domingo, 7 de agosto de 2011

Sociedade Secreta Lesbos: Vigésimo sétimo capítulo

Capítulo 27



A frase parecia ter sido encravada no peito de Sandra, tamanho foi seu choque. Ela simplesmente atirou sua bolsa de grife no sofá próximo e partiu em direção a filha segurando com forças seus braços, chocalhando Amy enquanto falava com os dentes trincados evidenciando sua revolta com a revelação:

-- Cale essa boca! Você não sabe o que está dizendo! Você foi seduzida, está sendo manipulada, quem foi que fez sua cabeça, hein? Foi aquela latina, não foi?

-- Para, mãe, a senhora está me machucando!

Amy se desvencilhou da mãe, levou as mãos à cabeça, ajeitou algumas mechas de cabelo caídas no rosto, e com um tom seguro, dirigiu-se à Sandra:

-- Mãe, Esther não me seduziu, mas sim, é por ela que estou apaixonada... E de certa forma foi por causa dela que entrei na Gama-Tau, e não me arrependo disso... A senhora pode não gostar de ter uma filha lésbica, mas não posso mudar isso. Ainda não tenho certeza de nada, está tudo confuso em relação à minha sexualidade, mas em relação aos meus sentimentos não há confusão nenhuma, estou apaixonada pela Esther e estou feliz com isso.

-- Amy, você não vê o tamanho da bobagem que está falando? Você sempre gostou de meninos, e agora, depois de três meses de faculdade, se assume como lésbica? Está na cara que você está confusa e essa latina se aproveitou disso... Você vulnerável, longe de nossa proteção...

-- Mãe...

-- Calma, filha, que tudo vai ficar bem. Você vai se tratar, vou marcar as sessões com Dr. Fridman, ele é um excelente psicanalista, vai te ajudar muito. Vai sair dessa casa, alugo um apartamento e venho passar uns dias com você, cuidando de você...

Amy só balançou a cabeça negativamente, sorriu e disse num tom mais suave de voz, convidando a mãe a sentar-se:

-- Escuta, mãe... -- segurou suas mãos e olhou fixamente para seus olhos -- estou bem, não preciso de tratamento, pelo menos, não agora... Estou bem, feliz, e não vou sair dessa casa, nem me afastar de Esther. A senhora vai ter que aceitar isso, mesmo não concordando, porque é minha escolha, e é o que eu sou...

-- Amy... Você está tão enganada, filha...

-- Me deixa descobrir isso sozinha então, tá? Vamos conhecer as meninas, depois tomo um banho e posso sair pra jantar como a senhora quer...

No térreo da mansão Gama-Tau, Rachel e Esther conversavam quase que cochichando, sobre o inesperado encontro da morena com Sandra Anderson. A ação era observada de longe por Ellen, que logo percebeu a tensão quando a presidente da fraternidade falou sobre a mãe de Amy.

O quintal da mansão estava pronto para a festa surpresa da aniversariante do dia. Tudo muito caprichado, desde a decoração cheia de detalhes prateados até a música. Esta parte, a própria Esther se encarregou de montar sua cabine de DJ com as músicas da preferência da sua loirinha. Laurel se encarregou da maioria dos detalhes com as outras irmãs, enquanto Ellen fez questão de se responsabilizar pelos drinks da festa.

Finalmente, Amy “chega” à mansão Gama-Tau acompanhada de sua mãe, aproveita a presença da maior parte das irmãs reunidas no salão de jogos e apresenta:

-- Meninas, essa é minha mãe, Sandra Anderson. Veio me fazer uma surpresa de aniversário. Mãe, essas são minhas irmãs de fraternidade.

Cada uma das meninas foi se aproximando de Sandra, apresentando-se pelo nome, e cumprimentando a Sra. Anderson, a exceção de Esther, que continuou sentada em um puf no canto da sala, apenas observando a cena.

Sandra Anderson foi cordial, ao contrário de como se comportou com Esther. Apertou a mão de todas e sorriu sem graça para as que se apresentaram. Laurel logo se apressou em oferecer algo para beber e convidou-a a sentar-se, enquanto Ellen tirava suas próprias impressões diante da reação de Esther em não se apresentar como as demais. Amy, então pediu que Laurel fizesse companhia à mãe enquanto ela tomava um banho e se arrumava para sair.

-- Mãe, a senhora fica aqui, já volto. Me arrumo rápido.

-- Mas, você vai me deixar aqui sozinha com elas? Não posso conhecer seu quarto?

-- Calma, mãe, elas não vão colocar a senhora na mesa de bilhar e traçar, não... -- sorriu.

-- Amy!

-- Desculpa, mãe, mas é porque não tem motivos pra senhora ficar assim apavorada. Além do mais, viu que todas agiram como pessoas normais -- sorriu ironicamente -- e a senhora já deve saber que não é permitido não-membros conhecer os outros andares da casa...

Amy deu um beijo carinhoso na face da mãe e se retirou em direção ao seu quarto, seguida de Esther, para a ira de Sandra Anderson, que fuzilou a morena com o olhar. Entretanto, esta somente sorriu com o canto da boca deixando claro que não se intimidava com a fúria de sua “sogra”.

No primeiro andar da casa, Esther alcançou sua escolhida, empurrando-a contra a parede, roubando um beijo ardente, surpreendendo Amy, que diante do beijo sentiu seu corpo inteiro estremecer:

-- Nossa... Que beijo é esse?

Esther sorriu maliciosa, e desceu com sua mão pelas coxas de Amy, puxando-a para mais perto de seu corpo, roçando seus lábios quentes e carnudos pela pele alva, inspirando seu perfume doce, deixando a língua entre os lábios para beijar o pescoço da loirinha, que dava espaço para o acesso da morena, que respirava forte na mesma proporção que apertava a cintura de Amy, abrindo espaço entre suas pernas com a sua, encaixando-a, despertando um gemido na loirinha, que deixou um sorriso de prazer surgir no seu rosto.

-- Esther... Eu... Preciso... Ah... Me arru... Mar...

A morena ignorava o apelo da loirinha, continuando a usar suas mãos para incendiar Amy, impondo o movimento de seu corpo entre suas pernas, até sentir o corpo da loirinha dar sinais de total entrega. Ousou invadir o sexo de Amy com sua mão por dentro do short deslizando seus dedos pelo clitóris, sentindo a umidade se transformar numa abundância de um líquido quente, deixando-a completamente enlouquecida de tesão.

Suspendeu as pernas de Amy, que as envolveu na cintura da morena. Esther então as conduziu para o quarto da loirinha, que era o mais próximo dali. Ainda contra a parede, no quarto de Amy, a morena desceu beijando pelos seios e barriga, depois de arrancar seu top numa habilidade indiscutível. A respiração ofegante de ambas contribuía para o gozo iminente. Quando enfim, Esther alcançou com sua boca o sexo encharcado de Amy, o inevitável aconteceu: Amy explodiu num orgasmo pleno, a ponto de perder a forças das pernas, completamente trêmulas, enquanto segurava a cabeça de Esther entre suas pernas.

Sentindo as respostas do corpo de Amy, Esther olhou para a loirinha e sorriu, à medida que limpava sua boca. Ficou de pé e a abraçou forte enquanto Amy respirava acelerado, refazendo-se daquele orgasmo que só Esther era capaz de lhe dar.

-- Está tudo bem, Amy?

-- Bem? Está tudo ótimo minha, linda... Você é incrível!

Esther sorriu arqueando as sobrancelhas, fazendo charme, e perguntou:

-- Como foi a conversa com sua mãe?

-- Ela não se conforma, mas é compreensível. Saber que fui contra as orientações dela sobre a fraternidade, e saber que a filha é lésbica e está apaixonada, tudo de uma vez só em plena surpresa de aniversário é demais pra qualquer um, imagina para Sandra Anderson... -- sorriu.

-- É verdade... Mas como ela está agora?

-- Apavorada, acho... Mas ainda com esperanças de me resgatar desse “mau caminho” -- apertou os olhos fazendo uma careta.

-- Hum... Uma hora ela acaba aceitando... Mas espera, você falou que está apaixonada?

-- Sim... -- Amy sorriu tímida.

-- Posso saber por quem, Srta. Anderson?

-- Ah, Esther... Que pergunta! Por você, lógico!

Esther sorriu satisfeita e beijou delicadamente os lábios de Amy. A satisfação era dupla, primeiro por ouvir aquela declaração, e segundo por imaginar a raiva de Sandra Anderson ao saber disso. Disfarçou e avisou:

-- Vou subir pra tomar um banho, depois vamos terminar a comemoração de seu aniversário.

-- Esther, minha mãe quer sair pra jantar, então...

-- Amy, tem uma festa “surpresa” preparada para você... As meninas se empenharam a semana toda nos preparativos, então... Acho que você vai ter que marcar pra amanhã com sua mãe...

-- Festa? Jura? Nossa...

-- E antes que você pergunte se sua mãe pode ficar, adianto que não. As festas de aniversário das Gama-Tau são exclusivas para os membros, e sua mãe é uma Beta-Lo...

-- Mas Esther, minha mãe veio de New York pra passar meu aniversário comigo...

-- Amy, por favor, já abri uma exceção de nossas regras por você hoje... Não abusa, tá?

-- Mas o que vou dizer a ela?

-- A verdade, oras. Marque com ela de se encontrar amanhã... Se você acordar -- revirou os olhos, sorrindo -- você almoça com ela, sei lá, pense em algo, mas hoje, você tem compromisso com suas irmãs...

Beijou-a mais uma vez e saiu do quarto, deixando Amy preocupada sobre qual justificativa daria à mãe para frustrar seus planos, de novo.

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