quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

SOCIEDADE SECRETA LESBOS - NONO CAPÍTULO

Capítulo 9

Tempos depois, Amy, que se perdia em seus questionamentos, quebrou o silêncio entre as amantes.
-- Esther? Dormiu?
-- Não... Estou acordada...
-- Posso perguntar uma coisa?
-- Ai, loirinha, perguntas agora? Tem certeza?
-- Não é nada demais, prometo...
-- Tá bom, fala.
-- Você está com fome?
Esther não conteve o riso. Levantou-se e encarou aqueles olhos verdes perturbadores. Apoiou-se no seu tórax, depositou um beijo lento e provocante nos lábios da loirinha, que gemeu baixinho, sentindo seu corpo se acender inteiro.
-- Ai, Esther...
-- Respondendo à sua pergunta, estou com fome sim... Fome de comida e de você... Será que você poderia atender mais um pedido de sua irmã guia?
-- Quantos você quiser... -- Amy disse quase que num tom de gemido.
Esther sorriu, divertida, vendo a face excitada da novata.
-- Vista-se, desça, prepara um prato com tudo que ainda tem no buffet, se não achar muita coisa, na despensa tem uma reserva de comida guardada. Depois suba para meu quarto para matar minha fome...
Amy sorriu e puxou o rosto de Esther para mais perto do seu, tomando-lhe num beijo apaixonado que surpreendeu a veterana.
-- Seu desejo é uma ordem, minha presidente...
Como as orientações da morena, Amy vestiu-se rapidamente e desceu as escadas quase que flutuando, sem disfarçar um sorriso nos lábios. No segundo andar, encontrou Ellen, que caminhava em direção ao seu quarto, acompanhada de uma menina que não era da fraternidade. Mandou que ela entrasse na terceira porta à direita, e caminhou para mais perto de Amy.
-- Perdeu alguma coisa aqui nesse andar, novata?
-- Não, na verdade estou vindo do terceiro andar...
-- Ah, claro... Nossa presidente já está marcando território... Está certa, ela.
-- Marcando território?
-- É... Você é dela agora, não é?
Amy não gostou do tom da pergunta, sentiu-se como propriedade de alguém, e mesmo que ela estivesse se sentindo tão pertencente à Esther depois daquele momento, não lhe agradava a ideia de ser território de alguém.
-- Não sei do que você está falando, Ellen.
Ellen sorriu com sarcasmo. Chegou perto da boca de Amy e deferiu com malícia:
-- Se você não fosse dela... Seria minha...
Afastou-se em direção ao seu quarto, deixando Amy atônita com a ousadia. A loirinha não podia negar que a beleza estonteante da veterana mexesse com ela, mas nada comparado ao que a presença de Esther lhe provocava. Pensando nela, desceu o resto das escadas, cumprindo as recomendações da morena, subindo em seguida com uma tigela cheia de petiscos, ignorando os olhares de interrogação das irmãs que encontrava pelo caminho.
Esther a aguardava de pé, perto do closet. Estava envolvida em um hobby de seda. Abriu-lhe um sorriso de cobiça.
Amy retribuiu o gesto, e perguntou com um tom de volúpia:
-- Qual fome você quer que eu mate primeiro?
A morena mordeu os lábios, desamarrou o cordão do hobby, e foi caminhando, deixando a peça cair pelo chão.
Amy, já completamente excitada pela atitude e pelo corpo impecável de Esther, se apressou em colocar a tigela no criado mudo ao lado da cama, e se deixou ser encontrada pelos braços e lábios de Esther, que tomava seu corpo com uma fome incontestável.
Ambas se buscavam com absoluta necessidade de se entregarem. Em poucos minutos, Esther despiu Amy mais uma vez, se perdendo na maciez da pele branca que já evidenciava as marcas da urgência da boca e mãos de morena. As costas de Esther também apresentavam evidencias do prazer que Amy sentia, quando cravava as unhas por onde conseguia apertar aquele corpo perfeito.
Caíram na cama que parecia ferver diante do fogo que aqueles dois corpos inspiravam. Deram-se mais uma vez uma a outra, sem pressa, explorando cada centímetro de pele, num delicioso movimento.
Esther esfregava seu sexo molhado na coxa de Amy, sentindo o seu pulsar. O rosto da morena deixava clara a proximidade do seu gozo. Esther desceu com sua boca pelos seios e barriga de Amy, mergulhando entre suas pernas saboreando a umidade de suas entranhas, lambendo e chupando a extensão de seu sexo, fazendo a loirinha explodir num orgasmo que lhe provocou espasmos e a exteriorização de um gemido rouco:
-- Oh... Esther... Como eu te quero...
Amy respirou profundo em busca de alguma força, jogou então seu corpo por cima do corpo de Esther e falou delicadamente, quase que com timidez:
-- Quero fazer o mesmo com você... Mas não sei como...
Esther sorriu, segurou a cintura de Amy, e conduziu seus movimentos. A loirinha se deixava levar, excitando-se ainda mais quando ouvia os suspiros da morena intercalados com gemidos lânguidos, experimentando a umidade entre suas pernas.
Amy esboçava um sorriso de satisfação, e foi tomada por um desejo incontrolável de sentir o sabor do gozo de Esther que começava a surgir. Intensificou seus movimentos, dessa vez, a mão quente de Esther conduziu a de Amy até seu sexo. A loirinha entendeu e não tardou em penetrá-la, explorando sua cavidade molhada. Deslizou seus dedos como se quisesse tomar posse do tesão de Esther, que se entregava por inteiro, arqueando seu tórax, deixando seus seios em oferta para a boca de Amy, que os aceitou enquanto continuava as estocadas.
Amy seguiu beijando o corpo moreno nu até chegar ao seu alvo. Cochichou no ouvido de Esther um pedido quase imperativo:
-- Goza na minha boca...
Esther disse sim empurrando a cabeça de Amy para baixo em direção às suas pernas.
O gosto salgado e quente da morena parecia correr pela boca da loirinha como uma porção afrodisíaca, fazendo Amy sugá-la com sofreguidão, arrancando o esperado gozo unido a gemidos altos, e pela primeira vez, Amy ouviu seu nome ser pronunciado por Esther num tom inesquecível:
-- Oh, Amy... Não pára... Aaamy...
Amy não parou, sentiu o corpo de Esther tremer. Dava-lhe um prazer inenarrável, Permaneceu algum tempo saboreando daquele momento, até abraçá-la, enfim, como se quisesse recuperar sua alma que sentiu ser entregue a Esther naquela noite... Mas era esforço era inútil, Amy estava nas mãos da veterana, que estava no corpo da novata, como nunca esteve com ninguém, provando de um sentimento de liberdade que até então era indescritível.
-- Esther? Ainda com fome?
-- Ai, loirinha... Sim... Mas preciso de tempo...
-- Boba! Estou me referindo ao que trouxe para comer...
-- Ah...! Por favor, eu PRECISO COMER! Tem refrigerante no frigobar.
Amy se levantou sem pudor de expor seu corpo nu para Esther, que a devorava com os olhos. Trouxe a tigela com petiscos e uma lata de refrigerante, sentou na cama de frente para Esther, que lhe sorria. Colocou na boca da morena um canapé e encheu a sua com outro. De boca cheia, falava como criança mal-educada, provocando risos inocentes na veterana:
-- Faz tempo que não sento tanta fome...
-- Não te ensinaram que falar de boca cheia é feio, loirinha?
-- Loirinha, é? Não era assim que você estava me chamando agora pouco...
Esther sorriu tímida, passando a mão pelo rosto como se quisesse esconder o rubor da face. Limpou com o dorso da mão a boca suja de Amy, mudando o assunto da conversa com um beijo delicado, mas cheio de desejo.
-- Eu fiz direitinho? -- Amy perguntou com uma careta tímida.
-- Hum... Sabe que nem me lembro mais?  -- Esther sorriu maldosa.
Amy laçou-lhe um travesseiro no braço em protesto, iniciando uma guerra que culminou com a morena dominando o corpo da novata, segurou suas mãos acima da cabeça, roubando-lhe um beijo sedento e cheio de volúpia. Amaram-se mais uma vez, e adormeceram nuas, abraçadas e com um sorriso nos lábios.


1ª TEMPORADA: PORQUE SEI QUE É AMOR - capítulo 9

CAPÍTULO 9: PROBLEMAS


Peguei o cartão, assustada com a reação de Suzana, ela nunca me tratou daquela forma. Nunca vi aqueles lindos olhos amendoados com tanta raiva. Quase me faltou o chão quando reconheci o maldito cartão de Dra. Camila Drumond, devo ter metido na bolsa junto com o celular naquela noite. Eu não sabia o que responder, temia que ela não acreditasse. Culpa cruel!

- Ah... Esse cartão, pensei que tivesse jogado fora... Amor, não é nada do que você tá pensando – falei visivelmente nervosa.

- Nossa, que original, Isabela! Bem que eu notei um clima estranho ontem, então vocês se conheciam? Ela foi provocar a corna aqui, né? Por isso aquele olharzinho superior dela te encarando...

- Não...Amor, nada disso...

- Amor? Faça-me o favor garota... Deixa de ser fingida!

- Chega, Suzana! Você está sendo irracional. Me escuta primeiro, depois você tira suas conclusões.

- Agora fala a senhorita certinha... Certinha... Agora entendo porque você disse que nem sempre era certinha...

- Vai ficar agindo assim? Não vai me deixar falar? Então é melhor você ir embora, você já tirou suas próprias conclusões sem sequer me escutar, logo dá pra saber o quanto você confia em mim.

- Vai querer inverter o jogo? Vai se fazer de vítima?

- Chegou, Suzana. Não vou aceitar ser tratada assim. Primeiro que não jogo com você, segundo que não tem vítimas aqui, só uma mulher ciumenta que está sendo injusta e irracional com a mulher que está apaixonada por você!

- Apaixonada?

- E’ Suzana, apaixonada... Mas quer saber, não sei se você merece, não... Não quero estar apaixonada por quem desconfia de mim. O odeio que ponham em xeque minha integridade.

Suzana sentou-se na cama, deixou uma lágrima cair pelo seu rosto, o que mexeu comigo, nunca a tinha visto chorar. Mas mantive a calma, não podia esmorecer depois de ser ofendida por ela injustamente. 

- Isabela eu não vou agüentar ser traída por você... Não vou...

- Traída? Quem você pensa que eu sou? Você não sabe nada de mim, então. Apesar de te abrir meu coração e te contar minha vida toda, você me toma como as suas ex-namoradas...

- Você não tem noção do que eu já passei.

- Você tem razão, não tenho Suzana, porque você nunca me contou.

- Não gosto de falar. Mas... Por que você me enganou com essa Camila?

- Enganei? Surtou garota? Você concluiu isso sozinha? Quer saber, vai te catar Suzana! Não me deixa explicar, formula hipóteses e pior! Acredita nelas sem nem me dar a chance de falar... Sai da minha casa Suzana, você está me ofendendo.

- O que você quer que eu pense depois daquela ruiva azeda te comer com os olhos, e que eu me lembre você também quando a tal modelo a beijou lá na boate, encontro o cartão dela na sua bolsa com uma cantada escrita?

- Quero que você me dê um voto de confiança, me escute e confie em mim, é isso que uma namorada que acredita numa relação faria. Não conheci essa Camila, de fato ela me mandou esse cartão no bar que fui com Olivia e Bernardo. Se você quiser pode confirmar com eles, se quiser investigue, pergunte ao garçom, faça o que você bem entender, nem sabia que o cartão estava na bolsa, deixei em cima da mesa, devia estar grudado no celular sei lá, assim que recebi esse cartão vim embora, inclusive na mesma hora que você me ligou, lembra? Quanrenta minutos depois eu estava em casa, acha que deu tempo eu transar com ela no banheiro e chegar tão rápido no outro lado do Rio de Janeiro?

- Por que você não me contou?

- Porque não teve a menor importância, uai! – quando eu me irrito, o tal do sotaque mineiro me trai. - Por acaso você me conta de todas as cantadas que recebe durante o dia?

- Até parece que recebo muitas...

- Não importa... Conta ou não?

- Não...

- Então não me cobra isso, uai!

- Por que aqueles olhares?

- Ai meu Jesuis Cristinho! Sei lá, a entendida do mundo lésbico é você!

Aquela discussão já me estressara além da conta. Suzana continuava insistindo em perguntar as mesmas coisas, até que me cansei:

- Parou Suzana, estou cansada disso. Vou dormir, vai ficar aí? Vou dormir no outro quarto, boa noite – saí arrastando meu travesseiro.

- Pode ficar no seu quarto, você não quer que eu vá embora? Eu vou – falou enquanto ia juntando suas roupas retirando a camisola que eu comprei pra ela.

- Faz o que quiser.

Saí pra cozinha, e só voltei pro quarto quando ouvi a porta da sala bater forte. Aquela noite experimentei a minha primeira dor de amor, eu estava magoada, ferida mesmo. Chorei lembrando das insinuações de Suzana, só não sofri mais porque sentia uma ponta de culpa por ter ficado abalada na presença de Camila. 

Ao acordar, minha cabeça parecia explodir. Carreguei na maquiagem pra disfarçar as olheiras e os olhos inchados, coloquei meu óculos de leitura a fim de disfarçar melhor. Recusei o café-da-manhã que Dona Lúcia preparara, indo direto pro hospital. 

Fiz questão de não fazer intervalo pro almoço, lanchei alguma coisa no consultório mesmo, para não correr o risco de encontrar Suzana, não daria o braço a torcer e procurá-la mesmo querendo muito. 

Por volta das quatorze horas, uma enfermeira me pediu ajuda pra conter um paciente que encontrava-se completamente desorientado, tendo alucinações. Na verdade era um paciente psiquiátrico, mas com freqüência os neurologistas atendiam urgências psiquiátricas, por falta de um psiquiatra de plantão. 

Enquanto administrávamos a medicação, o paciente voou em minha direção, acertando em cheio meu rosto, meu óculos voou pra longe, abrindo meu supercílio, caí esparramada por cima do carrinho de medicação, em segundos meu rosto estava coberto de sangue.

Ao ouvir o barulho, outros técnicos de enfermagem entraram na sala e contiveram o paciente até a medicação fazer efeito. Como era um paciente do pronto socorro, Suzana foi chamada, adentrou pelo ambulatório quando a situação estava controlada, mas se deparou comigo a essa altura deitada em outra maca, coberta de sangue, de olhos fechados, cercada de técnicos de enfermagem. 

- O que aconteceu aqui? Meu Deus, Isa! – correu em minha direção.

- O paciente a atacou doutora, enquanto administrávamos a medicação, ela foi arremessada contra o carrinho de medicação... Deve ter machucado as costas também – uma das técnicas informou apreensiva.



- Isaaa... – Suzana se aproximou de mim, parecendo não ligar pras outras pessoas na sala, acariciou meu rosto e ordenou: - Levem-na para meu consultório agora, Helen, quero material de sutura, agora, na minha sala.

Os funcionários atenderam a ordem prontamente, logo estávamos no consultório de Suzana, que cuidadosamente examinava o corte, limpando-o com delicadeza, aplicou a anestesia a fim de suturar em seguida meu supercílio.

- Vai doer um pouco agora, Isa, mas logo passa.

Eu não disse nada, mantive meus olhos fechados o tempo todo pra não ter que encarar aqueles lindos olhos amendoados que me faziam estremecer. Terminando a sutura - feita com perfeição, diga-se de passagem - Suzana ajudou-me a retirar o jaleco e pediu que eu ficasse de costas, a fim de examiná-la. 

- Tem um hematoma relevante aqui, Isa. Vamos fazer um Raio X. Espera um pouco que já volto.

Voltou em poucos minutos, com um técnico de radiologia com um aparelho portátil de Raio X, com uma posse evidente da situação, ela despiu meu tórax, me posicionando para o procedimento. Não demorou muito até que ela voltou com as chapas em mãos, as posicionando no negatoscópio:

- Graças a Deus não houve fratura. Mas acho bom passar uma faixa aqui pra imobilizar... E... E’... Deixar eu passar – falou ficando tímida me vendo cobrir os seios enquanto ela enrolava a faixa. - Vou prescrever também um relaxante muscular e um anti-inflamatório.

Continuei muda e desviando meu olhar dela. Ajudou-me a vestir a blusa e a descer da maca, sentia agora a dor nas costas quando me movimentava. Ao me levantar, senti uma tontura, me obrigando a apoiar-me nela, senti meu corpo tremer com isso.

- Preciso ir, tenho pacientes me esperando, obrigada – tentei justificar minha pressa para sair dali.
- Você vai é ficar aqui descansando até que eu possa te levar pra casa! Ninguém vai te incomodar aqui, seu preceptor já foi avisado, o seguro acionado, afinal foi um acidente de trabalho. Você está de atestado médico doutora – falou franzindo a testa em tom imperativo.

Como me excitava quando ela agia assim... Precisava fugir da presença dela antes que me entregasse, ficando nas suas mãos mesmo depois dela me ofender como na noite anterior. 

- Não demoro muito, uma enfermeira trará medicação, deite-se aqui – levou-me até um sofá, e ajudou-me a deitar.

Realmente não demorou muito, em cerca de uma hora ela voltou ao consultório já sem o jaleco e com minhas coisas nas mãos, me acordando com uma carícia no rosto:

- Isa... Vamos? Pedi ao Eduardo para levar seu carro, avisei a Dona Lúcia o que houve, ela nos espera.

Tudo que consegui foi balançar positivamente a cabeça, levantei com sua ajuda e saímos em direção ao seu carro. Ela segurava meu braço com cuidado, pelo corredor algumas pessoas olhavam bestificadas com o cuidado que ela me tratava, não porque não fosse uma médica atenciosa, mas porque pela primeira vez não se importava em deixar evidente que nossa relação era mais que profissional. Seguimos para meu apartamento onde Dona Lúcia cercou-me de carinhos, ajeitando o travesseiro na cama, e trazendo numa bandeja um lanche reforçado.

- A menina tem que comer né, doutora?
- Tem sim D. Lúcia, está tomando medicação, tem que proteger o estômago – Suzana falou enquanto se sentava do meu lado para me servir o lanche.

Eu, ainda magoada com ela, não podia deixar de me derreter diante do cuidado dela, nem de longe lembrava a mulher irracional que tanto me ofendera na noite anterior. D. Lúcia saiu do quarto, nos deixando a sós, Suzana, serviu-me do suco e perguntou:

- Quer bolo ou sanduíche?

- O suco me basta –baixei minha cabeça e soltei um gemido de dor ao me movimentar na cama.

- Não seja teimosa, Isa, tem que comer, você sabe disso.

- Você não precisa ficar aqui me pajeando, pode voltar pro hospital, estou bem, são só hematomas e um corte, vou sobreviver.

- Não volto pro hospital mais hoje, e ficarei aqui cuidando de minha namorada mal humorada.

- Mal humorada? Você vai mesmo fingir que não aconteceu nada, Suzana?

- Isa, tive uma das minhas piores noites na vida lembrando das coisas que te disse, e do medo que senti de te perder pra outra pessoa... Fui tomada de insegurança...

- Do jeito que você me tratou ontem, Suzana, realmente não seria difícil você me perder, não pra outra pessoa, mas me perderia.

- Isa, já fui muito machucada por traições de todo tipo, fiquei traumatizada com isso, quando vi aquele cartão e todas as lembranças da boate, eu me descontrolei.

- Suzana, não tenho experiência em relacionamentos, mas nunca seria capaz de trair, especialmente você.

- Por que especialmente eu?

- Porque... – pausei, baixando meus olhos, olhando pro copo de suco nas minhas mãos. – Estou apaixonada por você como nunca estive por ninguém.

Suzana abriu um sorriso, seus olhos ficaram marejados, coisa que me balançou completamente, adorava o sorriso dela, aliás adorava tudo naquela mulher. Ela se aproximou de mim, me abraçou suave, temendo me machucar e perguntou baixinho com a voz chorosa:

- Perdoa? Diz que sim, Bela...

Minhas defesas caíram ali...

- Promete que vai confiar em mim e controlar esse ciúme?

- Hurrum.

- Então vem cá e me dá um beijo que to precisando dele pra minha dor passar, namorada.

Beijou-me suave, acariciei seu rosto e permanecemos ali sem falar muito. De novo eu tinha minha paz de volta. No final da noite, antes de dormirmos, Suzana com uma voz tímida revelou:

- Isa, eu também estou apaixonada por você...

Sorri.