terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SOCIEDADE SECRETA LESBOS -DÉCIMO PRIMEIRO CAPÍTULO

Capítulo 11



Em seu quarto, Amy se refazia do pranto em um banho demorado. Não tinha vontade de sair do quarto, não queria sequer cruzar com Esther pela casa. A visita de Laurel acabou fazendo-a mudar de planos.

-- Ei, loirinha, se vista e vamos badalar na cidade, nada de ressaca!

-- Laurel, não quero sair... Me deixa aqui, vai...

-- De jeito nenhum... Vamos lá. O domingo está lindo, vou te mostrar a cidade. Outras irmãs vão conosco. Não faço isso com qualquer novata, não, se mexe menina, vamos!

Vendo que não havia como contra-argumentar com Laurel, escolheu uma roupa leve, prendeu os cabelos ainda molhados, e seguiu com ela até o térreo, onde outras meninas já esperavam animadas para o passeio.

Algumas expressavam o mau humor típico de ressaca e censuravam a agitação das demais, poucas veteranas, mas todas se tratando com intimidade. Amy viu mais uma vez os cumprimentos peculiares, com estalinhos, exceto com ela. Lembrou-se de sua condição de intocável como escolhida da presidente, e como se revoltou com isso. Mesmo ainda desejando tanto o toque de Esther na sua pele...

Ellen se aproximou de Amy, com ar sedutor, o que não passou despercebido pela loirinha.

-- Não tem companhia no passeio, novata?

-- Ah... Vou com a Laurel e as outras meninas.

-- Sua guia... Ela não vai?

-- Não sei, e não me interessa saber -- Amy respondeu secamente.

-- Se é assim, vamos comigo no meu carro?

-- Mas, Laurel me chamou...

-- Vamos todas para o mesmo lugar, só estou te chamando pra ir no carro comigo.

-- Tudo bem.

Amy sorriu, Ellen retribuiu o gesto. Não perceberam que Esther as observava enquanto descia as escadas, com um olhar fuzilante. A morena as surpreendeu com um tom firme de voz:

-- Onde você pensa que vai com ela, novata?

-- Tenho nome e você sabe muito bem qual é. Aonde e com quem eu vou não é da sua conta, já que você me dispensou, lembra?

-- Quem você pensa que é pra falar comigo assim?

Ellen percebeu o clima pesado entre as duas e interrompeu o diálogo carregado:

-- Esther, vamos só dar uma volta na cidade, algumas veteranas vão levar as novatas. Só ofereci uma carona a Amy, algum problema?

-- Você sabe que ela é intocável, não sabe, Ellen?

-- Claro, só estou sendo gentil com uma nova irmã.

-- Ellen, você não tem que se explicar com ela -- Amy vociferou encarando Esther.

A morena puxou a novata pelo braço até a ante-sala, encostou-a na parede e disse com autoridade:

-- Não me desafie... Você não me conhece!

-- O pouco que te conheço já me faz não querer conhecer mais nada!

Amy tentou empurrar a morena para longe dela, mas não conseguiu. Esther segurou seus dois braços, os olhares se encontraram, e como ligados por imãs, se fixaram.

O desejo de ambas parecia faiscar naquele ambiente, até Esther tomar a boca de Amy finalmente, com voracidade, sendo correspondida pela loirinha que entregava sua boca, sua língua, sugando os lábios carnudos e apetitosos de Esther.

O beijo se prolongou por minutos, a respiração ofegante, delatava a excitação de ambas, até Esther largar Amy, declarando:

-- Você está avisada...

Saiu dali recolhendo o capacete que caíra no chão, deixando Amy perplexa e completamente sem ação ou palavras, absorta no desejo que lhe despertava, e perdida quanto ao que pensar sobre as atitudes da morena. Foi seguindo para a sala onde as demais estavam, e viu Esther cochichar algo com Rachel e sair rapidamente sob o olhar atento de Ellen.

-- Então, vamos todas? -- Laurel convocou.

Ellen já se aproximava de Amy para conduzi-la até seu carro, quando Rachel puxou a loirinha pelo braço delicadamente:

-- Você vai comigo, Amy.

Ela não questionou, só balançou a cabeça positivamente, e seguiu, olhando para Ellen que estava visivelmente irritada com a intromissão de Rachel, que logicamente fora orientada por Esther a fazer isso.

A universidade de Prescott estava localizada em uma cidade litorânea, o passeio então foi no destino da praia mais badalada da região. O domingo estava perfeito para o programa, o sol radiante. A chegada das meninas no point como não poderia deixar de ser, chamou a atenção de todos que já estavam acomodados em barracas, e pela areia. Na área que ficaram a maioria eram de universitários de Prescott.

Ellen não tirava os olhos de Amy, que exibia seu corpo. Apesar de magro, tinha curvas e formas invejáveis. Jonh estava na praia também com sua namorada, e olhava para a loirinha com desejo. Ela ignorava os olhares de todos, ainda saboreava o gosto de Esther na sua boca. Deteve-se em contemplar o mar, como se ele pudesse lhe dar alguma resposta.

Rachel interrompeu seu momento introspectivo, oferecendo-lhe água, puxando assunto com a novata:

-- Amy, não temos intimidade, mas... Conheço bem a Esther e...

-- Rachel... Não me interessa saber nada dela... Mas você sabe me responder quando ficarei livre dessa obrigação com ela, sendo eu a escolhida?

-- Bem, isso na verdade depende dela, não há regras pra isso...

-- Mas como não? E como foi com as outras?

-- Que outras? Não houve outras escolhidas com Esther, você foi a primeira!

-- Mas por quê?

-- Isso você terá que descobrir sozinha...

Outra interrogação cercava a história entre Amy e Esther, além de todos os mistérios acerca da Gama-Tau.

O dia na praia das meninas quentes de Prescott se desenrolou num clima descontraído. Foram assediadas, especialmente as veteranas, que esnobaram categoricamente os rapazes que se aproximavam. Os olhares das meninas eram voltados pros corpos umas das outras, o desejo era inegável, especialmente das “guias” para suas novas pupilas, enquanto Ellen seguia devorando Amy com os olhos.

Na primeira oportunidade que Amy se afastou das demais para atender ao celular, Ellen a seguiu, esperou a ligação terminar e abordou a loirinha:

-- Difícil driblar suas seguranças, loirinha...

-- Laurel e Rachel estão sendo gentis comigo, já que a minha suposta irmã guia não está aqui...

-- Ela não está fisicamente, mas acho que está aqui, sim... Esther sabe como marcar sua presença.

Amy baixou a cabeça depois de sorrir sem graça, mexeu na areia com os pés, enquanto Ellen se aproximava, encostando-a no carro que ela estava próxima, deixando os seios de ambas roçando uns nos outros. Ellen desceu com uma das mãos por entre os seios da loirinha, por onde uma gota de suor percorria o trajeto.

-- Você é deliciosa, Amy... Não te largaria assim sozinha, se fosse sua guia...

A novata ficara nervosa com o contato, tentava se desvencilhar, mas gostava da mão de Ellen no seu corpo. A veterana era pura sensualidade, até no tom de voz.

Olhou para o movimento dos lábios de Ellen, que passava a língua por eles enquanto desviava seus olhos pelo corpo suado da loirinha. Enquanto os olhos de ambas se davam em um flerte quente, Laurel se aproximou chamando atenção de Amy:

-- Amy, estava te procurando! Vamos jogar vôlei agora! Vamos. E quanto a você Ellen...

-- Eu o que, Laurel? -- a veterana disse irritada.

-- Está na minha mira... E na de Esther, também. Você está brincando com fogo!

Desconcertada, Amy caminhou com Laurel até a quadra de vôlei, fugindo do olhar da amiga, que insistia em lhe chamar atenção:

-- Olha só, Amy... Não sei o que está acontecendo entre você e Esther, mas fique longe da Ellen. Ela vive provocando a Esther. Tem muita inveja dela, já era pra ter sido punida, mas quer arrastar Esther nessa punição...

-- Punição?

-- É... Se Esther perder a cabeça e a agredir fisicamente, Esther pode perder o cargo, como punição.

A partida de vôlei transcorreu de maneira divertida, diante de olhares atentos dos demais universitários que iam ao delírio quando as meninas da Gama-Tau comemoravam um ponto com selinhos e batidas de mão no traseiro umas das outras.

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