sábado, 8 de janeiro de 2011

Paparazzo

Mais um episódio da moda de ensaios fotográficos com mulheres se pegando...
Dessa vez no site Paparazzo... Nem gosto dessa moda...kkkkkk


Para ver todas as fotos acessem


Vale a pena...rs

1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 13

CAPÍTULO 13 : PESADELO

O chão pareceu sumir sob meus pés, aquela mulher me olhava com o mesmo desprezo do dia anterior, mais uma vez não consegui falar nada até avistar Suzana descendo as escadas do seu quarto, enrolada em uma toalha, com os cabelos molhados. Joguei o embrulho dos sonhos nos pés de Bárbara e saí correndo nem aguardei o elevador chegar, desci pelas escadas mesmo ouvindo os gritos de Suzana me chamando. Queria sumir, queria morrer... uma chuva começou a cair quando saí do prédio de Suzana, lembrei da chuva no nosso primeiro encontro e desejei nunca ter conhecido Suzana para me livrar daquela dor de ser traída pela mulher que eu amava.

Corri pro carro, segurando o volante com força, deixei minha cabeça cair sobre ele e disparei no choro alto, por alguns minutos, até a porta do carona se abrir, era Suzana, encharcada entrando no carro sentando ao meu lado.

- Caraca como você corre, nunca te acompanho...

- Sai daqui Suzana – empurrei-a aos berros.

- Não saio, você vai me ouvir.

- Não vai sair? Saio eu.

Desci do carro, cruzando os braços andando rapidamente sob aquela chuva. Suzana me seguiu no meu carro buzinava e gritava de dentro do carro:

- Isabela Bitencourt entra nesse carro agora, você vai adoecer!

- Não sou sua paciente doutora!

- Não não é, é minha noiva mal criada!

- Vai se fuder Suzana, me deixa em paz.

- Vai a pé de Bom Sucesso até o Jardim Guanabara debaixo dessa chuva?

- E se eu for o que você tem com isso?

- Ai cabeça dura, se você não entrar largo seu carro nessa chuva e vou andando com você berrando até chegar no seu apartamento!

- Volta pro seu apartamento e pra sua coroa!

Suzana desceu do carro e parecia disposta a cumprir a ameaça:

- Vamos lá começar os berros.

As pessoas nos olhavam abismadas, Suzana sabia o quanto eu odiava um barraco... voltei correndo pro carro seguida por ela. Até chegar ao apartamento não disse nada. Só deixava as lágrimas se misturarem com água da chuva no meu rosto. Suzana pegou meu jaleco no banco de trás me entregou para que me enxugasse. Chegando ao apartamento, ela se surpreendeu quando avancei na sua direção deferindo um tapa na sua face.

- Eu te odeio Suzana, te odeio!

- Isa, me escuta, você está imaginando coisas.. – Suzana dizia passando a mão no seu rosto.

- Como é que é? Eu agora sou louca? Aquela mulher a essa hora de roupão no seu apartamento foi uma alucinação?

- Não Isa...mas tem uma explicação.

- Vamos lá, conta aí a piada do dia, estou mesmo precisando rir.

- Pára com esse sarcasmo...eita mãozinha pesada heim... Mas escute, Bárbara foi ontem a noite no apartamento, ela tinha as chaves, afinal alugamos juntas, não tive como impedir que ela entrasse...

- E aí ela te comeu a noite toda? Ou foi o contrário?

- Nossa tá com uma boquinha suja heim...mas então...você me mandou resolver bem a história e foi isso que fiz...eu precisava exorcizar aquela mulher da minha vida, provar pra mim mesma e pra ela que não existia mais nada entre nós.

- Você fez o exorcismo transando com ela?

- Mais ou menos..transar com ela, era a prova que eu precisava pra saber que eu não a amo mais, nós conversamos e eu disse que não existia outra mulher na minha vida que eu quisesse que não fosse você... depois dormi no sofá e ela na cama.

- Você espera que eu entenda que você tinha que me trair pra ter certeza que me ama e não a ela? É isso mesmo Suzana?

- Isa por favor, eu tinha que por um ponto final nessa história...eu precisava disso.

Não podia tolerar aquela traição, desconheci Suzana naquele momento, ela se equiparava a Bárbara com aquela atitude. Parece que o encanto se quebrava e minha princesa virara diante dos meus olhos um sapo...

- Você é tão doente quanto ela...vocês se merecem...some da minha frente Suzana, esquece que eu existo...

-Han? Como assim? Meu amor, acabou essa história, está enterrada, sou só sua agora.

-Eu pensei que você já era só minha...me enganei, como me enganei com você...a história que acabou foi a nossa Suzana. – falei arremessando a aliança nos seus pés.- E por favor leva essa porcaria daqui.

Saí pro quarto, me tranquei, deixei-me cair no chão, sentindo minha alma se rasgar...não tirei as roupas molhadas, chorei por horas até faltar-me as forças, senti meu corpo esmorecer, deitei no chão do quarto, devo ter caído no sono já que não dormira também na noite anterior, ouvi batidas na porta, e a voz de Dona Lúcia:

- Menina você está aí? Abre a porta minha filha eu to preocupada.

Abri a porta, Dona Lúcia me segurou pelos braços, e eu não suportei e a abracei caindo no choro mais uma vez, ela me colocou no colo, com um carinho maternal.

- Minha menina...o que aconteceu com você e a menina Suzana? Encontrei-a na saída do prédio chorando sem parar como você está agora...

- Dona Lúcia eu não quero nunca mais tocar nesse nome por favor...

- Tudo bem menina...vamos almoçar...você vai trabalhar hoje?

- Deveria, mas vou faltar.

Liguei pra Jessica avisando da minha falta, garantindo que levaria um atestado médico depois. Passei a tarde inteira deitada no quarto querendo dormir e só acordar quando aquela dor passasse...a noite antes de sair Dona Lúcia trouxe uma sopa de legumes até meu quarto. Tomei depois de muita insistência dela.

A chuva que peguei realmente causou uma nova crise de asma, pedi uma licença do trabalho, mas o que mais me abalava sem dúvida era a dor na alma. Tia Sílvia ficara preocupada, não quis contar por telefone o fim do noivado com Suzana, mas ela me conhecia, desconfiou de tudo, no dia seguinte ela estava no Rio, se desdobrando em cuidados e carinho comigo. Não perguntou muito, o que agradeci, mas ela tratou de descobrir, ligou para Suzana, juntou o pedaço de conversa dela com a minha e já entendeu mais ou menos o que acontecera. Suzana me ligava o dia inteiro, nunca a atendi, as vezes ligava de um número desconhecido, mas quando ouvia sua voz, eu baixava imediatamente o telefone. Recebia torpedos dela, quando via de quem era nem me dava ao trabalho de abrir, deletava imediatamente.

Na semana seguinte, eu tinha que encarar o trabalho, subi para o setor de neurologia imediatamente, não pude deixar de notar os olhares pra mim, mas fingia ignorar. Eu mergulhei no trabalho, não visitei a cantina, Jessica e Carlos sempre me traziam um lanche de lá, preocupados com minha apatia, era capaz de passar o dia inteiro sem me alimentar. Dudu sempre se oferecia para descer ao pronto socorro no meu lugar quando solicitavam avaliação neurológica. Consegui evitar Suzana por vários dias, não tive a mesma sorte no plantão de fim de semana, quando vi Suzana chegar ao hospital acompanhada de Bárbara. Eu cumprimentava Bosco na recepção quando as vi entrando, não podia acreditar no que eu via, uma semana que terminamos o noivado e Suzana já desfilava com aquela mulher cruel. Suzana paralisou ao me ver, Bárbara olhou me como sempre, por cima...não consegui segurar uma lágrima que rapidamente sequei, enquanto Bárbara puxou Suzana pelo braço como se quisesse afirmar sua posse dela. Lurdes observava de longe, ao ver Suzana e Bárbara se distanciarem, envolveu seus braços no meu ombro e me levou até o consultório.

- Isa, eu nem sei dizer o quanto eu sinto por vocês...minha amiga nunca esteve tão feliz como estava com você, essa Bárbara é uma praga!

- Tudo bem Lurdes, ela fez a escolha dela, paciência.

- Ela não escolheu nada Isa, ela meteu os pés pelas mãos, e pelo que to vendo continua fazendo isso, mas não acredito que ela esteja com a Bárbara...

- Mas eu acredito...

- Não, eu conheço minha amiga...não estão juntas, ela chegou aqui semana passada arrasada, nem de longe ela ficou assim quando Bárbara a deixou...chegou a desmaiar no pronto socorro por causa de uma hipoglicemia, certamente estava sem comer o dia inteiro, até procurei por você mas me informaram que você estava de atestado, aí liguei uma coisa com a outra e ela me contou tudo.

Chorei. Lurdes me abraçou me confortando:

- Isa, quero que você saiba que pode contar comigo, pra qualquer coisa, inclusive pra dar uma surra naquelazinha...

A residência tornou-se uma tortura para mim, passava mais tempo me preocupando em fugir de Suzana do que tratar os casos neurológicos. Não rendia mais como antes, e os preceptores começavam a me cobrar por isso. Suzana parou de me ligar depois de um mês, ainda a encontrei algumas vezes, no estacionamento, mas não permitia sua aproximação. Também a vi outras vezes com Bárbara, ao que me parecia, ela estava voltando a trabalhar no hospital. No dia que recebi a confirmação que Dra. Bárbara Camargo estava assumindo a chefia da residência, coincidiu com a oportunidade de um intercâmbio no hospital das clínicas de Campinas aberta a residentes do primeiro ano com boas notas e com experiência em pesquisa. Agarrei-me a essa oportunidade e no mesmo dia me inscrevi, seria a solução pra mim, afastava-me de Suzana e da presença terrível de Bárbara, ficaria mais perto dos meus amigos Olivia e Bernardo, o último fazia lá sua residência em urgência, e ainda voltaria para pesquisa que era minha paixão. Agüentei por uma longa semana a supervisão incômoda de Bárbara que me alfinetava o tempo todo, destinando a mim os piores casos e os menos interessantes, foi uma semana atendendo apenas bêbados, viciados, hipocondríacos, ao saber do meu interesse no intercâmbio, Bárbara tratou de me ajudar com uma carta de recomendação, queria me ver longe de Suzana.

No início de maio o resultado do intercâmbio saiu, como esperava fui aprovada, minha mudança para Campinas tinha quer ser rápida, começaria minha residência lá no dia 15 de maio. Mais uma vez Tia Sílvia veio me ajudar com a mudança, como eu acertei com Bernardo morar os primeiros dias com ele, Tia Silvia ficaria no Rio para entregar o apartamento e enviar meus móveis quando eu acertasse o aluguel do apartamento em Campinas. Com muita pena dispensamos Dona Lúcia, mas tratei de lhe dar uma boa gratificação, e ela voltou a trabalhar com o casal amigo de Tia Silvia, me garantindo que voltaria pra mim quando eu quisesse. Depois da minha aprovação, não precisava mais voltar ao hospital, voltei apenas para recolher minhas coisas, e despedir-me do pessoal. Lurdes e outras enfermeiras prepararam um bolo na sala de enfermagem, chamaram Jessica, Dudu, e Carlos, assim como Bosco da recepção e Letícia. Quando estavam todos fazendo discursos engraçados sobre minhas trapalhadas no hospital, as gargalhadas cessaram com a entrada de Suzana. Assim como eu, Suzana estava mais magra, seu rosto tinha sinais de abatimento, mas sorriu ao me ver.

- Ah Dra Suzana sirva-se de um pedaço de bolo, está delicioso. –Sheila trouxe Suzana até perto da mesa.

- Bom gente, eu agradeço a todos pelo carinho, vou sentir muita falta de vocês, aposto que os paulistas não tem essa energia de vocês...mas realmente preciso ir, embarco amanhã cedo...então meus queridos, é hora de partir...

Todos se aproximaram de mim para me abraçar enquanto Suzana soltava o pedaço de bolo sobre a mesa baixando a cabeça. Depois de abraçar a todos, meus olhos cruzaram com o olhar de Suzana, que estavam marejados:

- Boa sorte Dra Suzana, até qualquer dia.

Era a primeira vez depois de jogar a aliança nos seus pés a 2 meses atrás que eu falava algo a Suzana. Ela manteve seu olhar no meu:

- Boa sorte também Dra Isabela.

Saí da sala ressentindo a dor de perder Suzana, caminhei até o estacionamento, quando colocava minhas coisas no banco de trás do carro, senti uma mão me puxar, era Suzana, que num ímpeto tomou-me nos seus braços arrancando um beijo carregado de paixão e emoção não me deixando alternativa que não fosse retribuí-lo.

- Não vai Bela, fica comigo... – Suzana falava ao meu ouvido em meio as lágrimas

Ouvir aquela voz macia de Suzana me chamando de Bela, só ela me chamava assim, me fez estremecer, não lembrava mais o motivo de estarmos separadas, queria beijá-la de novo, encostei minha testa na sua, nossas lágrimas se misturaram, quando Suzana se aproximava para beijar mais uma vez, ouvi de novo aquela voz seca e cheia de raiva perto de nós:

- Ora faça-me o favor Suzana...me poupe dessa ceninha de novela das seis! Larga essa menina e vamos sair daqui, Lucas está nos esperando para o levarmos ao cinema.

Suzana foi se desvencilhando dos meus braços que já estavam envoltos nos seus, me olhou com o amor que eu reconhecia. Não entendi porque ela não lutava contra a posse daquela mulher, mas a mágoa guardada em mim voltara a nublar meus sentimentos por Suzana. Entrei no carro amargando uma revolta misturada a lembrança do beijo, do cheiro, e da voz de Suzana me pedindo pra ficar.