domingo, 27 de março de 2011

SOCIEDADE SECRETA LESBOS - VIGÉSIMO CAPÍTULO

Capítulo 20



Amy e Esther voltaram para o depósito. Esther descobriu algumas poltronas envoltas por uma coberta e convidou Amy a sentar-se perto dela. Sem mencionar uma palavra sequer, a loirinha sentou-se demonstrando alguma ansiedade em estar mais uma vez tão próxima a Esther.

-- Seu namorado virá procurar por você, e ele se for esperto, deduzirá que não voltei para a festa... Enfim, uma hora sairemos daqui.

-- É... Virá, sim.

-- Ele parece ser um cara legal... Aliás, legal até demais pra um cara... Digo um hetero.

-- Você acha que não existem caras heteros legais? Isso me soa meio “heterofóbico.

Esther sorriu, balançando a cabeça positivamente, e continuou:

-- Você tem razão, acho que estou sendo preconceituosa, mas é que... Senti algo diferente nele e, enfim... Pode ser impressão minha apenas, deixa pra lá...

-- Você está procurando um defeito nele e não está encontrando, então, quer me colocar uma pulga atrás da orelha, não é?

-- Claro que não! Ninguém é perfeito, muito menos ele, logo sai do casulo, e...

-- Espera aí! Casulo?

-- Ah, loirinha, seu namorado está escondendo a purpurina, mas a mim ninguém engana... Ele estava louco pra ficar a sós com Jonh, por isso me trancou aqui...

-- Você está louca?

Amy fingiu cara de ofendida, mas Esther sorria com o canto da boca, enquanto desfazia o penteado dos seus longos cabelos negros, atitude que Amy não entendeu.

-- Esther, estou falando com você! E você está se desarrumando por quê?

-- Você ainda não percebeu que dificilmente a gente sai daqui hoje? Só virão nos destrancar amanhã, quando os funcionários vierem arrumar o salão. Estão todos mascarados, não sentirão nossa falta, exceto seu namorado, mas esse deve estar muito ocupado com Jonh...

-- Ai, Esther... Você me irrita!

Amy falou isso empurrando a morena pelo ombro, provocando risos em Esther, que tentava segurar as mãos da novata, até enfim conseguir puxar Amy para cima das suas pernas.

A loirinha teve suas mãos presas para trás por Esther, que colou sua boca no pescoço de Amy, respirando forte sentindo a pele da novata arrepiar. Não se conteve e deslizou seus lábios com a ponta da língua entre eles, despertando um gemido suave e sensual em Amy.

De mãos contidas, Amy reclinava seu pescoço pro lado a fim de dar espaço para o acesso da boca carnuda de Esther, que descia pelo seu colo desnudo evidenciado pelo decote. Os corpos de ambas queimavam tamanho desejo de se entregarem. As mãos de Esther antes ocupadas em segurar as de Amy, agora passeavam por baixo do longo vestido da loirinha. A qual, por sua vez, colocou suas mãos entre os cabelos de Esther soltando os últimos cachos presos no penteado da morena. A busca das mãos e bocas pelos corpos desejosos de paixão em pouco tempo tornou qualquer peça de roupa desnecessária. Os pomposos vestidos se perderam pelo chão empoeirado, enquanto Esther arrastava Amy para o sofá vizinho à poltrona que elas estavam.

Esther colou seu corpo praticamente nu sobre o corpo de Amy igualmente provido apenas com a calcinha, roçando com movimentos suaves intercalados com beijos embebidos numa volúpia incessante. A perna de Amy se encaixou entre as pernas da morena, a qual seguia com movimentos mais fortes aumentando mais a umidade no seu sexo.

No passeio das mãos de Esther, ela encontrou a última peça do corpo de Amy. Por dentro da calcinha, penetrou suavemente seus dedos no sexo encharcado e trêmulo, sorriu ao sentir Amy se contorcer, e não parou o toque entre os pequenos lábios, massageando o clitóris conforme a loirinha ditava sua entrega ao gozo.

Os gemidos de Amy se propagavam, aumentando mais o prazer de Esther, a qual se enchia ainda mais de tesão, sentindo o gozo da loirinha se derramar entre seus dedos. Isto, para a morena, era quase imperativo. Desceu com sua boca até as pernas de Amy, mergulhando a língua naquele líquido quente, salgado, despertando em Amy mais do que um gemido, um grito de puro prazer, acompanhado de uma onda de tremores. A loirinha cravou as unhas nas costas de Esther, a qual se deliciava com o orgasmo de Amy.

Amy se jogou contra o sofá, sem forças, rendida, enquanto Esther repousava seu corpo nos seios eriçados da loirinha, acariciando a pele alva e suada, depositando pequenos beijos. Muita coisa precisava ser dita, Amy sentia isso, mas seu corpo parecia desprendido de qualquer racionalidade, queria mais de Esther, queria aquele corpo perfeito dentro dela, e, principalmente, queria fazer a morena sua, assim como ela se sentia dela naquele momento.

Aos poucos sentiu a dormência das suas mãos passarem, e se deu numa exploração urgente pelas curvas de Esther, a qual se entregava de olhos fechados. Em um movimento quase que sincronizado, ficou sobre Esther, deslizando suas mãos no corpo moreno e arrepiado, retirando sua minúscula calcinha, dando completo acesso ao pulsante e molhado sexo.

Não teve pressa em penetrá-lo. Com movimentos provocativos, colocou sua mão inteira sobre ele, os dedos se dividiam no toque em diferentes pontos, por vezes massageando o clitóris, outras, iniciando uma penetração lenta, deixando a morena enlouquecida com tais investidas.

A loirinha não se esquecia de provocar os volumosos seios intumescidos de Esther, a qual arqueava seu corpo diante das pequenas mordidas que recebia neles, enquanto a mão de Amy continuava a protelar o gozo inevitável, que aconteceu tão logo Amy intensificou os movimentos de seus dedos num compasso ritmado, absorto enfim numa sequência de gemidos e sussurros de significados indecifráveis culminando com a explosão do prazer de ambas.

A paixão ainda deu lugar a mais momentos de carícias quentes, mas principalmente a uma troca de carinhos inédita entre as duas, as quais pareciam estar num universo paralelo, no qual elas eram apenas um casal se entregando ao momento, sem jogos, sem interesses escusos ou segredos. Antes que adormecessem abraçadas, Esther falou ao ouvido de Amy suavemente:

-- Amy, eu... Preciso te dizer uma coisa... Mas... Tenho medo de que você entenda errado.

-- Adoro quando você me chama pelo nome... Me fala, se eu entender errado, você me explica, né?

-- Amy... Não gosto, não quero que você tenha um namorado. É isso...

-- Mas... Você me trata como um objeto descartável, e acha que tem direito de fazer exigências?

-- Não é uma exigência, é um desejo...

-- Mas, o que você quer de mim, afinal? Que eu esteja à sua disposição, do jeito que você bem entender? Você acha justo isso?

-- Não se trata de justiça... Eu quero você...

-- Você me quer...?

-- É, Amy... Quero você só pra mim!

Amy ficou por alguns minutos com os olhos fixos nos de Esther, tentando enxergar neles que tipo de sentimento estava naquele pedido. Desejou saber ler aqueles olhos, aquela expressão. Não sabia se Esther tinha apenas o sentimento de posse, se queria mostrar seu poder sobre ela, ou se existia ali o que seu coração queria que existisse, a sinceridade de Esther em querê-la como sua namorada, ou coisa parecida. Depois desse mergulho em interrogações vislumbrado no olhar que lhe fitava esperando alguma resposta, Amy baixou os olhos, balançou a cabeça negativamente, e indagou, encarando-a com firmeza:

-- Esther, quero muito entender como você me quer... Porque não deixei de cumprir minhas obrigações como sua escolhida, como uma irmã de fraternidade. Mas não acho que ser usada por você e depois descartada como eu suponho que você faça com outras meninas, constitua uma de minhas atribuições, portanto, preciso que você me fale claramente, numa linguagem que não permita dupla interpretação... Esther, sem jogos... Me quer só pra você em que condições?

Em um momento raro, Esther sentiu-se intimidada, não só pela firmeza evidente da novata, mas principalmente pelo sentimento implícito em cada palavra e nítido nos olhos verdes que cintilavam qual esmeraldas puras...

-- Amy, quero você pra mim, sem namorados, ou namoradas, quero você fique só comigo, seja mais que minha escolhida, seja minha... Na condição de minha...

-- Minha...? Minha o que, Esther?

-- Amy... Você entendeu... Facilita pra mim, vai...

Esther aproximou-se então dos lábios da loirinha, a qual continha um sorriso meio abobado, visivelmente tocada pelo pedido tímido da morena. Beijou-lhe suavemente a boca, provocando um suspiro de Amy, a qual não tardou em precipitar um beijo longo, quente e sedento, e mais uma vez se entregaram à paixão.

Exausta, mas com um sorriso nos lábios, Esther acariciou os cabelos finos e macios de Amy, a qual estava recostada no seu peito, e com a mesma timidez rara, voltou a perguntar:

-- Isso foi um sim, Amy?

-- Vai depender de quem você será no dia seguinte.

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