sábado, 13 de janeiro de 2018

CAPÍTULO 25: LIÇÃO 21 – PERMITA-SE SER CUIDADA DE VEZ EM QUANDO

Desembarcamos em Noronha no dia 30 de dezembro, Clarisse logicamente, levou sua namorada, Samara. Ed e Cris eram os mais animados, pareciam os chefes da excursão, e eu, recém saída de um episódio do The Walking Dead, só que fantasiada com um chapéu e óculos de sol, os adereços segundo Ed, iam fazer as pessoas me confundirem com alguma celebridade.


O resort era realmente fantástico, estava muito afundada na minha obscuridade para me preocupar com meu cartão de crédito, mas, no fundo eu sabia o quanto eu estava ferrada no ano novo. Mesmo sendo um zumbi, ou a versão feminina de “Um morto muito louco”, eu não estava totalmente cega: o lugar estava lotado de gente bonita, era tanta beleza e riqueza que eu me sentia um peixe fora d’água, uma “Dory” no meio dos tubarões, mas com a diferença básica que eu tinha minha memória intacta.


Dividi quarto com a Cris, e Ed logicamente ficou com uma suíte só para ele, com as regalias que ele conseguiu como o novo blogueiro celebrity, e Clarisse como estava com a namorada, era meio óbvio.


-- Primeira coisa a fazermos, é mostrar essa cara de mármore para esse sol maravilhoso, Luiza! – Cris falou espalhando as roupas da mala.

-- Tenha dó, Cris! A gente está viajando há quase 14 horas, eu preciso de umas horinhas descanso!

-- Só um passeio, só um passeiozinho, comemos alguma coisa, e depois descansamos para sair à noite, não seja chata, vai, olha esse paraíso, Lu!


A paisagem era encantadora, e eu sabia que a Cris não desistiria, e logo chamaria reforço, e o Ed era praticamente o BOPE. Tomei um banho, e com uma saída de banho, comprada lá mesmo no hotel, porque segundo o Ed, todas as que levei eram bregas e muito “2010”, tive que pagar uma fortuna por meio metro de tecido para esvoaçar no vento da praia.


Paraíso talvez seja a melhor definição para a ilha de Fernando de Noronha, e olha que nem caminhamos muito. E por mais, perfeita que a natureza se apresentasse, até mesmo ela me traía, por que toda beleza me remetia a Marcela. Olhei para o mar, e lembrei do primeiro dia que a vi na praia, toda linda, leve, falando sobre me ver no centro de uma roda de samba, no mesmo dia que dei carona para ela, nem estava me dando conta que estava nascendo meu amor por ela, talvez, se eu soubesse, teria fugido a tempo, seria possível?


Se era, não sei, mas agora, pensar em Marcela era tão natural como respirar, comer, dormir... Era parte da minha rotina, e no momento era doloroso, eu carregava uma a mágoa de te der sido rejeitada por ela mais uma vez. Exorcizar aquela “rotina” não era tarefa fácil, meus amigos, ao menos Cris, sabia que precisava ser em grande estilo, então, chamou a agora, elegante assessoria de Ed, o blogueiro celebridade, para me produzir para um lual no resort, com uma badalada lista de convidados confirmados, além das atrações.


Definitivamente, eu não nasci para aquele mundo. Estava zonza com tantos flashes, jornalistas, tanta gente fazendo selfies com outras pessoas que eu nunca tinha visto na minha vida, e para meus amigos, eram pessoas super famosas, de repente, parecia que estava saindo de uma caverna dos anos 90, e a única pessoa famosa que eu encontraria ali poderia ser o Bel Marques, por afinal, ele mantem a mesma aparência desde sempre.


-- Onde a gente vai sentar? – Quase gritei no ouvido do Ed

-- Cruz credo! Está pior que minha avó, Luiza! A gente nem chegou e você já quer sentar? Vamos circular!

-- Lu, vamos andar por aí, ver gente nova, Ed, nos apresenta aí um pessoal legal... – Clarisse foi mais dócil.

-- Vamos ao estrelato!


Ed se sacudiu todo, como se exalasse purpurina, e quando nos demos conta, estávamos no olho do furação, entre nos os convidados VIPS, trocando cumprimentos, com modelos, celebridades instantâneas, vlogers, atrizes (deviam ser de Malhação, eram novinhas demais), funkeiras. Eu, não sabia para onde olhar, se para as pessoas, ou para o Ed em sua nova personalidade famosa. Talvez eu devesse olhar para a Cris, que já lançava sua teia de mulher aranha para todos os lados, para poupar minha amiga de pagar alguns micos.


Ao longo da noite, o nível das atrações foi ficando melhor, e convidados mais importantes foram aparecendo, e aquela porção de fã que existe em nós mortais também ia surgindo, enquanto Ed tratava com naturalidade seus novos contatinhos de redes sociais, nós ficávamos atônitas, escoradas nos cantos. Todavia, bastava uma morena de cabelos longos, escuros, eu me voltava a Marcela.


Isso aconteceu dezenas de vezes naquela noite, até que uma hora não aguentei ficar ali, precisei sair daquele ambiente e respirar um pouco, andei por uma ponte de madeira, e fiquei ali recostada, contemplando o píer ao longe. Lembrei dos momentos bons com Marcela, seus beijos, suas mensagens me chamando de “meu bem”, seu sorriso, mas todas essas lembranças tinham o fel da mágoa da nossa última conversa.


-- Oi? Atrapalho seus pensamentos?


Ouvi uma voz que parecia longe, por que meu pensamento estava distante, mas o perfume estava tão próximo, virei meu rosto e encarei simplesmente uma das mulheres mais sexys que já vi em toda minha vida, por alguns momentos eu acreditei firmemente que me drogaram com aquela bebida, era uma alucinação, certeza.


-- Oi! Não atrapalha em nada.

-- Eu gosto desse som, das ondas quebrando, Noronha me revigora, nem gosto de vir essa época, mas, com tanto tempo fora do Brasil...

-- É a minha primeira vez aqui. – Respondi quase que hipnotizada pela morena, que eu conhecia, não sabia de onde.

-- Jura? Garota, você é brasileira? Os gringos aproveitam mais isso aqui do que nós...

-- Talvez você tenha razão, eu demorei a vir mesmo.

--Nossa, como sou mal educada! Nem perguntei seu nome.

-- É, Luiza. E o seu?

-- Cléo. E o que você faz, Luiza, desculpa, não sou muito boa com essas coisas de reality show...

-- Ah Meu Deus! Nem eu! Eu sou professora universitária.

-- Ufa!


Eu sou lenta mesmo, até eu juntar o nome Cléo, até aquela beleza exuberante e o poço de sensualidade, demorou uns cinco minutos.


-- Ah Meu Deus, de novo! Você é a Cléo, a Cléo? Cléo, aquela?


Ela abriu o sorriso inconfundível. Meu Deus, era ela! Cléo Moraes, bem ali na minha frente.


-- Não sei quem é aquela Cléo, mas sou aquela atriz, é essa que você se refere?


Dei um tapa na testa para atestar minha lerdeza.


-- Cara, eu sou muito estúpida, agora eu vou agir como uma idiota completa, por que eu sou completamente sua fã.

-- Fã? Luiza, tenho uma professora universitária como minha fã?

-- Olha, você tem um fã clube de mulheres como eu.

-- Mulheres como você? Como assim? Uma liga de professoras, cientistas, pesquisadoras, nerds?

-- Lésbicas. – Fui direta.

-- Ah! Você é lésbica? Nem desconfiei, juro. Sabe que nunca beijei uma mulher?

-- Jura? Ouvi isso em uma entrevista, mas não acreditei muito...

-- Acho que esse é um momento que eu poderia mudar isso...


Com certeza eu estava em uma viagem legal, LSD, êxtase, sei lá o que me deram, mas logicamente não era a Cléo Moraes na minha frente flertando comigo, minha alucinação estava muito real. Tão real que senti o corpo dela contra o meu se apoiando na ponte roçando o nariz no meu e beijando o canto dos meus lábios, e como eu não queria fazer o papel do Selton Melo no filme da Mulher Invisível, fiquei paralisada.


-- Nossa, parece que vou continuar sem beijar uma mulher... Então vou ter que conquistar esse beijo, vem dançar!


A minha alucinação me puxou pela mão até a pista de dança onde estava o Ed e outros amigos deles em comum, e eles berrando conversaram:


-- Você ganhou a aposta! Ela não me beijou! – Cléo falou para Ed.

-- Eu conheço minha rachinha! Ela achou que estava sonhando no mínimo!

-- Ei! O que está acontecendo aqui? – Perguntei sem nada entender.


O Ed nos puxou no barulho e me explicou:


-- Conheci a Cléo no curso em Nova Iorque, fui o maquiador dela em uma campanha da Vogue, ficamos amigos, e enfim, te vi lá na ponte e desafiei a Cléo, apostei que ela não conseguiria te arrancar um beijo. E ela perdeu.

-- Ah, eu fui uma aposta?

-- Não Luiza, não foi bem assim. – Ed, tentou explicar.

-- Luiza, isso foi antes de te conhecer, não menti quando falei que...

-- Chega, desculpa, já deu essa festa pra mim.


Sai em direção ao resort e fui seguida por ninguém menos que a Cléo Moraes, ela segurou minha mão, e disse com honestidade:


-- Desculpe-me, de coração, eu agi errado.


Apenas acenei em acordo, estava mesmo era cansada daquela festa, queria sair de tudo aquilo e ficar reclusa. Não tinha toda essa raiva do Ed, muito menos da Cléo, que além de linda, era uma fofa. Uma olhada naquele maldito face fake, e vi fotos de Marcela em alguma praia com uma turma de jovens e ao seu lado, Laura. Acorda Luiza, seu imbecil, só tem uma pessoa sofrendo e perdendo nessa história, você!

******************


O dia inteiro foi uma maratona de passeios, fantásticos aliás, mergulhos, paisagens dignas de marcar a memória para sempre. Nem preciso dizer que a Cris não acreditou quando narrei meu encontro com a Cléo Moraes, ela disse com todas as letras que o Ed me drogou, e essa bicha nem para confirmar a história.


-- Ow sua doida! Acha mesmo que eu vou dizer a Cris que eu sou amigo da Cléo? Fiz a brincadeira com você, por que você é uma dama, meu bem!


-- Ah! Não me chama assim, por favor!

-- Deu a louca na doida... Mas, enfim, se a Cris souber ela vai me enlouquecer para conhecer a Cléo, e eu não vou deixar minha amiga fina e sexy ficar suja de graxa!

-- Que exagero, você trata a Cris como uma cadela no cio.

-- Quase isso! Mas, deixa eu te dizer... Você tem mel viu... A Cléo te adorou, perguntou se você estava bem, se ainda estava chateada.

-- Parou a zuação tá? Não tem mais graça.

-- Eu não estou de zuação, mais autoconfiança bee!


Aquela informação ficou martelando em minha cabeça, não mais do que as fotos que vi no perfil de Marcela, pelo meu perfil fake. Minha autoestima estava tão baixa, que a suposta preocupação da fantasia sexual da metade das mulheres (e homens suponho) do país, comigo, não era suficiente para me fazer superar a rejeição de uma menina de vinte e poucos anos.


De qualquer forma, por pressão dos amigos, por uma necessidade de gostar do que via no espelho ou para aparecer bem nas fotos, pois é, eu desejava por míseros momentos que Marcela fuçasse alguma rede social e visse que eu estava vivendo também, por essas razões mais uma vez, deixei meus amigos cuidarem de mim, e partimos em grande estilo para um réveillon estrelado, no paraíso de Fernando de Noronha.


Tudo perfeito: a melhor iluminação, o melhor buffet, as melhores bebidas, a melhor música, a melhor iluminação, tudo para uma linda festa, e eu não podia reclamar das companhias, eu tinha do meu lado os melhores amigos, mas, ainda assim, me sentia solitária, vazia. Em meio aquela explosão de fogos, naquele mar de gente se abraçando, casais se beijando, e depois todos correndo para o mar, cumprindo as simpatias para atrair boas energias para o novo ano que chegava, eu só conseguia ficar ali, sentada na areia, chorando, lembrando de Marcela, e em tudo que poderíamos ter sido juntas.


Voltamos à festa, mas, eu não conseguia socializar, peguei uma taça de champanhe e voltei à ponte de madeira da noite anterior, a visão agora era diferente, muitas pessoas na praia, juntas, fazendo farra, e eu, sozinha, como eu me sentia de fato.


-- Qual a graça de tomar champanhe sozinha?


Aquela voz já era familiar, e rapidamente me voltei com um sorriso natural no rosto. Aquela beldade estava ali, de novo na minha frente, a própria: Cléo Moraes.


-- Na verdade, eu estragaria qualquer bebida, melhor que eu faça sozinha.

-- Bad vibes, garota! O ano acabou de começar, me dá sua taça.


Cléo estava com uma garrafa na mão, cheia e encheu minha taça.


-- Um pouco para você, e o resto para mim, para não estragar tudo. Brindemos, feliz ano novo!


Ela bebeu na garrafa, de uma maneira tão sensual, que me fez suspirar, e certamente abrir a boca, igual a adolescente na puberdade olhando uma mulher gostosa.


-- Então, você costuma vir sempre aqui, ou ainda tem esperança de ganhar a aposta que fez com o Ed?

-- Aposta? Ah, você não me perdoou ainda não é? O que eu posso fazer para apagar isso, e você não ter essa impressão ruim ao meu respeito?

-- Relaxa! Como eu poderia perdoar o Ed, e não perdoar você? No fundo foi divertido, apesar de todos acharem que eu estava drogada e alucinei, que nunca tive um encontro com a Cléo Moraes.

-- Ué, por que? Eu estou aqui, sou gente que nem todo mundo, você é uma pessoa super legal, por que não nos conheceríamos e conversaríamos?

-- Por que eu sou só a professora Luiza, e você, ah, Cléo, você é você!

-- Esqueceu de dizer que é minha fã.

-- Isso! Sua fã também!

-- Então, vem comigo, todo mundo vai saber que somos amigas agora.


Cléo me pegou pela mão e me arrastou para a pista de dança eletrônica. Fiquei surpresa e logicamente muito tímida, e logo o Ed se juntou a nós, e com mais duas doses de vodka ou tequila, não discerni muito bem, já dançava sensualmente com a Cléo, sendo fotografada no mínimo por sites e revistas de fofocas. Não encontramos nem Clarisse, nem Cris, mas, naquela altura, eu só queria me divertir na companhia da Cléo e do Ed que estavam elétricos, rindo como dois adolescentes.


No meio daquele jogo de luzes, Cléo pegou na minha mão e sumimos na multidão. Ela me levou para a praia, carregava duas garrafas de água, e me ofereceu.


-- A melhor bebida do mundo: água, vai, bebe, a gente precisa.


O vento batendo nos cabelos dela, aqueles lábios carnudos, aquele mar, pouca luz em nossa volta, nem nas minhas fantasias mais loucas poderia imaginar estar ao lado daquela mulher, a sós, em Noronha.


-- Que, que foi? Bebe, Luiza!


Ela deve ter percebido minha cara de boboca olhando para ela. Fazer o que, bebi como ela mandou, beberia até água do mar se ela mandasse. Ela se sentou, e eu fiz o mesmo.


-- Daqui a pouco o sol nasce, quer esperar comigo?

-- Claro, deve ser um espetáculo.

-- É, deve ser, eu ainda não vi isso, vai ser a primeira coisa que farei com você. Poderia ser outra coisa, mas, já vi que você não vai acreditar em mim, depois da brincadeira do Ed.

-- Outra coisa? Que coisa?

-- Luiza, você é mesmo tão inocente? Ou vocês lésbicas, jogam assim?

-- Eu sou péssima em jogos, Cléo, acho que vou ter que pagar de inocente mesmo.

-- Eu te disse que nunca beijei uma mulher. Adoraria que meu beijo em uma mulher fosse com você.


Eu certamente devo ter mudado de cor, mas olhar aquela boca de tão perto, depois de me dizer aquilo, despertaria até defunto. Ajeitei os cabelos que cobriam seus lábios e a beijei lentamente, saboreando seus lábios sem pressa, passeei com minha língua pela sua e aos poucos me afastei para ver aquele sorriso largo, e gostoso, uma mordida no lábio inferior me deixou curiosa:


-- O que foi, Cléo?


-- Seus lábios, são macios... Pode ser mais de um primeiro beijo?


Sorri, e a beijei no rosto, ela encostou a cabeça no meu ombro e testemunhamos o nascer do sol.

************

No almoço, a ressaca estava na cara de todos, Ed estava com a mesma roupa, estávamos em uma mesa perto da piscina, quando a Cris soltou um sonoro:


-- Puta que pariu!

-- Boca suja! Estamos em público! Não me faz passar mais vergonha! – Clarisse exortou

-- Falem baixo suas rachas, pra que esse escândalo? – Ed mostrava seu mau humor

-- Luiza! Você está pegando a Cléo Moraes? - Cris continuou falando alto.


Eu me engasguei com a água de coco, praticamente cuspi a Clarisse inteira.


-- Oi?! – Não sabia o que falar.


Cris mostrou o celular e rapidamente, todos da mesa pegaram o celular abrindo na página que Cris indicou. Estavam lá todas as fotos minhas com a Cléo: na ponte de madeira, na pista de dança, o beijo e a romântica foto de nosso testemunhar do nascer do por do sol. Ed tirou os óculos de sol, e me disse:


-- Luiza, como vocês dão essa bobeira?


-- Mas... Eu...


Não conseguia falar nada, Ed recebeu mensagem, e sem explicar nada me tirou dali e me levou para o quarto dele, em menos de dois minutos, Cléo chegou no quarto.


-- Luiza, me desculpe, por alguns momentos do seu lado eu esqueci de tudo, fui só uma pessoa normal, não tinha o direito de te expor assim, desculpe-me.


-- Cléo é melhor você não dar declarações, deixa seu assessor de imprensa falar algo...


-- Ed, eu não tô nem aí para a imprensa, eu estou preocupada com a Luiza, que não tem nada com essa porcaria de mídia e está no meio desse mar de fofoca.


Cléo se abaixou se apoiando nos meus joelhos, eu estava sentada em uma poltrona, olhando ainda as fotos no celular.


-- Luiza, fala alguma coisa...

-- Cléo, ninguém sabe quem eu sou, e não se preocupe, ninguém se interessa em saber.

-- Gata, eles vão descobrir tudo e vão te incomodar pra caralho nos próximos dias.

-- Não se preocupe, não ligo, eu não vou dizer nada, não interessa a ninguém o que aconteceu entre nós, não é?


Cléo sorriu, beijou minhas mãos e disse para o Ed:


-- Você tinha razão, ela é a mulher mais fantástica que você poderia ter como amiga.

-- Ah bobinha, isso foi antes de te conhecer!


Ed brincou, e nós rimos.


-- Falando sério, agora, esses dias serão um inferno, vão te seguir para todos os lugares, como você vai curtir seus dias de folga aqui? – Cléo indagou preocupada.


-- Essa ilha está lotada de celebridades, a gente dá um jeito. – Tranquilizei Cléo.


A verdade é que não foi mesmo fácil, o mais engraçado era a Cris querendo aparecer em todas as fotos, com isso, a maioria dos fotógrafos tiveram a cara dela na câmera ou o dedo no foco, isso quando ela não me abraçava ou me jogava contra a parede ou em cima de mim na areia.


Consegui encontrar a Cléo por duas vezes só, no quarto dela, foram só duas vezes, mas, maravilhosas, únicas. Na nossa primeira noite, nunca imaginei um mulherão daqueles tão nervosa:


-- Luiza, eu estou me sentindo uma virgem. Isso é ridículo, não é?


-- Na verdade, não. Mas, Cléo, não temos que fazer nada, eu estou amando estar com você, nem imagina o quanto.


-- Mas, eu quero, quero que seja também a minha primeira mulher.



E assim foi, no dia seguinte, ela me dominou completamente, ela não foi nada passiva, e foi nossa despedida também. Trocamos telefones, mas, ela passaria outra temporada fora do Brasil. Para minha surpresa naquele mesmo dia, a postagem dela no instagram, foi uma foto da ponte de madeira, com uma legenda falando de saudade. Sabia que aquele encontro marcara nossas vidas de uma maneira bastante positiva, Cléo me devolvera minha autoestima, era hora de voltar e encarar a realidade.

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