes Bernardo nos acompanhava em almoços e lanches na cantina, ele já tinha se tornado presidente do fã-clube Camila Drumond e praticamente me jogava nos braços dela.

Sempre me lembrava de sua dívida com ela, mas nossos horários estavam uma loucura, não deixando brecha para sairmos de novo. Surpreendeu-me ver sempre no bolso do jaleco de Camila a caneta brilhante que lhe dei, ela nem ligava pros olhares dos pacientes, e dos outros funcionários para as luzes da caneta, eu às vezes segurava o riso, mas estava mesmo toda boba por isso.

Mesmo na correria, eu não esquecia Suzana, um cheiro, uma música (parei de escutar Ana Carolina desde o término do noivado com ela), uma imagem, tudo me trazia Suzana de volta, ainda era ela meu primeiro pensamento antes de dormir e ao acordar, me perguntava como ela estaria com Bárbara, se estava feliz, quando nos veríamos, porque parara de me ligar...

No final de junho, para celebrar nosso sucesso na pesquisa e nos procedimentos, Camila convidou sua equipe para uma festa junina na chácara de seus pais. Bernardo foi comigo, eu sentia que finalmente Camila e eu teríamos uma nova oportunidade.

Seus pais foram muito simpáticos, Camila estava irremediavelmente linda. Suas inseparáveis botas cano longo, jeans apertado, camisa xadrez e por cima um casaco de couro, no pescoço um lenço amarrado, me apresentava como seu braço direito e que, como seu avô, eu também era mineira.

A chácara era maravilhosa, me lembrava a chácara que morava com meus pais até a morte deles. Uma grande fogueira no centro do terreiro aquecia a todos, estava muito frio naquela época. No alpendre da casa, um trio de forró pé-de-serra animava com músicas tradicionais da festa. À frente da casa uma grande mesa decorada, farta de comidas típicas.

A mãe de Camila era uma senhora muito divertida, meio louca também, ela e Bernardo pareciam amigos de infância conversando. Seu pai, por outro lado, era mais sério, mas muito atencioso, não parava de me servir bebidas. Convidou-me para conhecer o interior da casa, com o intuito de mostrar fotos antigas de Camilinha, ela naturalmente estava sem graça, e nos acompanhou na excursão.

O interior da casa me lembrava ainda mais a nossa em Valença, senti um aperto no peito constatando isso. Havia uma grande estante de madeira com porta-retratos, um em especial me chamou atenção. Aproximei-me e vi uma foto antiga de um senhor com trajes médicos, acompanhado de um casal mais jovem. Não acreditei, eram meus pais e pelo que me lembrava, não podia ser muito antes do acidente, era assim que me lembrava deles:

- Camila... Quem é esse senhor na foto? – perguntei nervosa e emocionada.

- Nessa? Esse carequinha é meu avô Elias, sou médica por causa dele... Ele é mineiro como você, sabia?

- Não... E esse casal, o que seu avô é deles?

- Era, na verdade. Esse casal foi aluno de meu avô quando ele ensinava na universidade, depois trabalharam com meu avô no hospital de Belo Horizonte, por muito tempo foram pra ele como filhos.

Emudeci, não conseguia explicar para Camila porque estava curiosa e emocionada, ela continuou:

- Lembro que meu avô sempre falava deles com muita saudade, que eram os melhores médicos que ele já trabalhara, que tinha grandes planos para eles...

- Mas, ele perdeu contato com eles?

- Ai não sei, Isabela... Quanto interesse nisso! Posso saber por quê?

- Camila... São meus pais na foto com seu avô.

Camila arregalou os olhos, parece que as palavras também as deixaram... Vendo meu nervosismo segurou minhas mãos e me conduziu até o sofá próximo a lareira:

- Isa... Você tem que conhecer uma pessoa.

- Quem?

- Meu avô Elias.

- O da foto? Ele ainda está vivo?

- Sim, sim, até ano passado quando minha vó ainda era viva ela morava em BH, depois da morte dela, mudou-se para cá, mora em um chalé aqui do lado.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Mapa das Zonas Erógenas

Gente, eu sei como entendidas que somos, a gente conhece e sabe tratar o corpo de uma mulher, pelo menos é o que se espera já que temos a obrigação de conhecer o nosso próprio. No entanto, dicas nunca são demais quando se trata de dar mais prazer a quem a gente ama não é?

Lógico que cada mulher tem pontos mais sensíveis do que outras, isso é o que nos faz singulares, sabe onde e como tocar é fundamental para garantir a satisfação das mulheres. Mas, fisiologicamente temos pontos em comum no que diz respeito ao prazer, são as chamadas zonas erógenas,aí vão algumas dicas que podem ser úteis, testem depois me contem se deu certo ok?

LÁBIO SUPERIOR

Mescle lambidas no lábio superior com mordidelas no centro dele. Com a ponta da língua, dê leves e rápidas lambidas nos cantos da boca.



LÓBULO DA ORELHA
Além de excitar a amada com palavras ditas ao pé do ouvido, como "Seu bumbum me deixa louco" ou "Não resisto à sua cintura fininha", experimente mordiscar os lóbulos usando os dentes ou apenas os lábios - vale até dar leves puxões, pois eles ficam ainda mais sensíveis quando a mulher é estimulada sexualmente.

NUCA
Afaste o cabelo dela dando beijos leves na base da nuca e vá subindo em direção à orelha. A penugem fina que a encobre contribui para aumentar a sensibilidade. Portanto, até mesmo respirar sobre o local ou correr a ponta dos dedos suavemente vai deixá-la arrepiada e cheia de tesão.

MAMILOS
Toque levemente com os lábios, a língua e as mãos. Experimente também apertar cuidadosamente a área. Quanto mais tempo brincar ao redor, maior será o prazer que sua amada desfrutará, quando você finalmente explorar os mamilos.



LOMBAR
É onde a maioria das terminações nervosas das costas acaba. Já pensou o prazer que ela sentirá se você deslizar aqui um minivibrador? Aumente, aos poucos, a pressão. Usar óleo de massagem para fazer movimentos circulares é outra idéia, pois prepara o corpo para receber carícias ainda mais deliciosas. E não dispense o ossinho do cóccix: com os dedos besuntados de óleo ou lubrificante, faça círculos em torno dele, aumentando aos poucos o espaço até alcançar o bumbum.

UMBIGO
Massageie-o com movimentos de cima para baixo se quiser aumentar a circulação nos genitais e, conseqüentemente, a excitação. Para uma performance digna de muitos aplausos, finalize lambendo toda a pele que circunda o umbigo.



PULSO
Como a parte interna do pulso é mais sensível a variações de temperatura, experimente excitá-lo alternando lambidas com assopros. Outra idéia é chupar, antes de cada lambida, ora bala de canela, ora cubo de gelo para aumentar ainda mais o excitante contraste quente/frio.

ENTRE A COXA E O BUMBUM
O derrière tem muitas terminações nervosas, por isso é tão sensível. Dê atenção à linha onde ele se encontra com a coxa demarcando a região com a língua, um acessório (como pena ou cubo de gelo), os dentes ou mesmo seu dedo lambuzado de óleo

PONTO G
Introduza um dedo na parte anterior da vagina e movimente-o como se estivesse chamando alguém. Sua garota não hesitará em pedir bis. Uma ousadia a mais é pressionar a área com dois dedos enquanto suga o clitóris vagarosamente.

PARTE INTERNA DA COXA
Antes de focar o clitóris ou cair de boca lá embaixo, provoque-a acariciando a perna pelo lado de dentro, partindo do joelho em direção à virilha. Quando estiver próximo à vagina, apenas inspire sobre a região. Vai ver como ela se contorcerá de prazer.



ATRÁS DO JOELHO
O "Ai! Ui! Oh!" é garantido. Comece escorregando os dedos pela panturrilha e parte posterior da coxa, até chegar a esse local pouco explorado. Então, use três dedos para roçá-lo de leve. Mas, antes, certifique-se de que ela já está excitada - ou poderá sentir cócegas.

FONTE: REVISTA COSMOPOLITAN

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SOCIEDADE SECRETA LESBOS - DÉCIMO SEXTO CAPÍTULO

Capítulo 16



A noite reservava uma reunião da fraternidade Gama-Tau, era necessário planejar mais uma super festa. A animação já tomava de conta das meninas quentes de Prescott, novatas e veteranas, todas tinham uma sugestão sobre o tema, mas sabiam que a decisão seria da presidente. Esta, por sua vez, parecia distante, observava com alguma tristeza a alegria das demais irmãs com a atenção de Amy, que se tornara a figura mais popular, sempre carinhosa e sorridente com as colegas.

Apesar de sentir que a loirinha queria provocar algo, Laurel gostava de ver a novata assim, mas pretendia na primeira oportunidade conhecer as intenções de Amy com essa mudança de atitude.

Rachel como sempre, iniciou a reunião, foi difícil conseguir o silêncio das Gama-Tau, mas enfim, as atenções estavam voltadas à secretária da fraternidade, que foi explicando como deveria ser a festa, qual instituição seria beneficiada. No caso, seria um orfanato. Esther mesma indicara, e sua recomendação foi aceita pelo comitê. Rachel então pediu ordem e começou a ouvir as sugestões das irmãs sobre a temática da festa:

-- Que tal anos 60?

-- Ah, melhor os Embalos do Sábado à Noite...

-- Festa do cabide!

-- Baile de máscaras...

A última voz, até um pouco tímida, chamou a atenção de Esther, que saiu de seu silêncio e se pronunciou:

-- Será isso, um baile de máscaras, o mistério será uma boa jogada de marketing, e é um tema inédito em nossas festas. Sem contar que o requinte poderá atrair grandes doadores para o orfanato.

A ideia era mesmo a melhor, não só por que saiu da cabeça de Amy, mas porque era a mais interessante dentre todas. Acolhida a sugestão, a discussão agora girava em torno de detalhes práticos como o local, equipes de trabalho, início dos serviços...

Os olhos de Amy não saíram de Esther, que a essa altura se afastava da confusão de vozes das meninas e subia para seu quarto, depois de cochichar algo com Rachel. Provavelmente a encarregando de coordenar o resto da reunião.

A loirinha não se conteve e seguiu a presidente da Gama-Tau, sem que fosse notada, pelo menos, era isso o que pensava. Entretanto, Amy foi surpreendida quando adentrava o estúdio no terceiro andar, na ponta dos pés, por uma voz baixa e suave atrás dela:

-- Perdida, novata?

-- Esther! Que susto!

-- O que você está fazendo aqui?

-- Eu... É... Na verdade... Vim...

Amy gaguejou, ruborizou, mas nada conseguiu responder, o tom frio na voz da morena, além de surpreendê-la, também a desconcertou.

Por mais que tenha decidido tomar uma atitude diferente com Esther, era impossível fingir indiferença à sua presença assim, tão próxima.

Esther sim conseguiu disfarçar o efeito que a postura que Amy apresentou nos últimos dias causou nela, mas teve que se esforçar para não tomá-la de novo em seus braços, talvez ainda um pouco ressabiada com a chegada de Michelle na rotina da universidade.

-- Se você não sabe o que veio fazer aqui, é bom que desça para ajudar nos preparativos da festa, que você mesma sugeriu.

-- É, vou descer, mas tenho uma dúvida. Já que você ainda é minha irmã guia, pensei que pudesse me responder, não achei isso no estatuto da fraternidade.

-- Dúvida? Sobre o quê?

-- Sobre... Namoro.

-- Namoro?!?

A face da morena mudou, e isso não teve como disfarçar. Amy percebeu, e por dentro, já se sentia vitoriosa por tal reação.

-- É, namoro. Há alguma coisa que impeça a escolhida de namorar?

-- Bem, você sabe que é intocável pelas meninas da Gama-Tau...

-- Sim, mas por outras meninas de outras fraternidades? Por meninos?

-- Mas do que você está falando?

-- Esther, a pergunta é simples, posso ou não?

Esther encarou Amy como se quisesse descobrir pelo olhar o motivo da loirinha perguntar aquilo, e pior, quem seria essa pessoa com quem estaria interessada em namorar. Teoricamente, nada no estatuto da fraternidade a impedia disso, e tinha que responder a verdade à sua escolhida. Mas pensou em criar uma nova regra naquele momento, então improvisou:

-- No estatuto não há mesmo nada definido quanto a isso. Mas acho difícil você conseguir manter um namoro, porque sua obrigação primeira deve ser com a fraternidade por enquanto, novata. E não pode deixar de atender um pedido meu, por exemplo. Seu namorado, ou namorada, entenderia isso?

-- Aí, depende de eu resolver essa questão, né? Saberei como manejar as situações...

Amy nem sabia direito de onde havia tirado essa idéia de namoro, mas percebeu que foi uma inspiração, tendo em vista o embaraço que causou em Esther. Logo, mil planos surgiram em sua cabeça. Ainda não sabia como executar, mas que a possibilidade dela aparecer com um namorado, ou namorada, provocaria ciúmes em Esther, isso, ela queria ver.

Desceu as escadas com um sorriso no rosto enquanto ouvia do estúdio um som de rock pesado num solo de guitarra.

* * * *

Naquela noite, Esther não dormiu. Revirava-se na cama imaginando quem seria o pretendente de Amy.

Por que estava tão irritada com isso?

Não suportou mais guardar aquilo tudo dentro de si, tinha que falar com Amy. Desceu as escadas em direção ao quarto da loirinha com pressa, ignorando a hora avançada, a conversa era urgente.

Não bateu na porta, arriscou e como imaginava, estava aberta. Fechou e trancou a porta com delicadeza. Olhando para Amy dormindo tranquilamente, viu-se desarmada. O rosto manso repousando tinha ares angelicais, mas o corpo exposto em uma camisola minúscula era um convite à tentação.

Aproximou-se da cama e sentou ao lado de Amy. Num momento de contemplação, fez menção de acariciar as mechas douradas que caíam sobre seu rosto, mas nesse instante, Amy movimentou-se, sentindo a presença de mais alguém na cama. Acordou assustada, Esther conteve seu grito, tapando sua boca, repetindo:

-- Calma, sou eu, Esther.

-- Que mania você tem de me assustar, Esther!

Amy foi se refazendo, sentando-se na cama, puxou o lençol ao perceber os olhos de Esther em suas pernas. Cruzou os braços tapando seu decote, e dessa vez foi ela a perguntar:

-- Perdeu alguma coisa aqui?

Esther sorriu, sabia que não havia explicação plausível para a presença dela ali, sorrateiramente na madrugada, invadindo o quarto da loirinha.

Mudou seu tom de voz e falou baixo:

-- Preciso falar com você.

Amy estremeceu um pouco, o olhar de Esther parecia queimá-la por dentro, mas tentou disfarçar tal ansiedade e respondeu:

-- Deve ser algo urgente pra você entrar no meu quarto essa hora da madrugada...

-- Na verdade, não é urgente, só estava sem sono...

-- Você perde o sono e vem acordar os outros?

Esther sorriu do tom irritado de Amy, mas não se intimidou. Prosseguiu encarando a loirinha tendo a certeza pelo rubor no rosto e o nervosismo dos gestos, que sua presença mexia com a novata.

Continuou:

-- Como sua guia, tinha que informar a você sobre alguns detalhes sobre seu comportamento como escolhida...

-- Novas regras?

-- Não são novas, são apenas lembretes...

-- Pois bem, estou escutando, presidente.

-- Esse seu futuro namoro aí... Bem, você tem que saber que não pode trazê-lo aqui para a fraternidade, e também não pode saber sobre nossos contratos, sobre nossas regras.

-- Como assim?

-- Não pode saber sobre você ser minha escolhida e suas obrigações comigo.

Amy ficou pensativa, enquanto Esther continuava:

-- As regras da fraternidade só os membros da Gama-Tau podem saber... Nossa sociedade é secreta, sagrada.

-- Tudo bem, só isso?

-- Por enquanto só...

-- Então, com licença, Esther, estou com sono.

Esther ainda encarou Amy por alguns segundos, olhou-a com desejo. Fez menção de se aproximar, mas Amy levantou-se da cama, dirigindo-se até a porta:

-- Boa noite, Esther. E da próxima vez, tome um chazinho, e não venha acordar os outros!

A morena parecia surpresa com a atitude da novata. Saiu do quarto meio desnorteada, esperava fazer Amy se render ao desejo evidente, tê-la em seus braços outra vez. Mas isso não aconteceu, deixando Esther ainda mais preocupada com o novo namoro de sua escolhida. Sentiu um misto de ciúme com um sentimento de impotência...