segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 16

CAPÍTULO 16: DANDO A VOLTA POR CIMA EM CAMILA


A semana começava com uma reunião do grupo de pesquisa, o final de semana me fez um bem enorme, cheguei com ótimo humor, estava segura, e disposta a mudar de atitude no projeto, antes de subir para a reunião marcada para as nove da manhã, passei no quarto dos pacientes que estávamos acompanhando a fim de me atualizar acerca da evolução clínica, já que fazia dois dias que não os via.

Na reunião, Camila começou provocando como sempre:

-Mineira, já providenciou café e água?

- Acho que o Lucas pode pedir a Dona Josefa da cantina para trazer, não pode Lucas?

-Eu? Mas... E’ posso sim – falou meio sem graça.

Camila estranhou, mas não contestou, sentei junto à mesa, colocando sobre ela meu notebook e algumas anotações numa prancheta. Aline, uma biomédica, começou a explanar resultados dos exames dos pacientes que tratamos, com algumas interrupções de Camila, que não hesitou em ordenar de novo:

- Mineira, anota pra mim o nós vamos fazer.

- A letra da Carla é bem mais organizada, doutora Camila, você pode anotar Carla?

- Posso claro.

Camila parecia intrigada com minha postura, ninguém ousou questionar minhas sugestões porque estavam todos visivelmente sem graça. A discussão dos casos continuou e, seguramente, dei opiniões, sugeri procedimentos, respondi todas as perguntas que Camila nos fez.

- Parece que tem gente que andou estudando...

Ignorei a observação dela, continuei a discussão trazendo os dados atualizados da evolução clínica dos pacientes, comparando-os aos pacientes com quadros semelhantes na pesquisa de Camila em Seattle. Ela parecia bestificada, olhava para mim com os olhos brilhando, não soube decifrar se era de raiva ou admiração. Deixei que Camila concluísse a avaliação de nossas atividades, até que ela me perguntou:

- Mineira, você pode ficar aqui até a noite hoje? Sei que pelo cronograma você está de folga hoje, mas, gostaria que você detalhasse suas comparações. Pode ser?

- Sim, posso sem problema, Dra. Camila. A propósito, sou mineira com orgulho, mas meu nome é Isabela.

Saí da sala deixando todos sem ação. Camila me alcançou no corredor e pediu que a acompanhasse até seu consultório. Respondi positivamente com a cabeça e a segui.

- Sente-se Mi... Isabela. Você não me surpreendeu hoje, pelo contrário, você até demorou a tomar uma atitude...

- Como assim? – fiz cara de interrogação.

- Isabela, como você sabe, escolhi minha própria equipe, e li com atenção seus artigos, inclusive os da sua época de faculdade, seu desempenho na residência, conversei por telefone com seus preceptores, professores, os que orientavam seu projeto de pesquisa da faculdade. Você não está à toa no meu grupo... Sei de sua competência.

- Mas por que você me tratava como sua secretária sabendo da minha capacidade?

- Isabela, você estava apagada, intimidada, eu precisava te provocar pra que você ficasse motivada a me provar algo... Mas você não precisa me provar nada, precisa confiar em você, na sua capacidade... Se destacar, e isso sei que você pode.


Sorri incrédula, mudei de assunto e começamos a falar sobre os casos clínicos. Notei que o olhar de Camila mudou, não era mais frio e distante a mim, olhava-me com atenção, sem dizer muita coisa, o máximo que fazia era concordar, ou fazer perguntas. Perdemos a hora ali, até alguém bater a porta:

- Dra Camila, peço seu almoço? Já passa das 14h e a senhora não saiu pra almoçar, devo pedir o de sempre?

Afinal, ela tinha uma secretária, uma senhora de seus 50 anos, baixinha e franzina, que parecia cuidar bem dos horários de Camila.

- Ai Eliza... – bateu na testa. – Esqueci completamente, você ainda consegue nesse horário?

- Sim, doutora vou providenciar, devo pedir pra Dra. Isabela também?

- Ah, pra mim não precisa, obrigada – e cochichei para Camila: - Ela sabe meu nome?
- Sabe sim, ficou até com medo de perder a vaga pra você – Camila sorriu. – Eliza, peça para Dra. Isabela também, temos muito trabalho e ela não sai daqui antes de terminarmos.

Eliza se retirou e Camila pediu que fizéssemos uma pausa esperando o almoço. Sentamos em um sofá perto da janela com persianas, retirou o jaleco, e engrenou um papo que eu não esperava:

- Então, deixou algo pendente no Rio de Janeiro?

- Como?
- Perguntei se você deixou alguém te esperando no Rio de Janeiro.

- Ah... Tenho bons amigos no Rio, é só.

- Sua boa amiga te espera? Ela é o motivo de seu bom humor hoje? Falaram que você viajou no fim de semana.

- Você tem costume de vigiar os membros de sua equipe? Como sabe que viajei?

- Calma aí mineira... Ops, desculpa, Isabela, precisei de você no fim de semana para substituir a Aline nas rondas, e fui informada, por acaso, por alguma enfermeira da urgência que Bernardo viajaria com você.

- Ah... Então foi isso...

- E’... Mas então vai responder minha pergunta?

- Ninguém me espera no Rio, não viajei pra lá, fui aqui do lado, em São Paulo.

- Então... A sua companhia daquele dia na boate... Vocês não estão mais juntas?

- Bom... Se você investiga pessoalmente a vida da sua equipe, deveria saber que não, eu e Suzana não estamos mais juntas.

Nesse momento, Eliza entrou com duas bandejas empilhadas, colocando-as sobre a mesa de centro em frente ao sofá que estávamos. Abriu o frigobar da sala e serviu dois copos de suco, retirando-se em seguida, educadamente. Comida simples, da cantina mesmo, mas como o melhor tempero é a fome, devoramos o conteúdo daquela bandeja tranquilamente.

Camila sorria pra mim e eu retribuía sem graça, ficou contrariada quando percebeu que na sua bandeja não havia sobremesa, comi o pudim provocando-a, não demorando para que ela invadisse minha sobremesa com o garfo que comera a refeição, rimos disso, parei de rir ao me lembrar que Suzana tinha essa mania também de pegar comida do meu prato.

Saímos dali após alguns minutos de silêncio, para visitar os pacientes que assistíamos. Percebi que Camila não era só um gênio da medicina, mas também uma médica atenciosa, carismática, ela sabia de detalhes da vida dos pacientes, chamava os familiares pelo nome, em uma paciente em especial com Alzheimer, Camila se desdobrava em cuidados, o que me encantou. Sugeri a adição de algumas medicações com base em estudos, e ela aceitou, voltamos ao seu consultório por voltas às 17h, e voltamos às discussões dos casos clínicos.

Já era noite e notava que Camila insistia em alguns assuntos, como se quisesse me prender em sua presença mais tempo, como não me incomodava, me deixei enganar. Eliza veio se despedir alertando sobre o avançado da hora, voltamos ao sofá e Camila me fitava com atenção, sentamos bem próximas e ela falou mantendo fixos seus olhos claros em minha boca:

- Nosso dia foi produtivo, Isabela, sinto que teremos muitos assim daqui pra frente.

- Espero que sim doutora.

- Pode me chamar de Camila.

- Tudo bem dou... Camila.

- Escuta Isabela – ajeitou o braço por cima do sofá, me deixando envolvida nele. – será que qualquer dia dessa semana você não gostaria de sei lá, ir ao cinema, jantar comigo? – falou enquanto colocava meus cabelos por trás da orelha.

Camila sem dúvida era uma mulher sedutora, sabia exatamente como usar o tom de voz, sabia onde e como tocar a pele - “acidentalmente” ou não. Seu olhar era intrigante, o jeito de jogar seus cabelos cacheados, era praticamente uma arma mortal...

Eu estava quase invadindo sua boca que estava ali bem próxima da minha, aquela boca pedia pra ser beijada, seus lábios bem desenhados, que sabor eles teriam?

Mas eu tinha receio em me envolver com ela, não tinha compromisso com Laila, mas praticamente firmamos um acordo de nos conhecermos melhor e eu queria mesmo investir nisso, Camila era uma tentação, por sua inteligência, sensualidade, beleza e tínhamos muito em comum, temia que me deixasse ainda mais confusa, Laila, Camila... E o pior, Suzana não me saía do pensamento por mais esforço que eu fizesse.

- Camila, eu adoraria... Mas essa semana estou com os horários todos preenchidos... Como viajei no fim de semana passado, terei que trabalhar nesse para compensar... Mas podemos combinar qualquer dia, faz tempo que não vou ao cinema.

Camila não escondeu sua decepção, mas continuou encarando meus lábios. Senti que não conseguiria fugir dos lábios dela, quando meu celular tocou nos afastando abruptamente.

“Alô, oi Bê... estou indo pra casa agora sim, jantamos juntos sim, beijo.”

- Camila, sua companhia é muito agradável, mas tenho que ir. Até amanhã.

Recolhi minhas coisas e fui andando em direção a porta, sob os olhares de Camila. Antes de sair, parei junto à porta, olhei para trás e lá estava ela de braços cruzados me olhando com aquele mesmo olhar que me deixou de pernas bambas no barzinho, e depois na boate, saí trocando as pernas, batendo minha bolsa nas paredes, a trapalhona dava o ar da graça mais uma vez.

Pela primeira vez depois de quase quatro meses, voltei para casa depois do trabalho sem pensar em Suzana, meu pensamento era dela: Camila. O cheiro doce dela estava no meu corpo, ainda podia sentir o cheiro dos seus cabelos que emanava quando ela se aproximava para ver algo no meu notebook, era lavanda talvez... Não tinha certeza, mas aquele aroma me inebriou até chegar ao meu prédio.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Errei de casal???

Como BBB fã de plantão, sempre dou a espiadinha no site oficial quando acordo, e hoje quase caio pra trás quando vi a manchete: Diana e Michelly também se beijam na Festa Country.

UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII

Gente não estou falando dos selinhos que a Morango distribuía nas festas do BBB 10, estou falando de beijo de língua, ui delícia!!!

Começou com a brincadeirinha de olhos vendados, mas a loirinha se encheu de charme dançando perto da moça que deitada esperava o beijo, destaque para o microshort da Diana, espetáculo!



A Michelly ainda perguntou depois: Ainda tem mais? kkkkkkkkkkkkkkkkk
Depois na pista de dança elas trocaram outro selinho... Ai ai... Mundo gay kkkkkkkkkk

SOCIEDADE SECRETA LESBOS - DÉCIMO QUINTO CAPÍTULO

Capítulo 15



O dia seguinte foi de aulas para todas as meninas da fraternidade. Amy desceu para a cozinha com a mesma simpatia do dia anterior, cativando o mesmo sentimento nas demais. Manteve o look provocante, e insistia em tocar, beijar as meninas, para a fúria de Esther que chegou a quebrar copos “acidentalmente” na tentativa de quebrar o clima descontraído de Amy com as irmãs.

A loirinha simplesmente fingiu ignorar a morena, mesmo saboreando um gostinho de vitória interiormente ao notar nos olhos de Esther o ciúme velado.

O humor da morena assustava Rachel, que tentou várias vezes puxar assunto com a amiga, mas foi inútil. No salão de atos da universidade, o reitor discursava sobre a semana de atividades extracurriculares, e nessa semana especialmente, os membros de todas as fraternidades teriam muito trabalho.

Cada uma deveria organizar uma forma de angariar fundos para uma causa social, cada fraternidade deveria apadrinhar uma instituição, e trabalhar em prol dela. Uma fraternidade promovia bazar, outra promovia feiras, outra lavava carros, a Gama-Tau como sempre executaria sua especialidade: festa.

Anunciando isso, o reitor convidou ao palco a presidente da comissão de pró-ativa de caridade da cidade, a Sra. Roberts. Michelle Roberts era conhecida por sua beleza e empáfia. Não era membro do conselho da universidade antes. Era o primeiro ano de sua participação, por isso, os alunos só a conhecia por fotos de jornais e pela fama do seu nome.

Subiu ao palco caminhando elegantemente, exibindo suas formas perfeitas num tailleur Louis Vuton, cabelos longos castanhos muito bem escovados, maquiagem impecável, sapatos Givenchy, o visual mais parecia ter saído da revista Vogue, tamanha era a adequação de moda e elegância deslumbrante naquela mulher.

Não devia ter mais de 50 anos, pelo menos não aparentava. Na verdade, até para 50 anos parecia ser idade demais, porque ela tirou o fôlego da maioria da platéia ao se apresentar enfim. Exceto por uma pessoa, Esther, que ficou pálida, estática, seus olhos sequer piscavam, eles brilhavam, mas não era de encanto ou fascínio como os demais da platéia, parecia pavor.

-- Que poderosa essa mulher, hein, amiga?

Rachel comentou sem prestar atenção no estado que ela se encontrava. Não estranhou a morena não responder nada, dado ao humor de cão que ela demonstrou o dia todo.

Michelle Roberts começou então seu discurso saudando todos, não exibiu sorrisos, evidenciando a sua conhecida empáfia, cobrando dos alunos empenho nas atividades, reiterando a importância de prática de ações sociais no meio acadêmico. Todos estavam atentos às palavras de Michelle, não por causa de oratória, mas pelo charme e beleza hipnotizadores.

Amy, sentada no lado oposto ao de Esther, ao contrário de Rachel, prestava atenção no desconforto da presidente da Gama-Tau quando aquela mulher foi anunciada e subiu ao palco. Ficou curiosa, logicamente também se rendeu à presença da Sra. Roberts, mas lhe interessava mais saber o porquê de Esther não aplaudir o discurso de Michelle, e permanecer ali sentada, mesmo depois de todos se levantarem e caminharem em direção a saída.

Michelle Roberts não se retirou do palco, manteve-se em uma conversa informal com o reitor e outros membros do conselho na universidade ali presentes. Na platéia alguns alunos ainda se encaminhando para a saída e no meio das poltronas, Rachel tentando despertar Esther daquela catatonia, enquanto Amy observava tudo de longe.

-- Esther!

Rachel sacudiu a morena, depois de chamá-la repetidas vezes, sem ter atenção da amiga.

-- Ai, para de gritar garota... Eu hein... -- a morena replicou franzindo a testa.

-- Gritar? Estou a horas tentando te trazer de volta a realidade. Parece ter se teletransportado para outra dimensão, tive que berrar pra você olhar pra mim, Esther! O que está acontecendo? Ainda por causa da Amy?

-- Que Amy... Olha se eu tenho cara de estar me preocupando com uma novatinha que está fazendo de tudo para chamar atenção de todos...

-- Bom... Nem vou comentar se você tem ou não cara disso, porque tenho medo de apanhar... -- Rachel disse em tom jocoso. -- Porque está mais que evidente que essa novatinha, se não está conseguindo chamar atenção de todos, pelo menos de uma pessoa sei que está...

-- Ih... Parou, tá, Rachel? -- a morena se levantou rapidamente sacudindo os cabelos.

-- Você vai me dizer o motivo dessa sua reação de transe de agora há pouco?

Esther respirou profundamente, e quando já se preparava para responder a pergunta de sua amiga, ouviu uma voz grave que ela parecia conhecer muito bem, chamando seu nome:

-- Esther Gonzalez? Preciso falar com você, agora.

A morena empalideceu, voltou seu corpo em direção a voz, baixou a cabeça e fez sinal positivamente, seguindo a Sra. Roberts para as coxias do palco do salão de atos, deixando Rachel com cara de ponto de interrogação, e Amy ao fundo, ainda mais intrigada.

A loirinha não conteve sua curiosidade, como se fosse um ato furtivo, foi se escondendo pelos cantos das paredes, seguiu o caminho que as duas fizeram, e ficou na espreita, escondida entre as cortinas, ouvindo a conversa.

-- Não atendeu minha ligação hoje por quê? Acha mesmo que pode me tratar assim?

-- Estava no meio da aula, você sabe que não posso atender...

-- Quando eu te ligar e você estiver em sala de aula, saia da sala e me atenda, odeio quando faz isso!

--Tudo bem... Mas o que você queria?

-- Avisar que estaria aqui hoje. Evitaria essa sua cara apavorada na platéia, pensa que não percebi?

-- Devia ter me dito ontem...

-- Ah, era só o que me faltava, Esther! Você me dizer o que devo ou não fazer... Saiba que vou poder acompanhar você mais de perto aqui, e as meninas dessa fraternidade também...

Amy duvidou que fosse Esther a conversar daquela forma, de maneira completamente submissa. Não conseguiu ouvir mais da conversa, foi surpreendida por Lisa, sua antiga companheira de quarto no alojamento:

-- O que você está fazendo aí?

-- Shiiiiiiii...

Fez sinal de silêncio e saiu arrastando a colega para fora do palco, temendo ser ouvida pela dupla que conversava. Apressou os passos e só quando saiu do auditório, conseguiu respirar tranquila.

-- Você sempre assusta as pessoas assim, Lisa?

-- E você sempre tem essa mania de se esconder nas cortinas?

Amy sorriu sem graça, mas não respondeu, continuou andando com Lisa pelo corredor, mas não pôde deixar de reparar na Sra. Roberts, que passou por elas com pressa. O olhar atento da loirinha despertou o comentário de Lisa:

-- Não tem como não olhar pra ela, né?

-- Deixa de conversar bobagem, Lisa, vamos pra biblioteca, temos muito que estudar!

Enquanto caminhavam, Amy ainda observava Michelle se afastar. A mulher tinha um olhar fixo em um ponto enquanto entrava no seu carro de luxo conduzido por um motorista uniformizado. A novata viu então, que se tratava de Esther, andando com passos rápidos de cabeça baixa pelo pátio do campus.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Oscar 2011

Na vida real não é bem assim, mas em Holywood ser lésbica rende prêmio rs.
Grandes atrizes quando interpretaram papéis de lésbicas no cinema tiveram o talento reconhecido com uma estatueta do Oscar.
Podemos citar Charlize Theron em Monster e Nicole Kidman em As horas.Essas além de lésbicas precisaram "trubufizar" além de interpretarem personagens reais.
Esse ano,duas das atrizes que concorrem a estatueta de melhor atriz, estão no páreo por dois papéis de lésbicas: Natalie Portman e Annete Benning.

No caso de Natalie Portman, a temática principal não se trata da sua homossexualidade, mas sim do descontrole psíquico da dançarina, entretanto, Natalie protagonizou uma das cenas lésbicas mais calientes em se tratando dos padrões hollywoodianos.Natalie concorre pelo filme Black Swan (Cisne Negro), até postei o trailer aqui semanas atrás. Quem quiser torcer por essa fofa na disputa ainda dá tempo baixar e assistir.Ela dá um show realmente, já ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz, então quem aprecia boas atuações, vale a pena.




Annette Bening concorre com a comédia: Duas mães e meu pai, o título original :The kids are all right.
No filme Nic e Lsaer são filhos de um casal de lésbicas e depois do aniversário de dezoito anos de Nic, ela e seu irmão decidem procurar pelo doador de esperma chamado Paul e decidem trazê-lo para dentro de sua família. Porém nenhum dos dois imaginava que a entrada desse novo membro na famíllia causaria tanta discórdia.
Annette faz par com outra poderosa: Juliane Moore, Juliane interpreta a terceira entedida no cinema, gostou rs.
Estou baixando o filme para avaliar direitinho, mas achei interessante postar quando notei essa coincidência quando anunciaram os nomes das indicadas hoje. A cerimônia do Oscar será dia 27 de fevereiro, ficamos na torcida... Só falta a Ellen Degeneres apresentar mais uma vez...kkkkkk




segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Com um ano de atraso...

Há alguns meses atrás, os comentários de algumas leitoras no meu conto Aconteceu Você na comunidade Histórias e Desabafos me chamou a atenção... Ok ok, não só os comentários mas também a imagem de exibição que especificamente duas leitoras exibiam. Com muita paciência me explicaram que se tratava de um casal do Grand Fraterllo, o Big Brother italiano, a edição de 2010.
Eis os nomes das beldades: Sarah Nile e Veronica Ciardi.



E já que comecei a falar no BBB do Brasil, resolvi dar uma pesquisada sobre essa história que tanto atraiu comentários das meninas do mundo todo ano passado, e lamentei não ter acompanhado a história no tempo certo, estava mais envolvida com a Morango no Brasil rs.

Na pesquisa, me apaixonei. Primeiro que falem o que quiser mas sou sim fã de realitys shows, segundo elas são lindíssimas de fato e o romance delas, bem, isso é o grande motivo do meu encanto. Em uma tarde assisti o que podia no youtube, me matando pra entender o italiano, que diga-se de passagem tudo que sei aprendi nas novelas da globo rs, e lendo o que achei disponível na net entendendo o porquê da comoção entre as sandalinhas e sapas rs.

O sonho das duas, ou sogno como elas falavam, não sei se está durando, mas eu torço que sim rs, as fotos da festa realizada para elas depois do confinamento até renova as esperanças que amores assim não existem só em filmes... Alguém tem informações delas? Postem aqui por favor!








domingo, 23 de janeiro de 2011

É ou não é?

Pronto, agora virou moda ser gay, perdeu a graça, virou comum...kkkkkkkkk
Ouvi de uma amiga há um tempo atrás que ela ia ser hetero agora pra ser diferente..rs, mas aquelas especulações sobre quem é ou não é acaba se tornando um joguinho para testar o gaydar das entendidas de plantão.

Qual de nós não se pegou algum dia analisando uma amiga, ou a amiga de uma amiga, uma conhecida, uma celebridade, procurando sinais, indícios que feche diagnóstico: essa daí é!

Em tempos de BBBs "coloridos" e que nem a presidente escapou das especulações a gente tem que aproveitar pra tecer e testar nosso raio X homossexual rs, e foi mais ou menos isso que eu e minha namorada fizemos na pré-estréia do BBB 11. Obviamente as mais bonitas chamaram a atenção primeiro, o que dizer da fofa da Talula...rs, mas a questão parou em Diana...

O que vocês acham?
Bem antes dela se assumir como bissexual mesmo sem usar o rótulo nosso gaydar meio que gritou e só se confirmou na estréia, como dizem por aí: uma estrela reconhece outra estrela: adooooro.
E aí? Quem pegaria?
kkkkkkkkkkkkkk

E aí novos alarmes do gaydar quando observei a Natalia, poderosa! Imaginem essa mulher de farda? Perita criminal, não pude deixar de imaginá-la em CSI, Bones...rs, mas enfim, a energia dela chegou aqui! Acabei rindo sozinha aqui assistindo a brincadeira do "eu nunca" no quarto da líder (Natália), quando a própria Diana propôs o jogo, a loirinha perguntou: Eu nunca beijei mulher e só a Janaína não virou a ICE, e depois a Paula ( que não faria falta rs) lançou "eu nunca fiquei com amiga minha" e Diana, Natália e Paula mais uma vez intornaram!

E aí? O que vocês acham? Morango e Cacau não rolou... Mas na primeira festa da casa até Bial sublinhou o clima entre as duas...
Já pensou um outro casal lésbico no BBB como na Itália? Não lembro o nome delas, as minhas leitoras por favor me ajudem nessa!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SOCIEDADE SECRETA LESBOS - DÉCIMO QUARTO CAPÍTULO

Capítulo 14



Aquele momento de reflexão vazia rendeu a Amy uma decisão. Estava convencida a dar o troco a Esther, não se submeteria mais aos desmandos da morena. Não sabia como se livraria das tais obrigações de gratidão com sua irmã guia, mas estava certa que mudar sua postura com Esther seria prioridade nos próximos dias.

Levantou-se da cama, depois de um longo banho, vasculhou no guarda-roupa o traje condizente com sua nova condição. Já havia perdido aula naquele dia mesmo, então se arrumou sem pressa.

Esther chegou a casa com um humor terrível, reclamou da bagunça das meninas, o que deixou todas irritadas. Rachel até imaginara o que poderia ter acontecido, mas como sempre, respeitou o tempo da amiga, conversar naquele momento não seria o apropriado. Observou a morena pisar forte a escada em direção ao terceiro andar, e em poucos minutos descer com outra roupa, saindo pela porta sem olhar pra trás.

Esther caminhou pelo campus sem um rumo certo, tentou se concentrar na aula de artes, mas foi inútil, só tinha um pensamento: Amy. As lembranças da noite se confundiam com a decepção da loirinha diante de sua reação, sentiu medo e culpa. Medo do sentimento que via crescer por Amy e culpa por se esquecer de seus planos de vingança.

Na casa da fraternidade Gama-Tau, Amy descia as escadas com uma micro saia, camiseta colada no corpo, e um salto delicado, alongando e definindo mais suas belas pernas. Cabelos soltos, com as pontas cacheadas, e uma maquiagem discreta. Era a típica visão de parar o trânsito, e foi o que aconteceu no térreo da casa: as Gama-Tau, paradas, observando cada detalhe da produção da novata.

Poucas meninas estavam naquela hora assistindo aulas, as veteranas principalmente. Ellen fixou o olhar em cada descida de degrau da loirinha, comendo-a com os olhos, com o desejo evidente qual predadora diante de sua presa.

Laurel não teve boa sensação ao ver sua amiga com aquelas roupas. Rachel teve o mesmo sentimento, assim, achou que era momento de procurar Esther no campus a fim de saber da amiga o que acontecera de fato naquele barco. Laurel, por sua vez, aproximou-se da novata:

-- Precisamos conversar, Amy... Você tem um minuto?

-- Sim, tenho... Laurel, onde encontro o estatuto da fraternidade?

-- Na biblioteca, vamos, te mostro.

Lá Amy se concentrava lendo o que o estatuto falava sobre a escolhida da presidente, e comentou com Laurel:

-- As demais não podem me tocar né...? Mas não fala nada sobre quem eu posso...

-- Amy... O que está passando por sua cabeça?

-- Você vai saber, Laurel... Mas me diga, o que você quer conversar comigo, afinal?

-- Amy... Não gosto desse tom... E essas roupas?

-- O que tem minhas roupas?

-- Provocantes demais, Amy, você sabe!

-- Está se sentindo provocada, Laurel?

Laurel ficou ruborizada, mas logo desfez a timidez diante da intromissão de Ellen, que entrou na biblioteca:

-- Eu estou... Você sabe mesmo provocar...

-- Ellen, você não tinha que estar fazendo as compras da semana com a Lucy? -- perguntou Laurel, visivelmente incomodada com a presença da colega.

-- Vim perguntar se a Amy não gostaria de nos acompanhar...

Antes que Laurel impedisse algo, Amy já se adiantou em ficar ao lado de Ellen respondendo num tom tão provocativo quanto sua roupa:

-- Gostaria sim de acompanhar você, Ellen... Vamos?

-- Amy, a Esther...

-- Ela o que, Laurel? Acabei de ler o estatuto, nada me proíbe de sair com uma irmã para fazer compras para casa... O que ela vai reclamar?

Laurel não soube como argumentar uma vez que o timbre da voz de Amy chegava a intimidar tamanha a segurança que ela esboçava. Ellen em contrapartida tinha um sorriso vitorioso nos lábios. Saiu da casa seguida por Amy e mais duas irmãs com destino ao supermercado. Fez questão que a loirinha sentasse no banco do passageiro na frente, não disfarçava a satisfação de ter Amy ao seu lado. Esta, por sua vez, jogava os cabelos sedutoramente enquanto cruzava e descruzava as pernas expostas para o delírio de Ellen, que sorria maliciosa olhando com o canto do olho.

Durante as compras, Amy não só era atenciosa com Ellen, mas com as demais meninas também. As abraçava para o susto delas, usufruindo o direito de tocá-las como arma de sedução, já que as meninas não podiam retribuir. Amy abusava das provocações, o que rendeu muitos risos entre as meninas, assegurando um grau de intimidade nas compras. Ellen parecia mais do que encantada com a atitude da novata, parecia satisfeita e cheia de intenções. A tarde seguiu em um clima tão leve entre as irmãs Gama-Tau, que Amy por alguns momentos se esqueceu de sua manhã terrível.

Voltaram na mesma animação, dentro do carro, Amy passava as mãos pelos cabelos de Ellen em meio a sorrisos. A veterana chegava a ruborizar com tal gesto. As meninas descarregavam o carro em meio a brincadeiras, gargalhadas, nem notaram a presença da presidente da fraternidade na varanda, de braços cruzados fuzilando-as com o olhar vendo Amy esbanjar charme, em tapinhas no bumbum, mão no ombro...

Ao subir com as compras as meninas foram percebendo a presença de Esther com cara de poucos amigos. Ellen se desmanchava em sorrisos para Amy, mas involuntariamente os desfez ao encarar Esther. Amy, pelo contrário, não perdeu a compostura, manteve seu sorriso e ainda acrescentou:

-- Você devia sorrir mais, digníssima presidente, cara feia pra mim é fome...

Esther não esmiuçou uma reação, e Amy fingiu nem perceber a irritação estampada na face morena da presidente da fraternidade. Seguiu para dentro da casa, convocando as meninas que estavam desocupadas a ajudar na guarda das compras.

Esther permanecia de braços cruzados observando a movimentação, Rachel também, mas sua atenção era para amiga que evidenciava o mau humor com o silêncio.

Depois de algum tempo, vendo Amy se tornar a novata mais popular do momento, Esther fez menção de se dirigir a ela e repreender seus gestos de carinho com as demais Gamas-Tau, mas foi impedida por Rachel, que cochichou:

-- Ela leu o estatuto, e sabe que é proibido tocá-la, mas amiga, as meninas estão imóveis, é ela quem as está tocando...

A morena respirou profundamente e sentou-se no fundo da sala, mantendo o olhar na sua escolhida. Viu-a subir as escadas, ignorando seu olhar. Esther a seguiu até seu quarto, não permitindo que Amy fechasse a porta. Empurrou-a para dentro e vociferou:

-- O que você acha que está fazendo, hein?

-- Entrando no meu quarto, o qual você está invadindo...

-- Já te disse pra não me provocar...

-- Você pode me dizer o que eu fiz, digníssima presidente?

-- Olha aqui, ninguém me expõe assim, não...

Amy sorriu com a falta de argumentos de Esther, caminhou pelo quarto fazendo graça da cara irritada da morena. Foi tirando peça por peça de sua roupa enquanto caminhava, e olhou para Esther, com superioridade:

-- Se você me der licença, preciso de um banho...

Esther não conseguia desgrudar os olhos do corpo da loirinha, sua respiração começou a ficar descompassada enquanto Amy se deliciava com sua reação, se dirigia ao banheiro calmamente. Quando a morena avançou em sua direção:

-- Não dou licença, não...

Amy se afastou, mesmo sentindo-se atraída pelo desejo explícito no olhar de Esther. Encararam-se por segundos, e quando parecia impossível resistir, o celular da morena tocou, e mais uma vez, a novata viu a expressão de Esther se transformar como vira anteriormente em outro telefonema:

-- Agora não posso, você sabe que tenho aulas toda semana... Não, não é isso... Eu sei, sei que tenho que te atender... Mas... Ok, estou indo, no lugar de sempre, certo...

Amy sentiu vontade de perguntar algo, mas conteve-se, entrou no banheiro decepcionada, mas Esther ainda a seguiu, parou na porta e disse:

-- Nossa conversa ainda não acabou.

-- Não temos nada a conversar, se precisar de alguma orientação lhe procuro, e você, se precisar de favores, sabe onde me achar. Não quero conversas com você.

Esther ficou desorientada com a segurança que Amy expressava nas palavras, algo em seu olhar havia mudado, mas não podia prolongar aquela discussão, tinha obrigações a cumprir. Desceu rapidamente com a imagem da loirinha despida em sua frente. Ardendo de desejo, vestiu seu casaco de couro e montou sua moto deixando a fraternidade para um destino novamente desconhecido por Amy.

Mesmo contra sua própria vontade, Amy não conseguiu dormir até ouvir o barulho da moto de Esther se aproximar da casa. Ficou de pé perto da janela vendo a morena descer da moto e adentrar. Antes de entrar, Esther viu um vulto se movimentando perto da cortina do quarto da loirinha, engoliu a seco toda a vontade de entrar em seu quarto e tomar seu corpo mais uma vez e dormir abraçada à sua paz... Não podia fazer tal coisa, sempre voltava desses encontros misteriosos sentindo nojo de si mesma, sentia-se suja, violada, desejando apenas um longo banho antes de mergulhar em suas lembranças que a mantinha firme em seus propósitos de vingança.

1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 15

CAPÍTULO 15: NÃO SÓ DE TRABALHO VIVE UMA MÉDICA


Empolgado com os pulos e gritos de Olivia, Bernardo começou a pular também, me arrastando pra um “abraço coletivo”, nem deu tempo colocar o papo em dia, Bernardo já nos apressava para nos aprontarmos pra balada, iríamos enfim conhecer o tal bofe dele.

Enquanto me arrumava no quarto de Olivia, acabei contando pra ela como Camila me tratava, pro espanto dela, que achava que ao trabalhar comigo ela ia cair matando em mim.

Chegamos ao barzinho, onde Fabrício, o bofe do Bernardo nos esperava em uma mesa lotada, de homens e mulheres, todos muito animados. Ele foi muito simpático conosco, nos tecendo muitos elogios, notava que ele se esforçava pra nos agradar, sabia da nossa importância para Bernardo. Logicamente não me recordo de todos os nomes das pessoas que estavam naquela mesa, mas Fabrício nos apresentou a todos.

A noite foi muito divertida, relaxei de verdade, não se tratava de um ambiente GLS, acabei me dando conta que eu não tinha o tal “gaydar” aguçado, as mulheres que eu julgava estar flertando comigo, acabaram a noite num amasso com carinhas da mesa, enquanto Fabrício me mostrava mulheres que me paqueravam, as quais eu sequer notei a presença.

Não achei nenhum homem interessante ao contrário do que Olivia tentava me convencer, mas fui assediada por alguns. A turma do Fabrício era muito alto astral, bebemos, rimos, até meia-noite e pouco, não podíamos esticar mais tempo porque no dia seguinte Fabrício trabalharia na liga feminina de vôlei, por isso, Bernardo também não foi pra casa dele, uma vez que seu namorado teria que dormir no clube onde o time estava hospedado.

Voltamos pro apartamento de Olivia, e só ali ela bebeu, como estava dirigindo optou por não beber no bar, ligou o som, e ao som do ABBA “you can dance...”, uma diva transformista baixou no Bernardo, dançamos como protagonistas de um musical da Broadway, cena memorável diga-se de passagem, pena que não temos registros ao menos fotográficos disso.

Acordamos os três na sala ainda, eu jogada no sofá com os pés de Olivia na minha cara, e Bernardo ainda fantasiado de diva, dormindo no tapete. Era a visão da decadência. Quando nos vimos naquela situação, o riso veio fácil, apesar da dor de cabeça que já nos dava sinais do exagero na bebida na madrugada.

Respeitando o nosso “time” de ressaca, nos arrumamos para cumprir a promessa que fizemos a Fabrício de assistir o time que ele trabalhava jogar as finais, o jogo começaria às 15h, saímos mais cedo para almoçar em algum lugar, já que café-da-manhã àquela hora estava fora de cogitação.

Tínhamos ingressos pras cadeiras especiais, assim acompanhamos de perto o jogo entre Rio de Janeiro e Osasco. Chegamos no segundo set, Osasco, o time do Fabrício estava na frente. Identifiquei na quadra sentada no banco do Osasco um rosto conhecido, apertei os olhos a fim de visualizar melhor, e lembrei, era Laila, certamente tinha deixado o time antigo, estava jogando no Osasco.

A sirene tocou, substituição no time paulista, Laila Rangel entrava para sacar. Tenho que dar o braço a torcer, ela estava linda, o shortinho minúsculo apertado, exibindo as longas pernas, e o bumbum arrebitado, a preparação para o movimento ajeitando os cachos que se soltavam da liga, seu jeito de jogar a bola pro alto e acertá-la com uma força fenomenal em direção a quadra adversária provocou uma excitação inédita em mim, nunca havia me excitado assim só de olhar pra uma mulher que não fosse Suzana. Devia mesmo estar a perigo, como diria Bernardo: “batendo palminha”, pra minha sexualidade estar assim a flor da pele, aliás nem pele, a flor da vista mesmo.

O jogo foi difícil, mas o Osasco venceu por 3 sets a 0, se consagrando campeão da liga. Fabrício foi nos cumprimentar, eu observava Laila enxugando o suor, jogando água na nuca, depois atendendo repórteres, fãs, comissão técnica e colegas de time que chegavam para abraçá-la, Laila fez uma partida incrível, sendo a sacadora que mais pontuou na partida, com 100% de aproveitamento nos saques. Ficamos ali nas cadeiras, esperando a premiação quando notei Laila vindo em nossa direção sorrindo. Estávamos há três fileiras da quadra, ela se aproximou e logo os fãs das primeiras fileiras correram com máquinas fotográficas e cadernos de autógrafos.

Atendeu a todos, mas manteve-se olhando para mim com um sorriso de satisfação nos lábios, fez sinal para que eu descesse, atendi seu pedido, estando mais próxima, ela segurou na grade de proteção abriu os braços para me abraçar:

- Sei que to suada, mas quero um abraço seu, posso?

Sorri e abracei-lhe, tinha um cheiro maravilhoso, nada me incomodava seu suor, pelo contrário, aumentava minha excitação:

- Parabéns! Pelo título e pela partida, não sabia que você era tão boa assim.

- Jura que não sabia que eu era boa? Achei que fosse evidente... – sorriu mordendo os lábios.

- Não conhecia sua modéstia também...

- Só fico assim quando to nervosa e sempre fico perto de você, veio do Rio só me assistir jogar mesmo?

- Nossa, tá se achando heim? Tenho que te decepcionar, estou morando em Campinas, vim a convite do Fabrício, namorado do meu amigo Bernardo, nem sabia que você estava jogando nesse time.

- Ah... Que decepção doutora... Mas disso tudo que você me falou tem uma compensação: saber que os boatos são verdadeiros, você tá solteira né? Do contrário não estaria morando longe do Rio... – olhou minhas mãos a procura da aliança.

- …... Estou solteira sim... – baixei meus olhos.

- Escuta... Tem compromisso hoje?

- Ah devo ter, meus amigos querem me dar um fim de semana de diversão, tenho trabalhado sem parar há um mês... Mas ainda não me falaram dos planos pra hoje, por quê?

- … que depois da premiação e todas as nossas obrigações a galera toda vai comemorar em um restaurante, depois vamos esticar um pouco, dançar quem sabe... Tá afim?

-Ah pode ser, mas não to sozinha, estou com amigos.

- Ah relaxa, o Fabrício já ia levar mesmo o namorado, você e sua amiga são minhas convidadas de honra.

- Então eu topo.

- Beleza, o Fabrício sabe onde é o restaurante, nos encontramos lá em... Deixa eu ver... Três horas?

- Aham, combinado.

Subiu na grade de proteção mais uma vez e beijou-me o rosto. Voltei em direção a Olívia e Bernardo que estavam atônitos com o assédio evidente de Laila. Falei sobre o convite, e eles adoraram o programa. Depois da premiação, voltamos para o apartamento para nos arrumarmos.

Fomos em dois carros, eu seguindo o carro de Fabrício, obviamente ele e Bernardo dormiriam juntos naquela noite, por isso os dois carros.

O restaurante fora fechado só para a comemoração do Osasco, era uma casa de massas, além do time e comissão técnica e alguns familiares, patrocinadores, a imprensa esportista também estava no lugar.

Sentamos à mesa onde estavam os membros da equipe médica, eram as pessoas mais chegadas de Fabrício logicamente. Procurava Laila perto do balcão do bar, quando a vi caminhando em minha direção. Estava maravilhosa, um jeans colado, blusa justa, que não cobria por inteiro a barriga, deixando evidente sua forma física perfeita, os cabelos estavam soltos, a maquiagem discreta realçava o castanho de seus olhos e sua boca delicada.

- Procurando alguém doutora?

-Sim...Viu a Fernanda Venturini por aí?

- Time errado doutora, em todos os sentidos, ela tá amargando a derrota, e joga no time das meninas que gostam de meninos... Sua procura não terá sucesso.

- Mas quem disse que a procuro com segundas intenções?

- Vestida assim, com um decote desses, e uma saia dessas, as intenções que pressinto são as piores...

- Estou procurando-a pra saber se ela achou as bolas que uma certa sacadora atirou pra cima dela...

Soltou uma gargalhada e beijou meu rosto, segurando minha cintura. Arrepiei. Bebemos um drink ali mesmo no balcão, perguntei sobre Pietra, ela me revelou que a mesma não concordou com uma relação à distância, já que ela permaneceu no Rio, e hoje eram só amigas.

Nosso papo foi interrompido por uma assessora de imprensa do time, a chamando pra fotografar junto com as demais meninas. Durante o jantar, ela insistia para que eu sentasse perto dela, mas fiquei tímida, ela então deixou a mesa das atletas e sentou-se ao meu lado.

- Você não consegue ficar longe dos médicos, né? Eita que vício que você tem pela medicina.

- Não quero te atrapalhar, pode ficar lá com suas companheiras de time.

- Não quer minha companhia? – fez um bico.

Segurei suas mãos e respondi:

- Imagina Laila, estou adorando sua companhia.

Finalmente eu “saía do casulo” que me enfiei depois que terminei com Suzana, estava flertando naturalmente com Laila, nem me lembrava que aquela mulher me beijara a força, na verdade gostaria de saborear daquela boca num beijo longo e quente. Ficamos no restaurante até as 23h depois, Laila foi comigo e Olivia para uma boate que mais três meninas do time, bem como Fabrício e Bernardo também iriam.

Como suspeitava, era uma boate GLS, enorme, com três ambientes, naquela noite um DJ europeu fazia o som, como diriam os cariocas, estava bombando, muita gente bonita de todos os estilos, até mesmo Olívia adorou o local, jurava que encontraria um homem hetero ou bissexual em meio a tantos com corpos definidos e másculos.

Recebemos um passe vip dos patrocinadores do Osasco, a área vip era realmente vip, muita bebida, um Buffet farto, garçons e garçonetes lindos, Laila e as demais jogadoras não beberam, afirmavam que se tratava de uma promessa, todas esperavam ser convocadas para a seleção brasileira de vôlei, e não podiam arriscar com um escândalo o qual elas já protagonizaram depois de muita bebida em outras ocasiões, mas isso não impediu a diversão delas.

Laila me tirou pra dançar e dançamos juntas por sei lá quanto tempo, ela juntava seu corpo no meu, descendo suas mãos pelas minhas costas, fixando se na minha cintura, como era bem mais alta que eu, ela se curvava para roçar sua boca no meu pescoço, me provocando um arrepio e um frio na barriga incontrolável. Eu não a tocava, deixava que ela dominasse a situação, sentindo que isso lhe satisfazia.

Laila me chamou para outro ambiente da boate, era mais calmo e romântico segundo ela, e de fato era, a iluminação não piscava com as batidas da música como no ambiente que estávamos, sentamos uma mesa no canto, com uma luminária discreta, o ambiente era decorado com tecidos brancos, aconchegante o local.

Laila foi até o bar, me trouxe uma bebida e pra ela uma água tônica. Aproximou-se de mim, e eu não sei por que me senti intimidada com sua presença, na pista de dança eu estava mais a vontade, mas naquele clima intimista, fiquei perdida.

- Gostou daqui?

- Sim Laila, é de muito bom gosto, vem aqui sempre?

- E’ venho sim, conheço os donos da boate...

- Sempre traz uma mulher aqui também? – apontei pra mesa que sentávamos.

- O que você tá pensando? Que aqui é meu matadouro?

- Você age como uma caçadora... Sou sua presa hoje? – falei mexendo da azeitona da taça.

- Presa? Nossa Isabela... Você tem um julgamento muito equivocado sobre mim... Acho que te deixei uma péssima impressão no carnaval né?

- Na verdade você me deixou mais que impressão, né Laila... Você me beijou a força... Com minha noiva na época há poucos metros dali...

- Foi uma atitude infeliz, Isabela, me arrependi no mesmo momento, mas, fui sincera, eu estava louca por você.

- Estava? Passado imperfeito?

Sorriu maliciosa, aproximou-se do meu rosto, deixou seu nariz roçando na minha face, senti seu doce cheiro, e minha pele eriçou inteira:

- Estou... Presente urgente...

Tomou minha boca e me beijou vorazmente, e que beijo... Laila parecia beber o desejo da minha boca e se apossar dele, pela primeira vez acreditei na história de gozar só com um beijo. Se alguém podia fazer isso era Laila.

Envolvi meus dedos nos seus cabelos e a puxei pra mais perto de mim, praticamente forçando minha inclinação no sofá de canto que estávamos. Laila percebeu o movimento e logo me trouxe de volta a posição, puxando-me pela cintura, mas uma das mãos escapava subindo pelas minhas pernas atingindo meu sexo molhado, já que eu estava de mini-saia, era um ambiente público ela não podia ser alvo de escândalos por isso ela tratou de frear os impulsos.

Afastamos nossas bocas lentamente, olhava pra ela com um desejo evidente, Laila era a primeira mulher que beijava depois de Suzana, eu sequer me considerava lésbica, uma vez que só tinha me apaixonado por uma mulher, mas Laila despertou o desejo em mim mais uma vez. Ela ficou ali respirando ofegante perto do meu pescoço, e eu absorta naquele cheiro, ansiando beijá-la mais uma, duas, três, vezes e quantas mais fosse possível.

- Isabela, sua boca é simplesmente a melhor boca que já beijei... Olha que não foram poucas...

- Se-seu beijo é INCRÍVEL...

Dessa vez eu a beijei, segurando seu rosto com as minhas duas mãos, senti as mãos de Laila nos meus seios, gemi...

- Laila... Ah...

- Isa... Eu não moro aqui em São Paulo... Estou hospedada no clube, na concentração e... Isa... Preciso ficar a sós com você... Você se incomoda se formos pra... Um... – Laila falava com respiração curta entre um beijo e outro.

- Vou pra onde você quiser Laila...

Pedi a Bernardo que levasse Olivia pra casa, a essa altura, Olivia estava atracada com uma das companheiras de time de Laila, acho que ela não encontrou o tal homem hetero que ela procurava.

Entreguei as chaves do meu carro a Laila, e ela nos levou a um motel. Era luxuoso, a típica cama redonda com espelhos no teto era coberta por lençóis acetinados, a frente, uma mesa elegante com dois lugares, sobre ela uma garrafa de Prosseco em um balde de gelo, um jardim de inverno e a frente dele, uma banheira de hidromassagem. Estávamos ambas sem graça, certamente pela pouca intimidade que tínhamos, e eu pelo menos nunca estive antes em um local do tipo.

Andei pelo quarto observando tudo e mexendo em tudo também, nas dezenas de funções dos controles remotos, nas coisas do frigobar, olhava com estranheza uns acessórios que encontrei numa prateleira, Laila sorria testemunhando meu primeiro contato evidente com um quarto de motel.

- Isabela, me desculpe perguntar, mas você nunca esteve em um motel antes?

- E’ tão óbvio assim? – falei arqueando uma das sombracelhas.

- Ahan... Mas me encanta... E fico feliz que eu esteja te mostrando uma coisa nova... – falou se aproximando de mim.

- Acredite, você me mostrou coisas novas desde a boate...

- Ah é? Posso te mostrar mais...

- Estou esperando por isso...

Laila não tardou minha ansiedade, beijou-me com todo desejo que sentia, colocando por terra o suposto desconforto com o ambiente, minhas pernas estavam bambas, Laila desceu suas mãos pelas minhas pernas e as suspendeu, envolvi minhas pernas em sua cintura e assim ela me jogou na cama. Despiu-me entre beijos pelo meu corpo, sua língua quente em minha pele, provocava uma onda de calor e arrepios que rapidamente me deixaram molhada. Laila desceu com sua língua entre as minhas pernas e embebedou-se em minha excitação cumprindo sua promessa em me mostrar coisas novas, uma vez que nunca experimentara tão rapidamente um gozo como Laila me proporcionara. Fiquei sobre ela e com dificuldade tirei sua calça jeans justa demonstrando minha ansiedade em senti-la despida, ela sorriu com meu jeito atrapalhado, mas permitiu que eu continuasse, beijei-a lentamente enquanto minhas mãos apertavam seus seios, deliciosos por sinal, retribui o prazer que Laila me deu, tomando com fervor seu sexo encharcado, Laila gemia alto, me excitando ainda mais, num movimento rápido, ela segurou meus braços acima da minha cabeça, e roçou seu sexo no meu, enquanto lambia meu pescoço e mordiscava minha orelha, mais uma vez o inevitável aconteceu, gozamos juntas.

Não vimos o tempo passar, nos entregamos ao desejo, sem muitas pausas, Laila ainda penetrou dois, depois três dedos, não sei o que ela fazia mas meu corpo tinha espasmos tamanha era a sensação de prazer que eu não conseguia me controlar.

Era quase manhã, não dormimos, e permanecíamos ali abraçadas, até que Laila me convidou para ir ao clube onde ela estava hospedada, ela precisava trocar de roupa, estava decidida a não me largar o resto do dia, convidou-me também para ir com ela ao sítio dos pais de uma das meninas do time, a cerca de cinquenta minutos de São Paulo, os pais estavam promovendo um churrasco ainda em comemoração ao título do time.

Seguimos para o clube, quando chegamos o sol já estava alto, Laila não demorou mais de vinte minutos para aparecer de volta ao carro com outra roupa, usava um short curto, camiseta pólo, tênis, e um boné rosa da mesma cor da camiseta e uma mochila nas costas. Continuou dirigindo até o apartamento de Olivia, já que eu não conhecia o caminho.

No percurso, Laila acariciava meu rosto, contava piadas, estava descobrindo que Laila não era só um furacão na cama, era também carinhosa, engraçada e atenciosa, bem diferente da mulher que conheci no carnaval. Passamos perto de uma feira livre, ela me perguntou:

- Já comeu pastel do chinês, Isa?

- Que chinês?

Ela sorriu da minha pergunta:

- Qualquer chinês criatura! E’ tradicional aqui nas feiras livres de São Paulo, tá afim ou tem problemas com esse tipo de comida saudável?

- Eu? Imagina... Sou uma amante de porcarias... Claro que tô a fim.

- Porcaria não, doutora, você vai comer o melhor pastel da sua vida! Se tiver coragem, ainda um caldo de cana!

Laila parou o carro e fomos até uma barraca do tal chinês, ela me trouxe o tal pastel sensacional, com um copo de caldo de cana, sentamos em dois banquinhos de plástico ali bem próximos mesmo, e eu tenho que confessar, era mesmo delicioso. Me lambuzei toda no recheio, o que despertou risos em Laila, que gentilmente limpou com um guardanapo fazendo piada do meu jeito atrapalhado até nisso.

Seguimos para o apartamento de Olivia, qual não foi nossa surpresa, ao ver só de camiseta e calcinha, uma mulher de seus 1,90 de altura, saindo do quarto de Olívia, era Cláudia, amiga do time de Laila, deduzi que minha amiga perdera sua virgindade homossexual naquela noite. Enquanto Laila combinava com Cláudia a ida ao sítio, o som da voz de Olivia se aproximava da cozinha onde estávamos:

- Cacau... Onde você está gata?

Olivia surgiu na porta da cozinha completamente nua, ao nos ver soltou seu grito tão peculiar, procurando mais mãos para se cobrir, pegou um pano de prato, deixou cair, alcançou um avental, mas desistiu e saiu correndo pro quarto. Diante disso, só nos restou uma crise de risos. Estava sentada no colo de Laila ainda na cozinha, quando Olivia voltou de roupão. Laila foi a primeira a quebrar o silêncio:

- Tá com tudo em cima em Olivia... – dei um tapa nos braços de Laila, indignada com sua observação. – Ai Isa... Minha linda, prefiro você... Ui...

- Então Lili... Bem vinda ao clube amiga... E tenho que te dizer, provou, viciou!

Caímos na gargalhada, Olivia continuava ruborizada, até Cláudia a puxar pra perto dela, dando-lhe um beijo suave na face:

- Liga não minha pequena...

Fomos as quatro para o sítio, Bernardo e Fabrício seguiram em outro carro, chegando lá na hora do almoço somente. O sítio era aconchegante, a casa cercada por um grande alpendre com redes armadas, com muitas plantas em volta, muitas árvores nas redondezas, na lateral, a área de churrasco, todo time de vôlei do Osasco estava lá, tocava uns pagodes irritantes, pelo menos para mim.

Estava frio, assim, qualquer passeio seria uma tortura, Laila já estava de moletom e eu também, conversamos amenidades com as outras meninas, todas muito simpáticas exceto por uma que me olhava visivelmente irritada, depois Claudia acabou por deixar escapar que se tratava de um ex-caso de Laila, nunca foi nada sério pelo menos pra Laila, mas a talzinha insistia em considerá-la como namorada.

Após o almoço, bateu o sono, depois de um showzinho de samba carioca que Laila deu dançando no meio de todos, levei-a para uma das redes armadas, e nos deitamos abraçadas, cochilamos por quase duas horas depois de trocarmos carinhos.

Fomos acordadas por Bernardo, me apressando para voltar para São Paulo, já que teríamos que pegar estrada a noite para Campinas. O tal ex-caso de Laila, ainda promoveu uma cena deplorável. Eu e Laila nos despedíamos de todos, agradecendo aos donos da casa pelo churrasco, quando senti por trás, uma mão puxando meus cabelos bruscamente, me atirando na grama. Era ela, o ex-caso de Laila, Miriam, imediatamente Laila segurou seus braços por trás antes que ela me alcançasse no chão, Olivia e Bernardo já correram para me levantar, ou para enfrentar a grandona, enquanto Laila a segurava forte esbravejando:

- Tá louca Miriam? Você tem noção do papelão que você tá fazendo? Heim?

- Você tinha que trazer essa piranha pra passar na minha cara, Lá?

- Lave sua boca pra falar dessa menina, sua doente! Eu não devo satisfações nenhuma a você. Você tá me entendendo? Agora você some das minhas vistas, antes que eu te quebre inteira, porque Isabela não é piranha, mas eu sei ser, sai daqui sua biscate!

Laila soltou os braços de Miriam a empurrando pra frente, indo em minha direção, eu estava envolta entre os braços de Bernardo e Olivia. Abraçou-me com carinho, pedindo desculpas, não consegui dizer muita coisa, exceto “tudo bem, estou bem”, pegou minha mão e fomos caminhando de mãos dadas até o carro, seguidas de Bernardo, Fabrício, Claudia e Olivia. Já no carro, pra quebrar o silêncio eu brinquei:

- Laila, se você não tivesse segurado ela, eu ia dar uma lição naquela grandona, olha meus músculos – exibi meu bíceps fazendo cara de brava.

Todos no carro riram, e Laila continuou brincando:

- Tenho certeza que sim minha linda, mas preferi poupar suas mãozinhas delicadas, elas tem melhor uso pra outra coisa... – sorriu maliciosa enquanto passava a mão na minha perna.

Deixamos Laila e Cláudia no clube, elas partiriam na mesma noite para Osasco. Antes de nos despedirmos, Laila me levou para um banco no jardim, sentamos e ela falou num tom tímido:
-Isa, eu sei que não posso ter expectativas em relação a você, que não nos conhecemos direito, mas... Eu queria manter contato com você... Quem sabe a gente não dá certo? Estou pedindo muito? Sendo precipitada? – falou apertando os olhos como se estivesse envergonhada.

Achei muito fofa a atitude dela, Laila estava se revelando uma pessoa incrível, sua companhia era maravilhosa, sentia-me bem com ela, enquanto estava com ela nem lembrava de Suzana. Mas sabia que não podia me deixar envolver tão rapidamente, ainda me ressentia pelo que sofri com Suzana, mas arrisquei:

- Laila, muito fofa você, viu... Você não está pedindo muito, quero te conhecer melhor também, espero que nos vejamos em breve... – beijei-lhe os lábios lentamente.

Eu e Bernardo voltamos como previsto na mesma noite, ele não parava de falar em Fabrício e de me fazer perguntas sobre Laila. Ao chegar no meu apartamento, mandei um torpedo para Laila avisando sobre minha chegada tranqüila a Campinas, imediatamente ela respondeu que estava indo para Osasco e que me ligaria na semana.

Enquanto tomava banho, lembrava de Laila e de todo fim de semana, ouvi um barulho estranho da minha barriga, que me transportou a um momento com Suzana, quando ela falava dos verminhos que ela criava...

Não suportei a saudade que senti naquele momento e chorei a falta de Suzana até adormecer na cama.
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sábado, 15 de janeiro de 2011

1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 14

CAPÍTULO 14: MAIS UMA VEZ NOVA CIDADE, NOVA VIDA



Avistei no Galeão um rosto conhecido, de longe, Suzana observava meu embarque, Tia Sílvia também estava magoada com ela, mas ainda sim pediu:

-Vai filha, vá se despedir dela.

Caminhei em sua direção sentindo meu coração quase saltar pela boca:

-Conseguiu um habeas corpus de sua dona? – perguntei sarcástica, já me arrependendo vendo seu olhar de tristeza.

-Ela não é minha dona Isa, ao contrário do que possa parecer não estamos...

-Chega Suzana, você não me deve explicações, não temos mais nada. – não a deixei concluir.

-Eu esperava te dissuadir a ficar...

-Nem tente Suzana, nada me prende ao Rio.

-Isa... eu te amo e sei que você me ama...dê uma chance pra gente...

-Você perdeu sua chance comigo Suzana, mas você ainda tem seu primeiro amor, é um consolo né...

-Isa você está enganada, eu e Bárbara...

-Já disse, não me interessa Suzana! – comecei a chorar magoada.- Tudo que quero é esquecer você, essa mulher...- parei pra respirar e enxugar meu rosto – esquecer seu rosto, seu corpo...sua voz...esse amor que me consome todos os dias.

-Isa...- Suzana enxugava as lágrimas tentando se aproximar de mim.

-Por favor Suzana não se aproxime...

-Tudo bem...vou respeitar sua vontade, mas não quero esquecer você, vou lutar cada minuto da minha vida para te ter de volta...você é minha vida, não posso esquecer minha vida...

Afastei-me de Suzana apressada, abracei Tia Sílvia, e embarquei. Cheguei a Campinas em pouco tempo, mas nem me dei conta de decolagem e pouso, as palavras de Suzana ainda ecoavam na minha cabeça, me perguntava porque Suzana me procurava se Bárbara lhe cercava, como se definisse território ? Como me pede pra ficar com ela com a presença daquela mulher ao seu lado sempre? Por acaso queria que eu a dividisse com Bárbara Camargo? Fiquei perdida com essas perguntas, desembarquei, recolhi minhas malas da esteira, e saí pelo portão, pra minha surpresa avistei fantasiado de chofer segurando uma plaquinha com o nome :Isabela Furacão, o Bernardo, fazendo pose séria. Lógico que não contive o riso, ele me deu esse codinome na época da faculdade, quando passava na TV a minissérie Hilda Furacão, na ocasião coincidiu que um estudante de farmácia de nossa universidade, o qual era envolvido com a igreja, tinha aparência de um seminarista mesmo, cabelo liso como o de Rodrigo Santoro na série de TV, andava atrás de mim pelo campus se confessando apaixonado, Bernardo não perdia chance de deixar o coitado sem graça, me comparado ao personagem mineiro de Ana Paula Arósio. Do lado oposto do salão, estava Olívia, segurando uma faixa rosa choque, com a frase “bem-vinda Isabela cara de remela”, era outra rima infame que eles me atormentavam sempre...Olivia pulava sem parar balançando aquela faixa, a cena foi realmente cômica, todos no saguão olhavam para o mico que Olivia pagava mas ela não ligava, queria me fazer sorrir e conseguiu. Os dois correram pra me abraçar em meio a gargalhadas.

Olívia morava em São Paulo, mas ao saber de minha chegada foi para Campinas me recepcionar, ficou durante o resto do dia, e dormiu conosco. Nem ela nem Bernardo tocaram no nome de Suzana, ou sobre os motivos do fim do nosso noivado, trataram de colocar os assuntos em dia, como sempre, implicaram um com o outro, e como há muito tempo eu não fazia, ri, por alguns momentos nem lembrei de Suzana.

Estava mesmo disposta a esquecê-la, a conhecer novas pessoas, me divertir, e senti que a proximidade de meus amigos ajudaria bastante. Bernardo fez questão de que eu dormisse na sua cama, dormia em um colchonete perto da janela do quarto. O apartamento era pequeno, mas meu amigo tinha bom gosto, tornou aquele espaço aconchegante.

Na manhã seguinte, eu teria a apresentação do projeto de intercâmbio no auditório do Hospital das Clínicas, Olivia foi embora antes que do nascer do sol, prometendo voltar no fim de semana para sairmos juntos. Bernardo não trabalharia, mas mesmo assim me acompanhou até o hospital. Ao chegarmos, me surpreendi com a dimensão do hospital, era gigantesco, maior que o Fundão sem dúvida, e também mais organizado. Outra surpresa foi ver a postura de Bernardo no hospital, aquele ar debochado e afetado sumira no momento que colocamos os pés na recepção, dando lugar a um homem sério, sem aqueles trejeitos e vocabulário tão peculiares.

-Com licença doutor, mas o que você fez com meu amigo Bernardo, o “viado irado”?

Ele estava aqui a poucos segundos, acaso está aí dentro? – puxei sua camisa olhando por dentro dela como se procurasse algo.

-Shiii...- Bernardo fez sinal com o dedo na boca, trincando os dentes pra falar- bicha pelo amor...deixa minha identidade secreta a salvo!

Sorri com o canto da boca, balançando a cabeça negativamente:

-Você é um figura Bê...vamos pro auditório, já deve estar começando a reunião.

No auditório, cerca de 60 pessoas aguardavam o início da reunião, o intercâmbio de residentes estava vinculado a um programa de pesquisa em neurologia e neurocirurgia, assim, além dos residentes dessas áreas, participavam médicos assistentes, outros pesquisadores em biomedicina e genética. Eu estava feliz em voltar a pesquisar, durante o primeiro ano de residência, tentei participar de grupos de pesquisa, mas a rotina não permitia que eu dedicasse o tempo necessário, consegui a muito custo, publicar um artigo, mas eu queria mais. Aguardamos por quase uma hora a chegada dos coordenadores do programa, que iam proferir as explicações necessárias. Todos estavam impacientes, até que a porta lateral do auditório se abre, entram por ela: um homem calvo com aproximadamente 50 anos, gordo, de óculos, usando cavanhaque; outro homem mais jovem, alto, careca, também usando óculos, muito branco; uma senhora baixa, com cabelos presos em coque, também aparentava ter uns 50 anos, e por fim, ela entrava, linda, uma parte dos cabelos ruivos cacheados estavam presos por uma grande presilha, usava óculos quase imperceptíveis de tão delicados que eram, usava jaleco justo abaixo dos joelhos, mas notava-se que estava de botas cano longo, subia elegantemente até as cadeiras dispostas no palco, não podia acreditar, era ela: Dra. Camila Drumond.

-Ai minha Nossa Senhora das canelas grossas! EU NÃO CREIO! - toda afetação de Bernardo voltava.

Eu também como Bernardo, não podia crer, ficamos os dois literalmente de queixo caído...não só pelo fato de Dra Camila ter conseguido ficar ainda mais linda, mas também por constatar que ela estava coordenando o programa. O homem careca foi até o centro do palco, e começou as apresentações:

-Bom dia caros colegas, eu sou o Dr. Bruno Vasconcelos, primeiramente, perdoem-nos pelo atraso, tivemos alguns detalhes para acertar antes, em segundo lugar, adianto que hoje nosso encontro será breve, apresentaremos a equipe, dividiremos os subgrupos, e logicamente vamos explanar quais os objetivos na primeira etapa de nossa pesquisa.

Esforçava-me para me concentrar no que o tal careca falava, mas eu só escutava : -Blá blá blá...- me detinha olhando para aquela mulher deslumbrante, lembrando do dia que a vi pela primeira vez, seu olhar pra mim na boate e não podia não lembrar da minha briga com Suzana por causa dela:

-Coordenando esse projeto junto comigo temos o Dr. Valério Azevedo, Dra Diana Kramer, e pra nossa honra, encabeçando essa pesquisa, Dra Camila Drumond, creio que todos vocês já a conhecem.

Dra. Camila levantou-se se dirigiu até onde Dr Bruno falava, este sentou-se, deixando-a com a palavra:

- Bom dia a todos, Dr Bruno a honra é toda minha em trabalhar com vocês e com essa equipe brilhante que foi escolhida.

Nossa que voz ela tinha, um tom grave, mas macio, sabe aquelas vozes que dá prazer escutar? Era assim a voz dela, na ocasião da boate, não a ouvi, pelo barulho e também porque ela praticamente não falou quando fora cumprimentar Olivia e Bernardo. Dra. Camila explicava sua experiência nos Estados Unidos, em pesquisas com a utilização de células tronco no tratamento de doenças neurológicas degenerativas, além da nova técnica cirúrgica que desenvolvera, implantando um microchip no cérebro de pacientes em grupos de risco para aneurismas. Li alguma coisa ainda na faculdade sobre isso, era um técnica ainda em estudo, mas com bons resultados, com a utilização do microchip, era possível prever o surgimento de um aneurisma, permitindo uma intervenção precoce, ela planejava desenvolver também ali essa experiência.

Enquanto a escutava, eu praticamente babava, nem piscava olhando pra ela, era inevitável, acho que todos na sala deviam estar sentindo o mesmo que eu, uma beldade daquelas, ainda por cima um gênio!

-Ei...ei...Isabelaaaa chamando terraaaa – Bernardo estralava os dedos diante dos meus olhos tentando chamar minha atenção.

-Oiii...que que foi Bernardo?

-Quer um babador?

-Ai infernooooo, pára com isso Bê...deixa eu escutar vai, vão falar das divisões do grupo.

Bernardo me tirou do estado de transe, enquanto Dra Diana explicava a escala de trabalho dos grupos, mais uma vez eu voltei meus olhos para Dra Camila, que notara minha presença e olhava fixamente pra mim, mas aquele olhar provocativo dos nossos encontros anteriores pra minha decepção se transformara em um olhar frio.

-Vocês residentes, estão recebendo nesse momento pastas com o resumo dos objetivos pro projeto, cronograma de atividades, escala de horários a divisão dos subgrupos, seus respectivos coordenadores, algumas regras...sugestão de algumas bibliografias que vocês devem estar familiarizados, enfim, qualquer dúvida após a reunião com os médicos assistentes, e os pesquisadores, estaremos aqui para retirarem suas dúvidas. Por favor, sigam para o departamento pessoal para assinar os contratos e confirmarem alguns dados. Obrigada a todos, e até amanhã. –concluiu Dra. Diana.

Antes de levantar-me e sair do auditório, conferi em qual grupo eu estaria, estava curiosa, qual não foi minha surpresa ao ver que era a única residente em neurologia no grupo que Dra Camila coordenava, os demais eram residentes em neurocirurgia. Não que eu não tivesse gostado, mas logicamente, estranhei e deduzi que fosse algum erro de digitação, uma vez que existia no grupo uma residente em neurocirurgia chamada Isabel. Resolvi esperar a reunião para tirar essa dúvida com os coordenadores. Camila não me olhava mais, mesmo com meus olhos fitados nela insistentemente. Depois de voltar do departamento pessoal, aguardei na porta do auditório a conclusão da reunião e me dirigi a Dra Diana, Camila falava com os geneticistas em um canto do auditório, mas percebi que me observava quando eu falava com Dra Diana:

-Dra Diana, com licença, Isabela Bitencourt , residente de neurologia, acho que houve um equívoco na divisão dos grupos. Pelo que vi, deduzo que meu nome foi trocado com uma residente de neurocirurgia, o que é compreensível temos nomes parecidos.

-Quem é sua coordenadora segundo a divisão?

-Dra Camila Drumond.

-Então não há equívocos minha jovem.

-Mas...só tem residentes de neurocirurgia nesse grupo e...

-Como falei não há equívocos, Dra Camila escolheu ela mesma sua própria equipe, logo se seu nome está aí, é aí que você vai ficar.

-Mas...

-Espera aí doutora, qualquer residente estaria se matando para conseguir uma vaga para trabalhar diretamente com Dra Camila Drumond e você fica se prendendo a detalhes?

-Não, não é isso é que minha especialidade não é cirurgia e...

-Ah minha querida, você tem muito o que aprender, Dra Camila pode te ensinar muito, mas se você não quer, melhor falar diretamente com ela.

Aquela senhora antipática me deixou falando sozinha, ainda sem entender nada sobre minha colocação naquele grupo, quando ouvi aquela voz grave e macia por trás de mim se aproximando:

-Algum problema? Posso ajudar?

Era ela...senti de novo aquele perfume doce, senti um frio na barriga, me virei em sua direção e mais uma vez a trapalhona baixou em mim, consegui derrubar todos os papéis de dentro da pasta, me abaixei rapidamente enquanto ela fez o mesmo, acabamos por chocar nossas testas, enquanto cada uma esfregava a mão na testa, Camila perguntou:

-Você já assinou os papéis do seguro?

-E-e-e-u? Seguro? Porque uai?

Meu nervosismo mineiro me traía de novo...ela sorriu com isso:

- Porque você acabou de sofrer um acidente de trabalho doutora...- sorriu discretamente.

-Desculpe-me doutora, sou muito atrapalhada quando estou nervosa mais ainda...

-Está nervosa porque?

-É...primeiro dia de trabalho numa cidade nova né...-disfarcei recolhendo os papéis e ajeitando os cabelos.

-Claro...mas me diga, tem alguma dúvida? Vi você falando com Diana, posso ajudar?

-Na verdade acho que sim. Notei que estou no seu grupo, mas sou a única neurologista no meio dos neurocirurgiões, imaginei que algum equivoco ocorreu, mas Dra Diana disse que não...

Camila me interrompeu:

-Não houve mesmo, minha equipe sou eu mesma que escolho, achei seu currículo o melhor dos que vi, por isso o escolhi, vai ser uma boa oportunidade para você doutora, não se preocupe, não vou te obrigar a realizar uma craniotomia, nem a usar uma furadeira.
Ela foi incisiva, procurava naqueles olhos claros aquele desejo que vi nas outras vezes que nos encontramos, mas não achei. Falou comigo como uma profissional, nada mais que isso, pediu licença, e se retirou do auditório. Na porta principal Bernardo observava tudo, desceu saltitante em minha direção, já que não tinha mais ninguém no auditório:

-E aí Isabela matusquela? O que a deusa falou?

-Que não houve equívocos...vou trabalhar com ela Bê. – fiz uma careta de contrariedade.

-Sacrifício heim? – Bernardo falou com ironia.

Na verdade se tornou mesmo sacrificante, éramos o grupo que mais trabalhava, Camila era muito exigente com os prazos, cumpríamos os horários rigorosamente, cada caso que nos era encaminhado exigia muito estudo, os diagnósticos eram complicados, uma bateria de exames eram realizados. Entretanto o sacrifício maior foi tolerar o tratamento de Camila comigo, como eu era a única neurologista do grupo, quando os procedimentos eram estritamente cirúrgicos, eu me perdia um pouco, assim Camila me usava como sua secretária, acho que propositalmente esquecia meu nome, chamando-me sempre de “mineira”, enquanto os outros realizavam exames e sugeriam procedimentos, para mim, as ordens eram basicamente:

-Traga-me um café por favor mineira.

- Mineira providencie água e café para todos.

-Pegou os resultados dos exames mineira?

-Anote isso pra mim por favor mineira!

Já me tornara motivo de piada pros outros residentes do grupo, que lógico só me chamavam de mineira também pra minha ira. Muitas vezes me refugiava na sala de gesso na urgência onde Bernardo estava, ele me dava um martelo, e eu quebrava dezenas de peças de gesso retiradas de pacientes, era uma terapia que ele tinha criado na residência pra liberar a raiva. Por causa dessas humilhações, decidi aprofundar-me ainda mais nas bibliografias, a essa altura, estava no meu apartamento, que não era tão bom como o do Rio, tinha dois quartos, mas muito pequenos, o escolhi mesmo assim, porque era no mesmo prédio do Bernardo, assim, não me sentia tão sozinha, além de ser perto do hospital, muitas vezes dispensamos o carro, o meu foi trazido por Livia e Afonso quando minha mudança chegou a Campinas.

Pensava em Suzana sempre, as vezes falava por chat com Lurdes e Letícia, elas repetiam que Suzana permanecia arrasada, e Bárbara a seguia por todos os cantos, isso despertava a mágoa que adormecia quando lembrava dos momentos maravilhosos que tive com ela. A admiração, o encantamento que nutria por Camila se perdia em meio as suas provocações, nutria agora uma raiva absurda por ela, queria provar pra ela que a mineira era uma médica e pesquisadora competente.

Bernardo incansavelmente me chamava pra sair nos fins de semana, mas eu estava obcecada em sair da condição de secretária de Camila e enfim mostrar minha competência, todo meu tempo livre era pra estudar, pesquisar. Entretanto, no segundo final de semana de junho, fui praticamente seqüestrada por Bernardo, que na época estava de caso com um fisioterapeuta de um time de vôlei de São Paulo. Bernardo ligou-me numa noite de sexta, com voz chorosa, pedindo que eu o buscasse em um bar perto do hospital, pois havia sido assaltado e fora machucado pelos bandidos. Fiquei tão apavorada, que peguei as chaves do carro no mesmo instante, sequer troquei de roupa, saí de short curto, havaianas, e um top, desci as escadas sem esperar pelo elevador, quando cheguei no bar em questão (o qual eu só acertei o caminho porque ficara a um quarteirão do hospital), desci do carro a procura de Bernardo, que me abraçou por trás, me suspendeu, me levando de volta pro carro, me empurrando pela porta do carona, eu não entendi nada, abriu a porta de trás do carro, jogou duas malas, entrou no carro e arrancou com urgência.

-Bernardo Luís o que está acontecendo? Onde você foi machucado? E de quem são essas malas?

-Nossa quantas perguntas Isa! Muita calma nessa hora! Coloca o cinto por favor.

-BER-NAR-DOOOOO, fala logo – falei trincando os dentes de raiva, notando que tinha sido enganada, porque ele não tinha sequer um arranhão.

- Primeiro, que roupa indecente heim doutora? Segundo, coloca o cinto porque estamos chegando na estrada. Terceiro, fica calma porque esse corpinho continua perfeito assim como meu rosto- piscou os olhos rapidamente qual personagem de desenho animado e fez um bico- , de machucado só meu ego por inveja dessas suas pernas. Quarto, essas malas são nossas racha, como você é lenta heim, ainda não entendeu que estamos viajando?

-O que? Pára esse carro Bernardo!- disse batendo repetidas vezes no seu ombro.

-Aiiiiiii, vai quebrar sua unha heim! Só paro agora em São Paulo meu bem!

-São Paulo? Bernardo eu tenho que estudar, você andou bebendo xampu de novo?

-Isa você não fez outra coisa depois que chegou, se eu te convidasse você não viria, e não ia te deixar sozinha um fim de semana inteiro, meu bofe está trabalhando esse final de semana lá, na superliga de vôlei, Olivia está nos esperando lá... Então peguei umas roupas suas fiz as malas e estamos aqui e não tem volta!

Eu sabia que por mais que eu esperneasse não tinha mesmo como voltar, e pensei que no fundo ele tinha razão, precisava descansar da rotina. Chegamos em pouco mais de uma hora em São Paulo.Olívia nos recebeu aos gritos na porta do apartamento como sempre, escandalosa...decidi tirar a cara emburrada e relaxar enfim.