terça-feira, 19 de abril de 2011

SOCIEDADE SECRETA LESBOS -VIGÉSIMO TERCEIRO CAPÍTULO

Capítulo 23



Esther pilotou sua moto, com o pensamento perdido. No seu corpo ainda a lembrança do cheiro doce de Amy, mas a angústia de seguir ao encontro do que considerava obrigação incontestável, na verdade, um fardo na sua vida.

Poucos minutos depois, estava diante de uma luxuosa casa de praia, com espaçosas janelas de vidros no segundo andar, uma varanda ampla que acolhia confortáveis cadeiras para tomar sol. Em pé na varanda, estava uma bela mulher, vestida num hobby transparente, tecido tão leve, que esvoaçava expondo o lingerie branco inegavelmente sensual.

A tal mulher observou Esther adentrar pelo portão e estacionar a moto na frente da garagem, enquanto degustava sua taça de champanhe.

Sem muita pressa, Esther entrou na mansão, colocando o capacete em qualquer lugar, até notar a presença da sedutora mulher descer as escadas de degraus acarpetados.

Com tom ríspido, abordou à morena:

-- Qual parte do “quero ver você agora”, você não entendeu?

-- Michelle, por favor... Estou cansada, vim o mais rápido que pude...

Michelle Roberts aproximou-se de Esther, que sequer tinha disposição de encarar aquela beldade. Mas ela não se importou com a frieza da morena, com todo domínio e empáfia que lhe era tão peculiar, foi despindo Esther, praticamente rasgava suas roupas, arranhando suas costas e braços.

Esther não esboçava reação alguma, depois de totalmente despida diante de Michelle, simplesmente abriu os braços e disse com tom de revolta:

-- Pronto... Use logo o que você quer.

A frase da morena despertou a fúria da Senhora Roberts, que não tardou demonstrar, deferindo na face de Esther um sonoro tapa, deixando as marcas de seus dedos no rosto profundamente magoado da presidente da Gama-Tau. A revolta, entretanto, não adormeceu. Ajeitou seus cabelos que caíam sobre os olhos e desafiou Michelle mais uma vez:

-- Então, hoje vai ser no estilo sádico? Onde estão seus brinquedinhos?

Ao ouvir isso Michelle fez menção de repetir a agressão, mas o olhar fixo de Esther sem manifestar qualquer medo a tal gesto parecia intimidar aquela dura mulher, que parou a mão no ar. Em vez de um tapa, entrelaçou seus dedos nos cabelos de Esther, puxando-a com força para perto de seu corpo. Conduziu a mão de Esther para dentro de sua calcinha e cheia de desejo ordenou:

-- Sua vadiazinha... Me coma, agora!

Esther sabia que não tinha escolha, mas encheu seus movimentos de agressividade. Empurrou Michelle contra a parede, levantou uma das pernas da Senhora Roberts, e penetrou com força dois dedos no sexo de Michelle, fazendo questão de aranhar a cavidade daquela mulher com suas unhas. Desejava machucá-la, estava tomada de sadismo, e esse sentimento regeu aquele ato, o que não evitou que Michelle gozasse nas mãos da morena.

Contrariada por ter dado prazer àquela ardilosa mulher, Esther se afastou bruscamente, catando suas roupas pelo chão, pensando talvez em encontrar pelo chão um resto qualquer de dignidade para voltar pra mansão Gama-Tau, quando fora mais uma vez abordada por Michelle, que lhe agarrara por trás, apertando seus seios com violência. Com uma mão desceu até o sexo de Esther e disse de maneira autoritária, como sempre:

-- Agora você vai dar pra mim, sua cadela!

Esther tentou se defender, mas era inútil diante de Michelle Roberts, a qual jogou a morena nos degraus das escadas e movimentou-se sobre ela, penetrando-a, hora com dois, hora três dedos, com as unhas afiadas, despertando gemidos de dor em Esther. Tal som parecia excitá-la ainda mais, a morena por sua vez, derramava lágrimas, desejando mais do que nunca livrar-se de seu passado, de seu carma, ou sua missão de vingança.

Michelle levantou-se daqueles degraus, encarando Esther com ares de interrogação, mais que isso, demonstrava raiva.

-- O que está acontecendo, hein? Até parece que estava sendo torturada...

-- Já está satisfeita, Michelle? -- Esther perguntou enquanto mais uma vez recolhia suas roupas.

-- Te fiz uma pergunta!

-- Estou cansada, Michelle...

-- Você chega aqui fedendo a praia... Não usou os cremes e perfumes que lhe dei? Dei para você usar comigo, já lhe avisei que não quero esse cheiro de latina...

-- Chega, Michelle!

-- Quem você pensa que é pra gritar comigo, sua vadia?

Nesse momento Michelle segurou firme os braços de Esther, cravando suas unhas a tal ponto, que ao tentar desvencilhar seus braços das unhas de Michelle, a morena viu o sangue escorrer em um arranhão pelo braço esquerdo. Observou o arranhão, recolheu rapidamente as roupas e saiu em direção ao banheiro do térreo da mansão.

Não queria chorar, demonstrar fraqueza na frente de Michelle. Diante do espelho do banheiro se olhava perguntando-se sobre o caminho que escolhera para sua vida. Chorou copiosamente enquanto se lavava... Vestiu-se enfim e voltou para a sala, encontrando Michelle, vestida no mesmo lingerie sensual, segurando outra taça de champanhe.

-- Você não vai a lugar nenhum... Não te dispensei ainda, essa noite você dorme aqui.

-- Não, estou indo embora.

-- Não é um pedido, Esther, não me irrite!

-- Não é uma resposta, é um comunicado, estou indo embora.

-- Seu ataquezinho vai lhe custar caro... Pode esperar...

A morena estremeceu com a ameaça daquela mulher que soltava faíscas de raiva pelo olhar, mas mesmo assim não perdia o ar dominador. Mesmo temendo a retaliação, pegou seu capacete e bateu a porta da mansão, experimentando junto com esse temor, a mesma sensação que sempre lhe tomava depois de encontrar-se com Michelle: humilhação, revolta, angústia.

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