terça-feira, 19 de abril de 2011

1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 24

CAPÍTULO 24: CUIDANDO DE SUZANA


No final da tarde fui ao quarto de Suzana como parte da rotina, fazer as prescrições antes de sair do plantão, Camila estava em cirurgia, assim tive que ir sozinha.

- Boa tarde Suzana, como se sente? Está sendo bem tratada?

- Agora sim – Suzana não perdeu o tom sedutor.

Sorri amarelo, pra disfarçar minha timidez com o comentário dela, mudei de assunto:

- Seus exames praticamente não se alteraram comparados aos da semana passada, os exames pré- operatórios, estão bons, assim sua cirurgia deve ser marcada para dois dias no máximo.

- Obrigada Isabela.

- Alguém veio pra te acompanhar?

- Não... Quem faria isso Isabela?

Senti uma tristeza por ela, de fato Suzana era muito sozinha.

- Suzana, posso te perguntar uma coisa?

- Claro qualquer coisa.

- Você herdou uma pequena fortuna de Bárbara, tem dinheiro para se tratar nos maiores centros do mundo, por que você veio justamente pra cá?

- Isabela, não podia perder a chance de estar perto de você nem que fosse a última vez, pensei que se morresse, pelo menos tinha a oportunidade de ter você do meu lado, nem que fosse como médica.

Fiquei sem ação diante dessa declaração, Suzana sentou- se na cama, colocou de lado um livro que lia e levantou- se caminhando em minha direção. Acariciou meus cabelos, e fitou- me com paixão.


- Isa, eu não deixei de pensar em você um dia sequer, as coisas que te falei sobre você estar mudada, foi puro ciúme, desespero por te perder... Sofri mais com sua ausência do que testemunhando Bárbara morrer a cada dia.

- Suzana, eu quis te ligar quando soube da morte de Bárbara, mas desisti...

- Você ainda sente algo por mim?

- Suzana, por favor...

Antes que eu completasse meu pedido em mudarmos de assunto, Suzana num rompante tomou meus lábios, não sei exatamente porque retribuir o beijo rejeitá- la naquela situação parecia cruel, ao mesmo tempo senti saudade daquela boca, estava outra vez nos braços de Suzana, interrompi sem demora aquele momento quando me lembrei de Camila, não, ela não merecia aquilo.

- Pára Suzana! Nossa relação deve ser puramente profissional, você não entende que existe outra pessoa envolvida a qual não merece ser magoada, eu a amo Suzana!

- Ama?

- Amo. – falei num tom mais baixo.

- E o que você sente por mim?

- Não sei, mas seja o que for, fica em segundo plano, primeiro porque você está aqui para salvarmos sua vida, e segundo, não vou magoar Camila com essa confusão, nunca faria isso, eu a amo.

Suzana tomou um ar entristecido, voltou para cama, e eu continuei:

- Você precisa de alguém pra te acompanhar, se você quiser ligo pro Vitor, ele pode ficar no meu apartamento.

- Não quero incomodar meu irmão... Ele teria que brigar com meu pai pra vir...

- Suzana, é injusto ele não saber o que está acontecendo com você, além do mais ele deve estar de férias da faculdade. – Entreguei-lhe o seu celular que estava em uma mesinha do lado da cama.

Ela ligou para o irmão, que garantiu chegar a Campinas no dia seguinte, comprometi-me em esperá-lo no aeroporto. Permaneci no quarto com Suzana fazendo-lhe companhia, conversando amenidades, nem vi o tempo passar, foi quando meu celular tocou, era Camila:

- Meu amor onde você está?

- Oi, estou aqui no hospital ainda, resolvi te esperar.

Eu andava para fora do quarto enquanto conversava ao telefone com Camila, ao chegar ao corredor, deparei-me com ela em frente ao quarto, estava indo ver Suzana antes de deixar o plantão.

- Isabela, seu plantão acabou a duas horas, e você passou todo esse tempo aqui? No quarto dela?

- Meu amor, estava esperando você sair da cirurgia para irmos juntas para casa.

- Você tem um consultório, tem a chave do meu, não tinha outro lugar no hospital para você me esperar?

Fiquei sem graça e sem palavras, enquanto ela entrava no quarto de Suzana, seguida de mim. Camila era uma médica fantástica, admirava o fato dela saber separar perfeitamente questões pessoais de seu profissionalismo, assim, foi atenciosa com Suzana, despedimo-nos marcando a cirurgia para dois dias. Pedi a uma técnica de enfermagem que estava de folga para passar a noite com Suzana, para evitar mais discussões com Camila.

No trajeto de volta pra casa, Camila não pronunciou uma palavra, eu fazia carícias no ombro dela, no seu rosto, qual criança buscando perdão depois de ter cometido travessura, ela não se movia, sequer me olhava, sabia me por de castigo direitinho. Quando chegamos ao apartamento, Camila seguiu para o banheiro, ignorando minhas tentativas de puxar assunto. Não tive dúvidas, despi-me e entrei no banheiro onde ela já estava tomando banho, coloquei minhas mãos na cintura parada diante dela numa postura desafiadora:

- Vai continuar me ignorando?

Ela sorriu me puxando para perto dela, colando nossos corpos, deixando a água cair sobre nós, jogou-me contra a parede, penetrando seus dedos no meu sexo, enquanto eu arranhava suas costas acompanhando os movimentos dela, tomada de tesão. Como de costume jantei sentada no seu colo, comendo do mesmo prato, cobrindo-a de beijos, mordidinhas, e carícias, até que ela retomou o assunto de sua chateação:

- Isa, eu tenho motivos para ficar insegura por todo esse cuidado seu com Suzana?

- Não Camila, é compaixão, você mesma diz que ela não foi um caso qualquer, não posso ficar insensível a isso, você sabe da gravidade do caso dela...

- Sei sim, mas também sei que ela não desistiu de você, está estampado nos olhos dela isso.

- Mas eu sou sua... Eu te amo Camila, acredita em mim.

Não tive coragem de revelar sobre o beijo, não teve importância e não queria contribuir para sua insegurança. De madrugada recebemos uma chamada urgente do hospital, algo acontecera com Suzana, desmaiou após convulsionar. Em menos de meia hora estávamos de volta ao hospital, Suzana estava sedada, Camila constatou que um dos aneurismas se rompera, a cirurgia, portanto, teria que ser realizada imediatamente. Apressei-me em convocar a equipe, e preparar tudo com Camila, senti um medo absurdo de testemunhar Suzana morrer na minha frente, não consegui assistir a cirurgia, fiquei na capela até a hora de buscar Vitor no aeroporto.

Tratei de colocar Vitor a par da situação real de sua irmã, vi aquele homem enorme chorar feito criança, me emocionei, mas logo me recompus afim de lhe transmitir algum otimismo, esperança, afirmando que Suzana gozava de excelente estado físico o que favoreceria sua recuperação. Oito horas depois de cirurgia, Camila entrou no meu consultório onde eu aguardava com Vitor alguma notícia.

- Camila, esse é Vitor, irmão de Suzana.

- Muito prazer doutora, como minha irmã está?

- Olá Vitor. Sua irmã está estável, na UTI agora, deve permanecer lá pelas próximas 48 horas.

- Como foi a cirurgia Camila? –perguntei apreensiva.
- Foi boa... Pelo menos nenhum dos aneurismas se rompeu durante a cirurgia, consegui remover os que sobraram, mas, não consegui implantar o neurochip, as membranas estava muito vulneráreis, seria um risco a mais, e ainda não sabemos as seqüelas provenientes do aneurisma que se rompeu antes da cirurgia.

Foi um alívio, ao mesmo tempo ficamos temerosos sobre as tais seqüelas.

- Eu posso vê-la doutora? – Vitor perguntou ansioso.

- Agora não Vitor, mas abro uma exceção a tarde tudo bem?

Levei Vitor para meu apartamento, acomodando-o no meu quarto, já que eu praticamente estava morando com Camila, entreguei-lhe as chaves reservas do apartamento, pedi que descansasse e a tarde nos encontraríamos no hospital.

Antes de minhas obrigações, passei na UTI para ver Suzana, estava com a cabeça enfaixada, entubada, era de praxe induzir o coma em pós-operatórios de cirurgias neurológicas. Por mais que fosse comum ver pacientes ligados a aparelhos, ver Suzana daquela forma me angustiou profundamente, uma lágrima percorreu minha face, enquanto eu a observava, fingindo uma atitude profissional ajustando parâmetros do ventilador mecânico. Senti um medo avassalador de perder Suzana para a morte, relembrei nossos momentos juntas, desde que a vi pela primeira vez, nosso primeiro beijo, o pedido de casamento, nossa rotina...

Saí do quarto antes que os funcionários estranhassem minha demora na visita, Camila dormia no repouso médico, já que não dormira na noite anterior, operando por oito horas seguidas Suzana, resolvi passar por lá, até por desencargo de consciência por meus pensamentos diante do leito de Suzana. Entrei no quarto, e logo vi aquela mulher linda, em um sono sereno, eu adorava vê-la dormir, Bernardo comentava que minha baba chegava a cair quando me flagrava vendo Camila dormindo. Aproximei-me sem intenção de acordá-la, beijando sua face tranqüila.

- Isa?

- Oi meu amor... Não queria te acordar...

Camila passou a mão pelos meus cabelos, puxando meu rosto pra junto do seu beijando-me longamente minha boca.

- Ainda vai operar hoje?

- Não, tenho apenas uma consulta a tarde, já almoçou?

- Ainda não...

- Isa se eu não te ponho pra comer heim... Meu bebezinho...

Fiz cara de criança travessa, conquistando mais um beijo daquela boca tão apetitosa.

- Vamos comer então meu bebê, deixa só eu lavar meu rosto. – Camila levantou-se depois de beijar minha bochecha.

Suzana não acordou naquele dia, mas isso era esperado, seus sinais vitais permaneciam estáveis, no dia seguinte, Camila autorizou a diminuição dos sedativos, a fim de prepará-la para deixar o coma. No final da tarde, Suzana despertava, respirando sozinha, providenciamos a extubação, na expectativa de avaliar finalmente as seqüelas do aneurisma rompido. Camila se apressou em estimular a fala:

- Suzana, você pode me ouvir? Consegue falar?

Suzana se esforçou e falou com dificuldade, percebemos aí uma discreta paralisia facial:

- Onde estou? – Suzana falou baixo dificultosamente.

- Você está na UTI neurológica, foi operada ontem, você lembra quem sou eu?

- Dra. Camila.

- Muito bem, você consegue apertar minha mão?

Camila apertava a mão esquerda de Suzana, obtendo resposta satisfatória, fez o mesmo na mão direita, mas Suzana apresentava uma força significativamente diminuída.

- Suzana você sente o que estou fazendo?

Camila passava uma caneta na planta do pé esquerdo de Suzana, comprovando a diminuição do reflexo plantar, o que não aconteceu no pé direito. Estava diagnosticado assim que o aneurisma afetou o lado esquerdo do corpo de Suzana, seus movimentos naquele momento estavam comprometidos. Explicamos a situação a Vitor antes da entrada dele, estávamos otimistas tendo em vista que Suzana era jovem, e bom estado físico, tinha toda condição de reabilitação com fisioterapia.

Dois dias após a cirurgia, Suzana foi transferida para o quarto, já estava ciente de sua condição clínica, e pra nossa alegria, estava otimista em sua recuperação. Vitor permaneceu todo o mês com ela no hospital, praticamente não saía do quarto para nada, era todo carinho com a irmã.

Eu passava no quarto em todo intervalo de consultas, quem estava na minha frente não era a Suzana que me magoou, me traiu, era a Suzana que me encantava, que eu amei.

Um fisioterapeuta já iniciava o trabalho de reabilitação, ela estava confiante, e sempre que tinha a oportunidade me dizia que estava fazendo aquilo por mim, para me reconquistar, eu me dividia entre a felicidade de vê-la progredindo e o medo de decepcioná-la uma vez que não pensava em deixar Camila.

No início de agosto Suzana recebeu alta, orientada por Camila, permaneceu em Campinas para continuar a reabilitação, e avaliar seu progresso para inserirmos o neurochip.

Deixei meu apartamento com ela, contratei um técnico de enfermagem para cuidar dela já que Vitor teria que voltar ao Rio com o reinício de suas aulas. Dona Marta que era minha diarista e de Bernardo, passou a ficar o dia inteiro no meu apartamento para cozinhar e ajudar a técnica de enfermagem nos cuidados com Suzana. Revezava com Bernardo a tarefa de levá-la às sessões de fisioterapia, não havia nenhum dia que não a visse, e vibrasse com cada progresso seu.

Camila sentia-se incomodada com isso, mas o fato de morarmos juntas agora oficialmente, lhe dava mais tranqüilidade. Eu por outro lado, vivia um dilema, meus sentimentos estavam confusos, amava Camila, estava feliz com ela, tínhamos uma relação incrível, não me imaginava longe dela, em contrapartida eu tinha Suzana, esforçando-se para recuperar-se, inspirada por uma possibilidade de voltarmos a ficar juntas, estava vulnerável mas mostrava sua força justificada pelo amor a mim, não sabia se ainda a amava como antes, mas a amava, sentia uma forte ligação com ela, não queria só cuidar dela, chegava a imaginar minha vida com ela. Tratei de não alimentar esperanças nela, evitava ficar a sós com ela, tinha medo da minha confusão de sentimentos causar danos na vida de nós três.

SOCIEDADE SECRETA LESBOS -VIGÉSIMO TERCEIRO CAPÍTULO

Capítulo 23



Esther pilotou sua moto, com o pensamento perdido. No seu corpo ainda a lembrança do cheiro doce de Amy, mas a angústia de seguir ao encontro do que considerava obrigação incontestável, na verdade, um fardo na sua vida.

Poucos minutos depois, estava diante de uma luxuosa casa de praia, com espaçosas janelas de vidros no segundo andar, uma varanda ampla que acolhia confortáveis cadeiras para tomar sol. Em pé na varanda, estava uma bela mulher, vestida num hobby transparente, tecido tão leve, que esvoaçava expondo o lingerie branco inegavelmente sensual.

A tal mulher observou Esther adentrar pelo portão e estacionar a moto na frente da garagem, enquanto degustava sua taça de champanhe.

Sem muita pressa, Esther entrou na mansão, colocando o capacete em qualquer lugar, até notar a presença da sedutora mulher descer as escadas de degraus acarpetados.

Com tom ríspido, abordou à morena:

-- Qual parte do “quero ver você agora”, você não entendeu?

-- Michelle, por favor... Estou cansada, vim o mais rápido que pude...

Michelle Roberts aproximou-se de Esther, que sequer tinha disposição de encarar aquela beldade. Mas ela não se importou com a frieza da morena, com todo domínio e empáfia que lhe era tão peculiar, foi despindo Esther, praticamente rasgava suas roupas, arranhando suas costas e braços.

Esther não esboçava reação alguma, depois de totalmente despida diante de Michelle, simplesmente abriu os braços e disse com tom de revolta:

-- Pronto... Use logo o que você quer.

A frase da morena despertou a fúria da Senhora Roberts, que não tardou demonstrar, deferindo na face de Esther um sonoro tapa, deixando as marcas de seus dedos no rosto profundamente magoado da presidente da Gama-Tau. A revolta, entretanto, não adormeceu. Ajeitou seus cabelos que caíam sobre os olhos e desafiou Michelle mais uma vez:

-- Então, hoje vai ser no estilo sádico? Onde estão seus brinquedinhos?

Ao ouvir isso Michelle fez menção de repetir a agressão, mas o olhar fixo de Esther sem manifestar qualquer medo a tal gesto parecia intimidar aquela dura mulher, que parou a mão no ar. Em vez de um tapa, entrelaçou seus dedos nos cabelos de Esther, puxando-a com força para perto de seu corpo. Conduziu a mão de Esther para dentro de sua calcinha e cheia de desejo ordenou:

-- Sua vadiazinha... Me coma, agora!

Esther sabia que não tinha escolha, mas encheu seus movimentos de agressividade. Empurrou Michelle contra a parede, levantou uma das pernas da Senhora Roberts, e penetrou com força dois dedos no sexo de Michelle, fazendo questão de aranhar a cavidade daquela mulher com suas unhas. Desejava machucá-la, estava tomada de sadismo, e esse sentimento regeu aquele ato, o que não evitou que Michelle gozasse nas mãos da morena.

Contrariada por ter dado prazer àquela ardilosa mulher, Esther se afastou bruscamente, catando suas roupas pelo chão, pensando talvez em encontrar pelo chão um resto qualquer de dignidade para voltar pra mansão Gama-Tau, quando fora mais uma vez abordada por Michelle, que lhe agarrara por trás, apertando seus seios com violência. Com uma mão desceu até o sexo de Esther e disse de maneira autoritária, como sempre:

-- Agora você vai dar pra mim, sua cadela!

Esther tentou se defender, mas era inútil diante de Michelle Roberts, a qual jogou a morena nos degraus das escadas e movimentou-se sobre ela, penetrando-a, hora com dois, hora três dedos, com as unhas afiadas, despertando gemidos de dor em Esther. Tal som parecia excitá-la ainda mais, a morena por sua vez, derramava lágrimas, desejando mais do que nunca livrar-se de seu passado, de seu carma, ou sua missão de vingança.

Michelle levantou-se daqueles degraus, encarando Esther com ares de interrogação, mais que isso, demonstrava raiva.

-- O que está acontecendo, hein? Até parece que estava sendo torturada...

-- Já está satisfeita, Michelle? -- Esther perguntou enquanto mais uma vez recolhia suas roupas.

-- Te fiz uma pergunta!

-- Estou cansada, Michelle...

-- Você chega aqui fedendo a praia... Não usou os cremes e perfumes que lhe dei? Dei para você usar comigo, já lhe avisei que não quero esse cheiro de latina...

-- Chega, Michelle!

-- Quem você pensa que é pra gritar comigo, sua vadia?

Nesse momento Michelle segurou firme os braços de Esther, cravando suas unhas a tal ponto, que ao tentar desvencilhar seus braços das unhas de Michelle, a morena viu o sangue escorrer em um arranhão pelo braço esquerdo. Observou o arranhão, recolheu rapidamente as roupas e saiu em direção ao banheiro do térreo da mansão.

Não queria chorar, demonstrar fraqueza na frente de Michelle. Diante do espelho do banheiro se olhava perguntando-se sobre o caminho que escolhera para sua vida. Chorou copiosamente enquanto se lavava... Vestiu-se enfim e voltou para a sala, encontrando Michelle, vestida no mesmo lingerie sensual, segurando outra taça de champanhe.

-- Você não vai a lugar nenhum... Não te dispensei ainda, essa noite você dorme aqui.

-- Não, estou indo embora.

-- Não é um pedido, Esther, não me irrite!

-- Não é uma resposta, é um comunicado, estou indo embora.

-- Seu ataquezinho vai lhe custar caro... Pode esperar...

A morena estremeceu com a ameaça daquela mulher que soltava faíscas de raiva pelo olhar, mas mesmo assim não perdia o ar dominador. Mesmo temendo a retaliação, pegou seu capacete e bateu a porta da mansão, experimentando junto com esse temor, a mesma sensação que sempre lhe tomava depois de encontrar-se com Michelle: humilhação, revolta, angústia.